O projeto piloto para recolhimento e destinação de animais mortos nas propriedades rurais de Santa Catarina será discutido hoje em Brasília, na Secretária de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A proposta será apresentada pelo secretário de Estado da Agricultura e a Pesca de Santa Catarina, Moacir Sopelsa, que estará acompanhado do Superintendente do Ministério da Agricultura em Santa Catarina, Jacir Massi, e do pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Everton Krabbe. Esse projeto piloto foi elaborado com a colaboração da Embrapa e da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – Cidasc e apresentado aos representantes das agroindústrias e dos produtores rurais durante reunião no dia 19, em Concórdia/SC.

De acordo com o secretário da Agricultura, Moacir Sopelsa, a intenção das entidades é criar um modelo que garanta a biosseguridade do processo e amenize os impactos ambientais, trabalhistas e econômicos. Segundo ele, a ideia é regulamentar o destino dos animais mortos nas propriedades rurais de Santa Catarina para que atenda os requisitos ambientais, trabalhistas e, principalmente, sanitários para que nem o produtor e nem o rebanho corram riscos. "Essa situação preocupa o setor produtivo, as agroindústrias e as entidades ligadas à preservação do meio ambiente, por isso construímos uma proposta viável e que deve garantir a segurança sanitária".

O Ministério da Agricultura calcula que o volume de aves e suínos mortos nas propriedades rurais chegue a 300 mil toneladas por ano. A orientação técnica é de que as carcaças dos animais mortos por causas rotineiras ou catastróficas sejam destinadas para a compostagem. "Entretanto, frente ao grande volume de carcaças, essa prática tem se mostrado incapaz de absorver todo o volume ocorrendo outros tipos de descartes, resultando em problemas ambientais e trabalhistas", comentou o pesquisador Everton. Outra atenção que os produtores devem ter é a de que a morte de animais por doenças de notificação obrigatória deve ser comunicada ao Ministério da Agricultura ou a Cidasc.

O projeto piloto para recolhimento e destinação de animais mortos nas propriedades rurais busca legalizar toda essa situação, envolvendo a coleta, transporte e armazenamento das carcaças. A proposta prevê a criação de Unidades Processadoras de Referência que, sob fiscalização oficial, farão a destinação de forma segura e viável dos animais mortos. Esses empreendimentos deverão ter dedicação exclusiva e unicamente para a produção final de óleo para biodisel e farinhas para fertilizantes. A Embrapa Suínos e Aves utilizará essas unidades para a execução do Projeto Tecnologias para a Destinação de Animais Mortos, que irá subsidiar o Ministério da Agricultura na regulamentação dos procedimentos de destino dessas carcaças.

TEC-DAM - Coordenado pela Embrapa Suínos e Aves, o projeto "Tecnologias para Destinação de Animais Mortos" tem como propósito avaliar, desenvolver e aprimorar soluções tecnológicas e subsidiar a formulação de normativas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, visando a correta destinação dos cadáveres de animais mortos ao longo da cadeia produtiva de aves, suínos e bovinos de leite.

A atuação dos pesquisadores e técnicos envolvidos se dará por meio de planos de ação distintos, que envolvem os principais temas, como compostagem, rotas tecnológicas, remoção de carcaças, farinha de animais mortos e análise de riscos, além de um plano específico para a transferência e comunicação. "Com este projeto, a Embrapa pretende subsidiar a normatização da destinação de animais mortos, avaliando as tecnologias e soluções que temos disponíveis especialmente do ponto de vista de riscos. O trabalho será em conjunto com o MAPA e demais instituições envolvidas, olhando para cadeia produtiva de maneira ampla", destacou o pesquisador Everton, responsável pelo projeto.

*Com informações da Secretária de Estado da Agricultura

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