28/03/13 |   Transferência de Tecnologia

Missão técnica implanta experimentos com cultivares de hortaliças em Moçambique

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Foto: Francisco Vilela Resende

Francisco Vilela Resende -

Pesquisadores da Embrapa Hortaliças (Brasília/DF) estiveram em Moçambique, no período de 02 a 16 de março, para implementar unidades de observação do segundo ciclo experimental com cultivares de hortaliças na Estação Agrária do Umbuluzi, em Boane, um dos distritos produtores de hortaliças do país africano.

A missão técnica faz parte do componente produção de hortaliças, do "Projeto de Apoio Técnico aos Programas de Nutrição e Segurança Alimentar de Moçambique" e, a partir da avaliação agronômica das cultivares, objetiva-se incrementar a produção local, em volume e qualidade, e, assim, reduzir a necessidade de importação.

O primeiro ciclo experimental ocorreu de julho a dezembro/2012, e o segundo implantado na última missão acontecerá entre março e julho/2013, para que, com isso, as cultivares de hortaliças sejam avaliadas em diferentes condições climáticas. "Ainda vamos realizar um terceiro ciclo entre maio e setembro/2013 para, depois, recomendar as cultivares de acordo com o período do ano", sentencia Francisco Vilela, pesquisador integrante do projeto.

As cultivares testadas são de tomate, alface, alho, cebola, mandioquinha-salsa, cenoura, pimentão e repolho, hortaliças muito demandas pelo consumidor moçambicano. No resultado preliminar da primeira fase de testes, muitas cultivares brasileiras se destacaram em relação aos materiais comumente utilizados pelo produtor moçambicano. Nesse segundo ciclo, serão analisadas também cultivares norte-americanas de tomate, fornecidas pela Universidade da Flórida.

Além da avaliação de cultivares, os pesquisadores treinaram os técnicos de Moçambique em produção de mudas em estufas; elaboração de substratos; irrigação por gotejamento e microaspersão; preparo do solo e calagem; adubação verde e compostagem; e aplicação de princípios agroecológicos. "Eles foram capacitados em produção de hortaliças, para que tenham domínio do sistema produtivo, e instruídos em relação à condução dos experimentos no período entressafra", informa o pesquisador.

Após o segundo e terceiro ciclos de experimentos, o intuito é instalar unidades demonstrativas em área de produtores para transferir a tecnologia e observar a aceitação. "Também visamos o incentivo de programas de melhoramento genético em Moçambique, para que desenvolvam materiais adequados às condições locais e minimizem a dependência de sementes importadas da Europa e África do Sul", sublinha Vilela.

No componente de socioeconomia foi elaborado e validado o questionário para caracterização socioeconômica dos produtores de hortaliças das zonas verde da capital Maputo. Esta ação vai orientar as estratégias de transferência das tecnologias geradas no componente de produção.

Cooperação técnica

O "Projeto de apoio técnico aos programas de nutrição e segurança alimentar de Moçambique" é uma cooperação trilateral entre Brasil, Estados Unidos e Moçambique. Financiada pelos governos brasileiro, por meio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), e norte-americano, via Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), a iniciativa tem como representante do governo moçambicano o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM).

No Brasil, é coordenada pela Secretaria de Relações Internacionais da Embrapa e executada pela Embrapa Hortaliças (Brasília/DF) e pela Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro/RJ). O projeto conta com ações em todo o circuito de produção e consumo de hortaliças em Moçambique, em três componentes principais: estudos socioeconômicos; sistemas de produção; e pós-colheita e processamento.

Paula Rodrigues (MTB 61.403/SP)
Embrapa Hortaliças

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