19/12/22 |   Agricultura familiar  Biodiversidade

Oficina aborda boas práticas na preparação de farinhas alternativas

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Foto: Ronaldo Rosa

Ronaldo Rosa - Reunião de produtores e técnicos investe na melhoria das práticas de produção de farinhas a partir de frutos e tubérculos

Reunião de produtores e técnicos investe na melhoria das práticas de produção de farinhas a partir de frutos e tubérculos

Agricultores familiares e extrativistas do Nordeste Paraense e região das ilhas de Belém participaram da 1ª Oficina do Projeto Rede Quirera, realizado nos dias 5, 6 e 7 de dezembro, na sede da Embrapa Amazônia Oriental. O evento debateu sobre as ações do projeto, perspectivas para 2023, além de teoria e prática sobre tecnologias para a obtenção de farinhas alimentícias.

A Rede Quirera foi o primeiro projeto de inovação social aberta em execução pela Embrapa Amazônia Oriental, iniciado em 2019, para atuar, por meio da troca e construção coletiva de saberes, auxiliar no resgate, valorização e profissionalização de parte da cultura alimentar do nordeste paraense. Nesse projeto, o saber e as práticas tradicionais de agricultores familiares e extrativistas se unem à ciência agropecuária para a fabricação de farinhas alimentícias tendo como base produtos e bioativos da sociobiodiversidade da região.

Dalva Mota, pesquisadora da Embrapa, explica que embora o projeto tenha como uma de suas finalidades a fabricação de farinhas alimentícias de frutas e tubérculos da região, é mais que isso, pois atua também na valorização do trabalho e da organização dos agricultores que integram a Rede Bragantina de Economia Solidária Artes e Sabores, da Cooperativa Mista dos Agricultores e Agricultoras Familiares entre os Rios Caeté e Gurupi (Coomar), e do Movimento de Mulheres das Ilhas de Belém (MMIB). “O projeto cria ambientes nos quais se possa dialogar sobre produtos da agrobiodiversidade, presentes nas comunidades, e que estavam se perdendo da tradição alimentar local, sendo desperdiçados ou subaproveitados, como tubérculos e frutos, a exemplos do cará e da pupunha”, explica a pesquisadora.

Ainda de acordo com a pesquisadora, com safras curtas porém abundantes, alimentos tradicionais eram consumidos apenas in natura e que a transformação desses produtos em farinhas, preserva as propriedades nutricionais importantes para a segurança alimentar das comunidades, assim como possibilita agregação de valor e geração de renda, por meio da comercialização.

 

Inovação social une saberes e projeta renda

 

A produção e consumo de farinhas artesanais feitas, por exemplo, do cará ou araruta, tubérculos comuns no nordeste paraense, já integrava a rotina da Rede Bragantina, mas faltava a profissionalização no processo de fabricação, assim como a adequação à legislação para o aprimoramento da qualidade e do tempo de prateleira dos produtos.

Nazaré Reis, assessora técnica da Rede Bragantina, avaliou como positiva a oficina e destacou a inovação social que se constrói a partir da aproximação dos saberes dos agricultores familiares com as tecnologias preconizadas pela ciência, por meio da Embrapa. “Essa oportunidade dada aos membros da rede é ímpar, pois traz melhorias aos processos que já eram realizados com produtos locais, com novos conhecimentos e informações e assim valoriza ainda mais a produção familiar e a biodiversidade que se encontram nesses territórios”, enfatiza.

Para Márcio Ramos, representante da Coomar, cooperativa que reúne mais de 400 famílias de agricultores familiares em cinco municípios do nordeste paraense, essa aproximação da pesquisa com os cooperados, cria novos horizontes com possibilidades de conservação dos costumes das comunidades, mas também de mudança e melhorias no quadro social da cooperativa. “Essa troca de saberes na fabricação de farinhas potencializa nossa capacidade produtiva a partir das coisas que já temos na comunidade, com perspectiva de aumento de renda e até fortalecimento em nossos processos de organização”, afirmou.



Oficina abordou boas práticas na obtenção de farinhas alimentícias
 

Durante os três dias de oficina, pesquisadores, lideranças e agentes multiplicadores trocaram saberes e aperfeiçoaram as técnicas de produção de farinhas. As pesquisadoras Alessandra Ferraiolo, Ana Vânia Carvalho, Rafaella Mattietto e Laura Abreu conduziram as boas práticas no processamento das farinhas, ministradas no Laboratório de Agroindústria da Embrapa Amazônia Oriental.

Foram diversos conteúdos para os processos de obtenção, finalizando com sugestões de uso, aplicação e degustação de produtos, das farinhas resultado da oficina.
 

Kélem Cabral
Embrapa Amazônia Oriental

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Telefone: (91) 3204-1213 e (91) 99144-0125

Mais informações sobre o tema
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