AgNest recebe lavoura-piloto onde startups validarão tecnologias para o agro
AgNest recebe lavoura-piloto onde startups validarão tecnologias para o agro
O espaço é um laboratório vivo que vai unir agricultura, conectividade e ciência no mesmo ambiente
A Embrapa, Nutrien, Banco do Brasil, Jacto e Bayer, empresas parceiras do AgNest, executaram, em novembro, a semeadura da primeira safra de soja do empreendimento com total emprego de tecnologias de Agricultura de Precisão e Digital (AP). A lavoura-piloto, formada em uma área de 10 hectares, em Jaguariúna, SP, junto à Embrapa Meio Ambiente, representa um marco no compromisso das empresas com o lançamento do AgNest, que irão possibilitar que startups consigam, em breve, reproduzir os cenários do ecossistema produtivo da agricultura empregando tecnologias de sensoriamento e de conectividade.
Liderado pela Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) e Embrapa Agricultura Digital (Campinas, SP), em conjunto com as empresas parceiras fundadoras, o AgNest é um centro de inovação, configurado como fazenda-laboratório, onde startups poderão interagir com empresas e outros agentes para fomentar ideias no contexto da inovação aberta, além de criar redes capazes de conectar essas corporações aos cenários da ciência e dos mercados.
O kick off, com a lavoura-piloto, começa a pavimentar as ações estabelecidas para esse ambiente de inovação diferenciado, criando o roadmap do AgNest que tem como premissa a agricultura digital e a sustentabilidade. Conforme salienta Paula Packer, chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, “esse farm lab já vem balizado como algo inovador, pois se estrutura como um ambiente holístico e conectado, para o empreendedorismo colaborativo, no qual startups, empresas de médio e grande porte e a pesquisa interajam em diferentes agendas para o desenvolvimento de tecnologias disruptivas no contexto AgroBioTech.”
Para Renato Luzzardi, líder estratégico de Inovação e Parcerias em Pesquisa & Desenvolvimento da Bayer para a América Latina, a implementação da safra-piloto no hub vai permitir levar as startups, que serão selecionadas, para validarem tecnologias e realizarem provas de conceito no espaço, já no primeiro trimestre de 2023. Conforme ele, até lá a cultura da soja semeada já estará estabelecida, o que viabilizará o início das ações de pesquisa no ambiente.
“Nós da Bayer teremos uma participação intensa no hub. Seremos, juntamente com os parceiros, responsáveis pela seleção das agtechs e também por colaborar no projeto com o capital intelectual da empresa, pois entendemos que para inovar é preciso cocriar. Por essas razões, estamos animados com todo o trabalho que foi feito e com o que está sendo executado”.
Já Gilberto Nogueira, especialista em agronegócio da Jacto Máquinas Agrícolas, relata que a operação de semeadura foi uma oportunidade para as empresas parceiras atuarem de forma sinérgica. “Vemos o AgNest como uma grande oportunidade de agregarmos novas tecnologias e soluções inovadoras ao dia a dia dos produtores rurais brasileiros, para ajudar a detectar as variações dentro de um mesmo espaço de produção, possibilitando, por exemplo, manejos muito mais racionais”.
Para Luis Marques, especialista de projetos agro da Nutrien, a ideia do projeto é transmitir, não apenas ao produtor rural, mas igualmente ao mercado, a validação do conceito da agricultura digital, evidenciando que ela pode ser rentável e sustentável ao mesmo tempo. “Nesta safra piloto, iremos aplicar alguns conceitos de taxa variável, otimização de insumos, redução de diesel, água e algumas benfeitorias ao solo, principalmente com o uso de uma estação meteorológica, em que já no plantio conseguimos obter o acumulado de chuvas e conhecer as previsões de precipitações futuras.”
Marcelo Matsumura, engenheiro agrônomo e assessor de agronegócios do Banco do Brasil, explica que, além dos importantes dados que serão gerados na safra piloto, “outra oportunidade para o banco é se inserir no cenário de inovação da agricultura brasileira”. Matsumura também ressalta que o BB vai levantar dados da viabilidade econômica da lavoura do AgNest, para mapear os custos de tecnologia de AP. Estas informações poderão servir para apoiar tomadas de decisão em futuras operações de crédito de safras tecnificadas, por exemplo. “A integração com as demais empresas que fazem parte do AgNest possibilitará ao Banco do Brasil trazer mais valor aos seus clientes, seja na gestão de suas propriedades ou na mitigação dos riscos das atividades”, declara.
Planejamento e logística
A operação de semeadura envolveu uma série de procedimentos tecnológicos e logísticos, dos quais participaram a Embrapa e parceiros. Em uma primeira fase foram realizadas análises de solo, cujos resultados foram integrados na plataforma de agricultura digital da Nutrien. A plataforma recomendou as melhores cultivares com base nas características do solo, clima e histórico regional.
Com base nas recomendações, os técnicos da Embrapa definiram a janela de semeadura nas melhores condições de chuva, por meio do ZARC - Plantio Certo, aplicativo gratuito desenvolvido pela Embrapa Agricultura Digital. A ferramenta verifica as janelas de semeadura onde há menor probabilidade de quebra de safra por eventos climáticos adversos para 43 safras agrícolas e sistemas de produção, em mais de cinco mil cidades brasileiras.
O preparo do solo foi feito pela Jacto Máquinas Agrícolas, que forneceu o que há de mais moderno em maquinário agrícola para o processo. Uma plantadeira Meridia foi usada para 13 linhas de semeadura. O dispositivo é capaz de garantir quantidade e espaçamento suficientes na hora da semeadura, o que aumenta a produtividade. A Jacto também mobilizou um piloto automático para o trator, pulverizador e o software EKOS, uma plataforma de gestão on-line, que permitiu o acompanhamento de todas as operações da lavoura.
Para apoiar a semeadura, a AGCO Equipamentos Agrícolas forneceu à Embrapa um trator adequado para a plantadeira e tecnologia de sensoriamento. Após a semeadura, a lavoura recebe acompanhamento agronômico semanal para verificação do desenvolvimento, que inclui voos regulares de drones. Já o técnico da Embrapa Henrique Barros Vieira, destaca o espírito colaborativo que existe no DNA do AgNest, onde as empresas parceiras trabalharam em grupo para produzir algo de valor.
Laboratório vivo para agtechs
O AgNest tem como foco promover a inovação aberta e o empreendedorismo, oferecendo um ambiente com condições de dar suporte às startups, seja nas fases de ideação até a atuação comercial, com uma infraestrutura e conectividade para realização de operações em cultivos diversos. O empreendimento ocupa uma área experimental de 60 hectares e segue o conceito plug and play, em que as startups e as empresas parceiras, isoladas ou conjuntamente, podem acessar o ambiente de laboratório vivo e acelerar a geração de inovações para o setor.
O AgNest está localizado a 10 minutos de Campinas (SP) e inserido no Corredor de Inovação Agropecuária de São Paulo, considerado um importante polo de ciência, tecnologia e inovação, com a presença de universidades e institutos de pesquisa, e uma concentração considerável de empresas privadas, aceleradoras, incubadoras e investidores. Também está a apenas 1h30 de São Paulo, cidade com maior número de agtechs do Brasil.
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