02/12/22 |

GeoAtlas é utilizado para o desenvolvimento de pesquisas escolares

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

Foto: Alan Rodrigues

Alan Rodrigues -

Os dois volumes do Atlas Escolar da Região Metropolitana de Campinas (GeoAtlas), confeccionados pela Embrapa Territorial em parceria com a Prefeitura, foram o ponto de partida para a elaboração dos projetos apresentados no VII Fórum Estudantil de Pesquisa (FEP), realizado nos dias 29 de novembro e 1º de dezembro, em Campinas, SP. Durante o evento, foram expostos os resultados das pesquisas desenvolvidas ao longo do ano por 147 professores e mais dois mil estudantes da Educação Infantil e do Ensino Fundamental das escolas da rede municipal. O FEP é a atividade final do Programa de Pesquisa e Conhecimento na Escola (Pesco), uma iniciativa da Secretaria de Educação que visa estimular o espírito científico dos alunos por meio de atividades investigativas inseridas no currículo escolar. 

Presente aos dois dias do evento, a pesquisadora Cristina Criscuolo, da Embrapa, uma das editoras dos dois volumes do GeoAtlas, disse que o FEP é uma oportunidade para conhecer como o material está sendo explorado em sala de aula. “Cada escola trouxe um pouco da sua experiência de como trabalhou com o tema da agricultura e outros assuntos do atlas durante o ano”, disse. Foram mais de 40 trabalhos, cada qual abordando diversos campos do saber. Cristina também elogia a iniciativa de aplicar a pesquisa no ambiente escolar. “É uma grande oportunidade para a ciência entrar na vida deles desde pequenos, com atividades práticas, observação e contato”, considera. 

Os professores da rede municipal aderem ao Pesco voluntariamente. Os inscritos no programa participam de uma formação anual com o objetivo de desenvolver projetos com os alunos. O GeoAtlas é um dos módulos do treinamento. Além das informações demográficas, econômicas e históricas, o livro mostra como a agropecuária está presente nos municípios da região metropolitana de Campinas. Os professores cursistas devem apresentar o atlas em sala e, a partir dele, junto com os estudantes, definir o tema da pesquisa que será feita.

Hérica do Valle é professora do 1º ano da EMEF Edson Luis Lima Souto e participa do Pesco desde o princípio do programa. Ela conta que os seus alunos decidiram fazer pesquisas sobre alimentação saudável após observarem as imagens das frutas, verduras e legumes no GeoAtlas. Os jovens saíram a campo para fotografar plantações no bairro; conheceram uma horta orgânica em Americana (uma das cidades vizinhas); conheceram uma composteira e estudaram os benefícios das frutas e legumes para a saúde.

O desenvolvimento da pesquisa, ela ressalta, gerou mudança de comportamento nas próprias crianças. “Em uma de nossas rodas de conversa, chegou o assunto de que se você não se alimenta bem, você fica doente e vai para o hospital. Uma criança que não comia [o alimento oferecido na escola] ficou tão marcada com essa informação que começou a comer. No início, pouquinho, e agora já está se alimentando de tudo o que se serve na escola. Só com isso já está valendo a pesquisa”, sorri.

Ana Lucia Picoli, coordenadora do Pesco para o Ensino Fundamental, considera que o método investigativo envolve o aluno e, por isso, é um importante recurso para o aprendizado de conteúdos. “Muitos professores reclamaram da falta de interesse e de envolvimento dos estudantes na volta da pandemia. O desenvolvimento desses projetos aumentou o interesse dos jovens por temas da sala de aula. Acredito que a pesquisa como princípio educativo envolve mais o estudante. Isso porque a aprendizagem vai acontecendo sem que o aluno perceba que aquilo tudo é um conteúdo de escola”, disse.

 

A curiosidade infantil

Para José Tadeu Jorge, secretário de Educação de Campinas, a curiosidade das crianças é natural e essa é a essência do fazer pesquisa. “[Incluir a pesquisa no currículo escolar] faz com que a criança se interesse mais com os temas que ela aprendeu em classe, e esse processo de formação será mais eficiente. Será uma experiência que a criança não abandonará”, afirma.

Esse é o segundo ano de participação da Educação Infantil no Programa de Pesquisa e Conhecimento na Escola. Diferentemente da metodologia trabalhada com os estudantes do Ensino Fundamental, para os pequenos, de 3 a 5 anos, a abordagem deve ser outra, como explica Karina Fernandes, coordenadora do Pesco para Educação Infantil. “Na Educação Infantil, as pesquisas ocorrem por meio de brincadeiras e interações; não tem foco em conceito e conteúdo”, diferencia. Para ela, o mais importante é valorizar as ideias das crianças de forma muito cuidadosa, com escuta atenta.

Foi o que fez Fernanda Mancini (foto com a sua turma acima), professora do Agrupamento III-A da CEI Maria Beatriz Carvalho Moreira. No estande da escola no Fórum, estavam expostas as marcas das mãos das crianças em diversas cores e matizes. A ideia era trabalhar as pinturas rupestres. “Após ver fotos de figuras rupestres no GeoAtlas, as crianças queriam saber como se faziam aqueles registros nas paredes das cavernas sem tinta nem pincel. [Então] começamos a testar os elementos da natureza [como forma de tinta], como a terra, temperos, frutas, gravetos e carvão. Usamos como apoio outros livros de arte rupestre e o resultado você está vendo aqui”, disse, apontando para os cartazes com as mãos dos pequenos autores. Essa é a sua primeira experiência no programa e, em sua avaliação, o aprendizado alcançado valeu todo o empenho. “As crianças são curiosas, e os questionamentos que elas fazem vão além da pergunta original. Aprendi muito com elas”, disse. 

A experiência da professora Vanessa Rangel com a CEI Adão Emiliano também foi muito positiva. Ao explorar o atlas escolar em classe, percebeu interesse das crianças pelas imagens de folhas e trabalhou o tema com os pequenos, com observações dos tamanhos e formatos. Ela também ressalta que aprendeu muito com a pesquisa feita. "Agora eu fico olhando todos os formatos de folhas possíveis, em árvores e até em toalhas de mesas", diverte-se.

O uso do GeoAtlas como fonte de consulta para o desenvolvimento da pesquisa na escola relaciona-se com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4, que versa sobre uma educação de qualidade.

 

Estande 

No estande da Embrapa Territorial, os participantes puderam disputar jogos, realizar passatempos, levar souvenirs e assistir a animações sobre a pesquisa agropecuária em exibição na televisão montada no local. A equipe que trabalhou no evento foi formada pelos analistas Vera Viana, Bibiana Almeida, Alexandre da Conceição e pelas pesquisadoras Cristiaini Kano e Cristina Rodrigues. 

José Gilberto Jardine, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia, compôs a mesa de abertura do evento, no dia 29 de novembro, juntamente com a pesquisadora Cristina Criscuolo, o secretário de Educação de Campinas, e outros representantes da Prefeitura. Os jovens Gabriel dos Santos e Luiz Oliveira representaram os alunos.

 

Alan Rodrigues (MTb 2625/CE)
Embrapa Territorial

Contatos para a imprensa

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Galeria de imagens

Encontre mais notícias sobre:

geoatlaspescopesquisa-na-escola