Em tempo de Copa do Mundo, a abóbora ‘Brasileirinha" mostra as cores do Brasil
Em tempo de Copa do Mundo, a abóbora ‘Brasileirinha" mostra as cores do Brasil
Desde 2006, ano do seu lançamento, ela vem sendo uma das principais atrações nos estandes da Embrapa em exposições realizadas por esse Brasil afora. A quinta edição da Exposição de Tecnologia Agropecuária – Ciência para a Vida, realizada em abril daquele ano, foi o cenário de estréia da abóbora ‘Brasileirinha', cultivar que apresenta a casca dividida em duas cores: verde e amarela. Mas só em junho de 2006, aproveitando o clima de festa, a abóbora foi lançada oficialmente, às vésperas da Copa do Mundo de Futebol na Alemanha. Nessa Copa, em contraponto à eliminação do Brasil durante as quartas-de-final, a ‘Brasileirinha' iniciou a sua carreira de sucesso.
Com uma nova Copa do Mundo em andamento, a ‘Brasileirinha' com seu "traje" bicolor torna a entrar no noticiário, agronômico ou não. A exemplo de 2006, o pesquisador Leonardo Boiteux volta a explicar o jeito brasileiro de ser da abóbora, e remonta ao início dos anos 90 para contar como tudo começou. Segundo ele, nessa época, pesquisadores da Embrapa Hortaliças encontraram numa plantação de abóboras verdes, próxima ao Distrito Federal, uma planta com frutos de duas cores. Foram coletadas sementes e as pesquisas mostraram que se tratava de uma mutação genética, isto é, naquela planta a própria natureza havia transformado as cores dos frutos.
"Naquela ocasião, a gente pensou numa abóbora ornamental, com a cores da bandeira do Brasil. Com essa perspectiva, iniciamos o cruzamento para desenvolver frutos com os tons de verde e de amarelo mais vivos, melhorar a forma e aumentar a resistência a doenças", lembra o pesquisador. Ele acrescenta que as pesquisas também demonstraram que a característica bicolor da abóbora aumentava a quantidade de antioxidantes, quando comparada com outras cultivares.
Boiteux destaca a rusticidade da ‘Brasileirinha', "um material que enfrenta várias condições de cultivo e pode ser plantada em todas as tradicionais regiões produtoras do País", e com o mesmo sistema de produção aplicado a outros tipos de abóboras.
Apesar do seu visual, que convida a compor uma decoração, o pesquisador informa que além do aspecto ornamental, a ‘Brasileirinha' pode ser consumida como uma abóbora comum – refogada, recheada, em saladas, etc. E torce para que, nesta Copa, a "mascotinha" divida o seu sucesso com a vitória da seleção brasileira.
BAFANINHA
Boiteux lembra de um episódio ocorrido em 2006, durante visita de comitiva da África do Sul à Embrapa, quando os visitantes foram apresentados à abóbora recém-lançada. Ele conta que naquela ocasião o professor Ndabandaba, então ministro da Agricultura da província de KwaZulu-Natal, solicitou à Embrapa sementes da "Brasileirinha" para plantar em seu país. Vale destacar que, assim como o Brasil, a seleção sul-africana de futebol ostenta o verde-amarelo em suas camisas.
Sobre o assunto, o pesquisador arrisca um palpite a respeito do nome dado à ‘Brasileirinha" na África do Sul: "A nossa abóbora deve ter recebido o nome de ‘Bafaninha', já que a seleção sul-africana é chamada por lá de bafana-bafana".
Em tempo – em zulu, uma das onze línguas oficiais da África do Sul, a palavra bafana tem o significado em português de "garoto". "Bafanas-bafanas" (garotos-garotos), ficou conhecido como o grito de guerra dos torcedores sul-africanos, para estimular a sua seleção de futebol, eliminada durante a primeira fase da Copa do Mundo de 2010.
Anelise Macedo (MTB 2.749/DF)
Embrapa Hortaliças
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