A preparação dos últimos slides, os ensaios na frente do espelho e a revisão do conteúdo fazem parte da preparação de muitos dos estudantes que participam do 3º Evento de Iniciação Científica do Pantanal (Evinci), realizado na Embrapa Pantanal em Corumbá (MS). Durante o evento, alunos de graduação, estagiários e bolsistas vieram ao auditório Águas do Pantanal para apresentar trabalhos desenvolvidos com a ajuda de orientadores da instituição ou de parceiros, como as Universidades Federal e Estadual de Mato Grosso do Sul (UFMS e UEMS) e o Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS). O 3º Evinci faz parte da programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de MS e sua realização conta, ainda, com a parceria do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e Secretaria de Cultura, Turismo e Empreendedorismo e Inovação (Sectei). Segundo a coordenadora do evento, a pesquisadora da Embrapa Pantanal Suzana Salis, participar do Evinci é uma forma de exercitar a apresentação de trabalhos e a interação com o público, que realiza perguntas sobre os temas. "É um treinamento bem interessante", afirma. Jonas Magalhães Moreira, aluno do curso de ciências biológicas, participa pela segunda vez do evento. "Eu acho importante para você ter uma noção do futuro das suas apresentações, do caminho pelo qual você vai seguir. Isso pode representar o pontapé inicial, para você saber como se portar daqui para a frente", afirma. No Evinci, o estudante expôs estudos que analisaram técnicas para a recuperação ambiental do Pantanal, avaliando 234 espécies nativas de árvores, arbustos e herbáceas que podem ajudar nesse processo. "Não há dados aprofundados sobre a produção de mudas de 70% dessas espécies", diz. "Precisamos conhecer essas informações para mudar isso". Suzana ressalta que vários dos trabalhos apresentados no evento fazem parte de projetos desenvolvidos por pesquisadores das instituições participantes. "O pesquisador percebe que há necessidade de uma pesquisa específica e aproveita esse aluno – quando ele tem disposição e se interessa – na área. Muitas vezes, esses trabalhos complementam o projeto do pesquisador. Acho que isso é muito interessante para a região. Frequentemente, é uma lacuna da pesquisa que o aluno completa", afirma. Para a professora do curso de ciências biológicas da UFMS, Luci Helena Zanata (convidada para atuar como avaliadora), estimular a participação em eventos como esse é fundamental para o desenvolvimento do estado. "Mato Grosso do Sul tem muito a crescer, ainda, em relação à pesquisa científica. Nós estamos formando essa base de pesquisa para que o estado atinja um nível de conhecimento sobre ele próprio como os grandes centros – como no sul ou em São Paulo. E isso começa com os estudantes".