21/09/22 |   Biodiversidade

Representantes de 36 países discutem bioeconomia e Amazônia na OCDE

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Foto: OCDE

OCDE - Ana Euler fala sobre bioeconomia e Amazônia

Ana Euler fala sobre bioeconomia e Amazônia

A bioeconomia e a Amazônia estiveram no centro dos debates com representantes de 36 países estratégicos que compõem a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os membros discutem políticas públicas e econômicas que os orientam. Pesquisadores da Embrapa e de instituições parceiras foram até a sede da OCDE , em Paris, no início de setembro, para apresentar as contribuições da pesquisa científica relacionadas à sustentabilidade da agricultura e bioeconomia.  O seminário “Brasil e Portugal: construindo uma economia sustentável”, realizado pela OCDE como parte da programação alusiva aos 200 anos da Independência do Brasil, contou com a presença de cerca de 80 representantes dos países que compõem a organização. 
 
Segundo o embaixador Carlos Márcio Cozendey, delegado do Brasil junto às Organizações Econômicas Internacionais em Paris, como a OCDE desempenha importante papel na promoção de políticas e padrões baseados em evidências, voltados para fortalecer o crescimento econômico sustentável e a melhoria das condições de vida, nada mais oportuno do que apresentar a experiência brasileira em atividades que buscam assegurar o equilíbrio entre as questões ambientais, sociais e econômicas. “Procuramos mostrar, com esse debate, por exemplo, que o combate ao desmatamento será mais bem sucedido se incluir a valorização dos produtos da floresta e a geração de emprego e renda para as populações locais”, afirma. 
 
Nesse contexto, a Amazônia foi um dos principais enfoques e a pesquisadora Ana Euler, da Embrapa, que atua há 20 anos na região e compõe o comitê Gestor do Portfólio Amazônia, da empresa, apresentou as novas perspectivas em sustentabilidade ambiental e bioeconomia na região. “A agregação de valor aos produtos florestais tem o potencial de beneficiar cerca de 750 mil famílias, entre povos indígenas, comunidades tradicionais e produtores rurais que vivem na região. Integrar o conhecimento ancestral desses povos com a ciência é o principal caminho para manter a floresta em pé e promover o bem-estar humano e o desenvolvimento sustentável na Amazônia. Criar oportunidades para as pessoas que moram na Amazônia é a melhor maneira de enfrentar os atuais problemas da região”, afirmou.
  
 
Açaí
 
Produzido por cerca de 200 mil produtores rurais da Amazônia brasileira, o açaí é símbolo da região e alcançou o mercado internacional nos últimos anos e sua produção ocorre também nos demais países da bacia Amazônica como no Suriname e na Guiana Francesa (território ultramarino da França). O fruto é um, dentre mais de 100 outros produtos desta região, que hoje já tem reconhecido valor econômico. Mas ainda faltam informações técnicas para embasar as ações e políticas públicas. “Não sabemos o quanto se produz e se consome, ou mesmo as rotas de comercialização transfronteiriças do açaí, por exemplo,  nesses países vizinhos que compõem a região do Platô das Guianas”, afirma Ana Euler. 
 
Uma das apresentações no encontro da OCDE foi sobre o projeto Açaí Ação, coordenado pelo Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad), experiência de cooperação transfronteiriça envolvendo a Embrapa. A iniciativa promove capacitação em inovação tecnológica para participantes da cadeia produtiva do açaí (Euterpe oleracea Mart.) na Guiana Francesa, Suriname e nos estados do Amapá e Pará. “Discutir aspectos relacionados à bioeconomia, inclusive com a apresentação de um projeto de cooperação internacional bem-sucedido, como o 'Açaí Ação', ajuda a mostrar a complexidade do desafio da sustentabilidade da floresta no Brasil', afirma Cozendey. 
 
Para a pesquisadora do Cirad, Nathalie Cialdella, o açaí é um pretexto ideal para cooperação regional e construção de conhecimento compartilhado entre os povos dos três países da região, seja entre os atores da cadeia produtiva ou do meio científico. “Por ser um produto com um sentido alimentar cultural muito forte e por ter grande potencial econômico, uma vez que certos cuidados de sustentabilidade da produção, qualidade da transformação e governança da cadeia são abordados no projeto”, afirma. 
 
Estiveram presentes na OCDE o presidente da Embrapa, Celso Moretti; o secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Cleber Soares; e pesquisadores do Cirad (França) e instituições de ensino de Portugal. 
 
 
OCDE
 
A OCDE tem por objetivo estudar, avaliar e promover meios em questões de políticas públicas em busca de melhorias em diversas áreas, desde economia, ambiente e tecnologias. Com relação a isto, os países fazem um intercâmbio de conhecimentos para integrar na organização. Visa alcançar a economia intergovernamental para estimular o progresso econômico e também o comércio mundial de cooperação entre os países afetados no período da Segunda Guerra Mundial. Atualmente, conta com 36 países membros. Fundada em 1961, tem sua sede em Paris, que sucede à Organização para a Cooperação Econômica Europeia (OCEE) criada em 1948.

Priscila Viudes (Mtb 030/MS)
Embrapa Acre

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Telefone: (68) 3212-3250

Dulcivânia Freitas
Embrapa Amapá

Colaboração: Bruna Rosa
Embrapa Acre

Tradução em inglês: Leonardo Martins, supervisionado por Mariana Medeiros (13044/DF)
Superintendência de Comunicação

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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