Artesãos e pequenos produtores rurais de assentamentos, chácaras, sítios e aldeias indígenas de diversas regiões de Mato Grosso do Sul mostraram a criatividade em uma diversidade de produtos – alimentícios, vestimentas, artesanatos e plantas ornamentais - expostos em 20 estandes na Feira de produtos da Agricultura Familiar durante os três dias da quarta edição da Tecnofam. Maria Pereira da Silva, mais conhecida como Cida, veio do Assentamento Juncal, em Naviraí. Ela preside a Associação das Mulheres do assentamento, identificada pela sigla Amaju, composta por dezesseis agricultoras familiares que fabricam pães de mandioca, bolos, doces (de leite e mamão) e artesanatos feitos com a cabaça e o crochê. Para ela a feira é uma excelente vitrine para demonstração de seus doces e artesanatos. Outra participante ativa de feiras e eventos para agricultores familiares é a Lindamar Rodrigues Valério, ela é proprietária da Agroindústria Minas Gold, de Bandeirantes. Lindamar e a neta Rebeca Rodrigues trouxeram doces de leite, biscoitos e geleias. O doce de leite é o carro chefe das vendas, pois ganhou o gosto do público por possuir menor quantidade de açúcar, 20% a menos do que os demais doces comumente vendidos nos mercados. A agroindústria chega a comercializar uma média de 130kg por semana de doce de leite só para o Mercadão Municipal de Campo Grande. O restante da comercialização é feito a partir de encomendas e da participação em eventos. A agroindústria é a paixão da família e os saberes são repassados de geração em geração. Produtoras de goiaba, as irmãs Marlúcia Pereira Alves Morelli e Maria Pereira Alves Morelli, da Gleba Santa Terezinha, em Itaporã, possuem uma agroindústria para transformação da matéria-prima em doces: geleia de goiaba com gengibre, com doce de leite, com abacaxi ou com pimenta e a tradicional goiabada cascão. Além de exporem seus produtos em feiras de todos o Brasil, as irmãs se uniram à Associação de Mulheres Rurais e Empreendedoras de Santa Terezinha que entregam seus doces para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), chegando às escolas públicas e instituições governamentais. Além das diversas opções em doces, a feira da agricultura familiar trouxe vestimentas artesanais, como as peças de lã da Associação de Arte e Artesanato do Vale da Esperança em Caarapó, presidido por Josefa Marques Mazarão. O grupo é composto por 26 mulheres que produzem artigos de lã do carneiro com tingimento natural e artesanatos com argila e biscuit. A representante explicou como é o processo de fabricação das roupas e acessórios de inverno. Outro produto que chamou a atenção de quem passava e gerou muitas vendas no local foram os chapéus de Taboa, da Luzia Aquino, etnia Kaiowá, de Caarapó. São cinco tipos diferentes de chapéus que podem ser utilizados para atividades no campo, pescarias ou para um passeio na praia. Luzia aprendeu o artesanato com os seus ancestrais e tem o ofício como fonte de renda a partir das vendas em seu próprio município e com a participação em exposições. Saiba mais - A Tecnofam é uma promoção da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), por meio da Unidade da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados/MS). O evento é uma realização de órgãos publicos estaduais e municipais de apoio à agricultura familiar e de entidades privadas como a Associação de Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul (Apoms); Sebrae/MS; Senar/MS e Sindicato Rural de Dourados. O evento conta com apoio da Cooperativa de Crédito Cresol, Cooperativa de Crédito Sicredi, Fundação Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento (Faped), Organização das Cooperativas Brasileiras no Mato Grosso do Sul (Sistema OCB/MS) e de agencias federais de apoio ao desenvolvimento. Fotos da Tecnofam aqui.