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Cevadas forrageiras são destaque da Embrapa na Expodireto Cotrijal

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Foto: Luiz Eichelberger

Luiz Eichelberger - Cultivar de cevada BRS Korbel é um dos lançamentos

Cultivar de cevada BRS Korbel é um dos lançamentos

A Embrapa participa da Expodireto Cotrijal 2023, de 6 s 10 de março, em Não-Me-Toque, RS, com mais de 50 tecnologias em sistemas de produção de grãos, pecuária, frutas e hortaliças. Entre as novidades, estão duas cultivares de cevada forrageira capazes de atender a demanda de grãos para ração e silagem na produção animal.

No cenário mundial, 65% da produção de cevada é destinada à alimentação animal. Como o Brasil dispõe de outras opções de forragens de verão, o melhoramento genético brasileiro sempre esteve voltado à produção de cevada cervejeira, orientado por parâmetros de qualidade como baixo teor de proteínas e grãos com 95% de germinação. Quando os grãos não atingiam o padrão para malteação, acabavam destinados à alimentação animal, com remuneração de, aproximadamente, 50% do valor da cevada com padrão cervejeiro.

Agora a pesquisa trabalha voltada ao desenvolvimento de cultivares de cevada com maiores teores de amido e proteína, características demandadas na cadeia de proteína animal. Assim surgiu a BRS Korbel, primeira cultivar desenvolvida para atender a alimentação animal: “No programa de melhoramento genético de cevada, conduzido pela Embrapa, verificamos que algumas cultivares não servem para produção de malte, mas são altamente produtivas em grãos e biomassa, o que levou a uma nova linha de pesquisas com resultados que estão chegando agora ao produtor”, conta o pesquisador  Aloisio Vilarinho, da Embrapa Trigo.

Cevada BRS Korbel: Lançamento Embrapa 2023, com disponibilidade de sementes no mercado para a próxima safra de inverno. Indicada para produção de forragem nos estados do RS, SC e PR. Ciclo médio (espigamento em 80 dias e maturação em 130 dias); altura de 80 cm; resistente ao oídio; potencial de rendimento de 6 mil kg/ha em grãos, até 40 ton/ha de massa verde e 14 ton/ha de massa seca.

 

Oportunidade na terceira safra na Região Sul

Na região fria do Brasil (RS, SC e sul do PR), os cultivos sempre estiveram voltados a duas safras de grãos, uma no verão (soja/milho) e outra no inverno (trigo/cevada/aveia). “Entre a colheita da soja, até meados de março, e a semeadura de inverno, em junho/julho, o solo geralmente fica descoberto ou com a cobertura de plantas que não geram receita. Essa foi a motivação que levou a Embrapa Trigo a buscar a parceria das cooperativas, através da RTC/CCGL, para avaliar alternativas que pudessem compor o sistema de produção. Uma das melhores opções foi a cevada, desenvolvida com ciclo ultraprecoce, capaz de ser cultivada durante o outono”, explica o pesquisador Osmar Conte, da Embrapa Trigo.

A cultivar BRS Entressafras/CVA 118 foi avaliada durante quase sete anos, para permitir o melhor encaixe entre a soja e o trigo, principais culturas da região. “A cultivar BRS Entressafras entra logo após a colheita da soja e está pronta para silagem em 75 dias. Para a colheita de grãos são 100 dias. Como o risco de geadas no mês de maio é alto, e a cultivar ainda não conta com zoneamento agrícola, em caso da lavoura ser comprometida pelo clima, é possível o aproveitamento das plantas para silagem”, conclui o pesquisador.

Cevada BRS Entressafras/CVA 118: Cevada forrageira, em fase de multiplicação de sementes, com previsão para chegar ao mercado em 2024. Rendimentos de grãos entre 2.000 e 3.500 kg/ha e entre 4 a 5 mil kg/ha de massa seca. Exigente em solos corrigidos e com boa fertilidade. Em avaliação nos estados do RS, SC e PR.

 

Diversidade de tecnologias

Participam, desta edição da feira, 9 unidades da Embrapa: Arroz e Feijão, Clima Temperado, Gado de Corte, Gado de Leite, Meio Ambiente, Milho e Sorgo, Pecuária Sul, Soja e Trigo. Em campo, estarão à mostra na vitrine 6 cultivares de soja (novidade BRS 6105RR), 9 cultivares de cereais de inverno (novidades como o trigo BRS TR271, o triticale BRS Zênite e as cevadas BRS Korbel e BRS Entressafras), 6 cultivares de batata (conjunto de batatas-doce coloridas e biofortificadas), 6 cultivares de feijão e 13 forrageiras de verão (capim elefante, Panicum, capim sudão, braquiária, milheto e sorgo). O espaço contempla diversas alternativas para compor sistemas de Integração Lavoura-pecuária, com orientações sobre planejamento forrageiro ou o sistema Pasto sobre Pasto.

No espaço institucional da Embrapa, serão apresentadas novidades em bioinsumos, morangos (apresentação da nova cultivar de morangueiro BRS DC25 Fênix), sementes de azevém e trevo-branco, além de orientações para o manejo de invasoras na integração da soja com a pecuária.

 

Combate à seca

As pesquisas da Embrapa estão atentas a difusão de conhecimentos capazes de combater as frequentes estiagens que comprometem os resultados na agricultura e na pecuária, especialmente no Rio Grande do Sul. A diversificação de cultivos de grãos, com a maior oferta de culturas, em diferentes épocas de cultivo e nas mais variadas condições de clima e solo, além de ampliar a oferta de forrageiras para sustentabilidade da produção pecuária são apresentadas todos os anos na Expodireto.

Entre as tecnologias avaliadas pela Embrapa capazes de mitigar os efeitos do déficit hídrico estão os bioinsumos. Durante a Expodireto serão apresentados os bioinsumos AzoTotal – inoculante que promove maior desenvolvimento do sistema radicular em gramíneas; Auras - inoculante bacteriano para promoção de crescimento e proteção de plantas contra a seca em soja e milho; e o BiomaPhos - inoculante para mobilização biológica de fósforo, que permite uma maior disponibilidade desse nutriente para as plantas.

Nesta edição, a Embrapa Trigo também vai apresentar os resultados de um experimento conduzido em Passo Fundo, RS, que avaliou os efeitos da limitação química do solo sob pressão do déficit hídrico em trigo e soja, na safra 2022/2023. “Já sabemos os prejuízos causados pela limitação física do solo em anos de estiagem, com a compactação que limita o acesso das raízes em profundidade. Queremos verificar agora o quanto a limitação química, como correção e fertilidade, pode afetar os rendimentos de grãos”, explica o pesquisador André do Amaral, da Embrapa Trigo. O trabalho faz parte do programa Duas Safras e será apresentado no estande do Senar-RS, durante toda a semana da Expodireto.

Prosa Rural - Cevada na alimentação animal

 

Joseani Antunes (MTb 9693/RS)
Embrapa Trigo

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Cristiane Betemps (MTb 7418/RS)
Embrapa Clima Temperado

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