Produtores de macadâmia recebem orientações sobre como evitar problemas fitossanitários, aumentar a produtividade e prevenir danos de pragas exóticas
Produtores de macadâmia recebem orientações sobre como evitar problemas fitossanitários, aumentar a produtividade e prevenir danos de pragas exóticas
O estado de São Paulo atualmente é responsável por 50% da produção nacional da noz macadâmia, espécie introduzida no Brasil em 1935. Atualmente, os maiores produtores mundiais são África do Sul, Austrália, Quênia, China, Estados Unidos (Havaí), Guatemala, Malaui, Brasil, Vietnam e Colômbia. O International Nut Council (INC) indica que o consumo mundial de castanhas e nozes cresce a uma taxa de 6% ao ano, com valorização de 400% no preço em dólar, sendo que a macadâmia encontra-se entre as mais consumidas.
Desse modo, explica a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente Jeanne Prado, líder do projeto InsetoNut, para que o mercado brasileiro consiga elevar sua produtividade e acompanhar a tendência mundial, a Embrapa e a empresa QueenNut Indústria e Comércio de Alimentos Ltda. trabalharam juntas para gerar conhecimento técnico-científico, visando minimizar perdas ocasionadas por problemas fitossanitários, potencializar a produtividade da cultura no país e prevenir potenciais danos advindos de entrada de pragas exóticas.
Pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente e da Queen Nut, em um dia de campo realizado em setembro de 2022, demonstraram os resultados dos projetos InsetoNut e FitoNut para os produtores do estado de São Paulo e da região de Dois Córregos.
Prado apresentou os principais insetos e ácaros pragas de macadâmia identificados com base em amostragens realizadas na área de produção de Dois Córregos e em outras áreas de produção no país. “O projeto tem uma grande importância para o cultivo de macadâmias no Brasil e no exterior pois por meio dessa pesquisa foi possível identificar espécies que não haviam sido relatadas em literatura internacional especializada”, disse a pesquisadora.
A polinização na produção da macadâmia, apresentada por Kátia Braga e por pesquisador Alfredo Luiz, ambos pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente, abordou o que a ciência já conhece e o que falta conhecer sobre a contribuição da autopolinização e a polinização cruzada para a produção comercial de macadâmias, por diferentes cultivares utilizadas no Brasil e no mundo, sendo a polinização cruzada reconhecida por originar a maior parte dos frutos comercializados de macadâmia.
De acordo com Braga, a presença de uma diversidade de abelhas nativas nas flores será essencial para garantir melhor resultado na polinização dos pomares e essa diversidade dependerá da qualidade ambiental das propriedades rurais, mesmo sendo abelhas manejadas. Ainda, devido ao papel da polinização cruzada na produção, Braga destacou a necessidade de os pomares serem formados pelo consórcio de diferentes cultivares.
O pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Bernardo Vieira apresentou resultados de pesquisa nas áreas de plantio da QueenNut, que mostram quais doenças ocorreram nessa cultura, que são pouco conhecidas. “A grande maioria do conhecimento disponível é proveniente de situações que ocorrem em cultivos no exterior”, explica Vieira. "Isso muitas vezes induz a erros de diagnose e a adoção de medidas de controle ineficazes".
As doenças constatadas pelo pesquisador são, em sua maioria, novas ocorrências para a cultura. Considerações sobre a ecologia dos agentes causais também foram abordados, o que contribuiu para orientar qual a melhor forma de controlar cada uma das principais doenças constatadas.
Maria Conceição Pessoa, também pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente falou sobre a identificação de pragas exóticas ausentes e destacou que entre as centenas de insetos e ácaros exóticos identificados, grande parte deles ausentes no país, 16 são pragas quarentenárias ausentes em listagem vigente do Mapa e, portanto, com maior risco de entrada e potencial de impacto econômico também a outros cultivos nacionais.
A pesquisadora também apresentou os zoneamentos territoriais, realizados pelo analista da Embrapa Territorial (Campinas, SP) Rafael Mingoti, das áreas do país favoráveis aos três insetos-pragas exóticos ausentes priorizados pelos produtores (Amblypelta nitida Coreidae, do grupo dos Fruitspotting bug; Cryptophlebia ombrodelta, mariposa do grupo dos Macadamia Nut Borer; e Scirtothrips dorsalis, tripes).
Os zoneamentos também consideraram 81 áreas produtoras nacionais de macadâmia, em 2022, informadas pela Associação Brasileira de Noz Macadâmia. Além disso, Pessoa mostrou os resultados das estimativas de durações das fases do ciclo de vida das pragas priorizadas, ressaltando a importância desse resultado em apoio a estratégias preventivas.
Para o engenheiro agrônomo da Queen Nut Macadamia Leonardo Moriya, o trabalho com a Embrapa contribuiu muito para o agronegócio da Nogueira Macadamia no Brasil. “Por este projeto, conseguimos aprender muito sobre os desafios com as pragas e doenças do cultivo, sobre os riscos das pragas quarentenárias, além da importância e contribuição das abelhas na polinização das suas flores. O dia de campo foi um evento importante, pois possibilitou o contato, o diálogo e o aprendizado entre produtores e pesquisadores”, enfatizou Moriya. Eles também visitaram o viveiro de produção de mudas e o cultivo da noz da Fazenda Palmeiras da Queen Nut.
O evento foi coordenado por Jeanne Prado e Bernardo Vieira, líderes dos projetos InsetoNut e FitoNut, respectivamente, em parceria com a Empresa Queen Nut.
Cristina Tordin (MTb 28499/SP)
Embrapa Meio Ambiente
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