Curso virtual de saneamento ultrapassa mil inscrições em menos de 24 horas e webinar mais de 2 mil visualizações
Curso virtual de saneamento ultrapassa mil inscrições em menos de 24 horas e webinar mais de 2 mil visualizações
O curso, antes realizado presencialmente com cerca de 100 participantes, no máximo, já recebeu mais de mil inscrições no formato virtual, possibilitando que interessados de todo o país tenham a oportunidade de fazer a capacitação.
Em menos de 24 horas, o primeiro curso virtual de saneamento básico rural, lançado nesta quarta-feira (15) durante um webinar, já recebeu mais de mil inscrições na Plataforma e-Campo, Ambiente Virtual de Aprendizado (AVA) da Embrapa. O webinar, realizado pelo canal da Embrapa no Youtube com especialistas no tema, atraiu virtualmente mais de 200 participantes de diferentes formações e regiões do Brasil e já ultrapassou 2 mil visualizações.
O curso gratuito, organizado e promovido pela Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP), tem o objetivo de capacitar e formar agentes multiplicadores em tecnologias do saneamento básico rural. “Antes realizado presencialmente, o formato virtual adotado tem a proposta de ampliar a capilaridade no tema, para que mais pessoas tenham a oportunidade de conhecer e se capacitar em tecnologias de saneamento”, esclareceu o coordenador do curso, o pesquisador Wilson Tadeu Lopes da Silva.
Pelo chat, local usado para conversar via internet em tempo real com pessoas que estão distantes, os participantes demonstraram que a discussão sobre o saneamento é urgente e de extrema importância para o país. Um deles chegou a sugerir a inclusão do tema no currículo escolar de escolas da área rural, para que crianças e adolescentes tenham conhecimento dos impactos positivos e negativos do saneamento básico para a saúde e meio ambiente.
A presidente- executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, uma das palestrantes do webinar, lembrou que há mais de 39 milhões de pessoas residentes do campo, sendo que 49,5% fazem uso de fossas rudimentares, de acordo com o Programa Nacional de Saneamento Rural (PNSR, 2018).
Em 2023, ela disse que o “Esgotômetro”, ferramenta para medir a precariedade dos serviços de saneamento e que pode ser consultada no site do Trata Brasil, já apontou o equivalente a mais de 388.121 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento despejados na natureza, são 5.500 diariamente.
“A área rural tem impacto direto, muitas vezes na captação, no abastecimento de uma cidade. Entendemos que o curso é de extrema relevância, para que haja capacitação de multiplicadores, para que as pessoas que residem na área rural possam identificar qual é a característica do seu manancial, da bacia hidrográfica na qual estão inseridas, como implantar o saneamento básico de acordo com a melhor solução para cada situação”, disse a presidente do Instituto.
Ela reforçou a importância da capacitação. “Iniciativas como essa da Embrapa ajudarão a preparar profissionais que colaborarão com as soluções de esgotamento sanitário, com a oferta de água na quantidade e qualidade ideal para a população rural”, concluiu a presidente do Trata Brasil, instituto com quem a Embrapa Instrumentação mantém parceria desde 2018.
Helder dos Santos Cortez, diretor de Negócio do Interior da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), que trabalha há 27 anos na área de saneamento, disse que a população rural está espalhada em todo o Brasil. “O curso vai dar a oportunidade a esta população de ter acesso às informações sobre as tecnologias de saneamento básico rural”, afirmou.
Segundo ele, não é possível implantar sistemas de saneamento, sem o envolvimento dos beneficiados. “Eles têm de participar desde o pensar até a gestão. E esse pensar vai ficar mais aguçado, mais importante com o curso promovido pela Embrapa”, diz. Cortez afirmou que o curso vai ampliar a visão de gestores, geralmente voltada ao saneamento urbano, mas que pode ir agora tanto para o aglomerado rural como para o disperso.
“A partir da compreensão do que é saneamento rural, que se consiga fazer uma tecnologia destinada a comunidade, a um custo possível de ser executado, de ser adquirido e implantado e da gestão facilitada, se terá os benefícios da qualidade de vida, aumento da capacidade econômica e técnica, progresso nas políticas públicas, redução das doenças veiculadas por meio da água, proteção dos mananciais e meio ambiente. Por isso, quero parabenizar a Embrapa pela feliz ideia deste curso”, afirma o diretor da Cagece.
Estrutura do curso
Na Plataforma e-Campo, o interessado encontrará informações gerais do curso, que é autoinstrucional e autoexplicativo, ou seja, não existe tutoria, e instruções de como proceder. Para acessar a plataforma e se inscrever, entre aqui.
Segundo Wilson Tadeu, a capacitação foi pensada de modo a fornecer material didático de fácil compreensão, com viodeoaulas de curta duração, entre 15 e 20 minutos, e com diversos recursos gráficos para facilitar a visualização e o aprendizado.
Ao final de cada módulo, o inscrito terá acesso a um arquivo com material compactado da aula, bem como exercícios de fixação do conteúdo. Ao concluir o curso, os participantes receberão automaticamente um certificado de participação.
O conteúdo da capacitação virtual está estruturado em três módulos com carga total de 20 horas. As videoaulas serão apresentadas pelo pesquisador Wilson Tadeu e pelo analista e engenheiro civil Carlos Renato Marmo e palestrantes convidados de instituições como a Universidade de Campinas (Unicamp), Universidade de São Paulo (USP), ONGs e de prefeituras municipais.
O módulo 1 vai tratar dos recursos hídricos e conceitos do saneamento básico, enquanto o módulo 2 vai focar especificamente nas tecnologias sociais - Fossa Séptica Biodigestora, Jardim Filtrante e Clorador Embrapa - desenvolvidas pela Embrapa para saneamento básico rural, entre outras, bem como o reuso seguro do efluente do esgoto tratado e aspectos sociais relativos ao tema. O último módulo vai abordar a transferência de tecnologias, gestão e políticas públicas em saneamento rural, entre outros assuntos.
Wilson Tadeu diz que ao final do curso, realizado com o apoio de emenda parlamentar do deputado federal Francisco Everardo Tiririca Oliveira Silva, espera que os multiplicadores capacitados sejam capazes de identificar as características do saneamento básico rural.
“Esperamos que com a capacitação eles estejam aptos a identificar as características e benefícios das tecnologias sociais desenvolvidas para o saneamento rural. Além disso, espera-se que os multiplicadores consigam reconhecer as principais políticas públicas vigentes para o saneamento rural no Brasil, identificando estratégias para a gestão e monitoramento dos sistemas e cases de sucesso implementados pela Embrapa e parceiros”, afirma o pesquisador.
Pioneirismo em saneamento rural
A Embrapa Instrumentação atua desde 2001 com tecnologias sociais destinadas à promoção do saneamento básico em áreas rurais, periurbanas e comunidades isoladas. Ao longo de duas décadas tem realizado capacitações e instalado soluções tecnológicas de saneamento de Norte a Sul do país, além de cursos presenciais na sede do centro de pesquisa em São Carlos.
A Fossa Séptica Biodigestora, uma das tecnologias que serão abordadas no curso, já está presente nas cinco regiões do país e gerando benefícios para mais de 57 mil pessoas com cerca de 12 mil unidades instaladas.
Para o chefe-geral da Embrapa Instrumentação, José Manoel Marconini, que abriu o webinar, a adoção do sistema de saneamento pelo Brasil afora se deve a força das parcerias formalizadas ao longo de mais de 20 anos do desenvolvimento do sistema de saneamento básico rural, que inclui a Fossa Séptica Biodigestora, Clorador Embrapa e Jardim Filtrante.
“Queremos entregar saúde ao trabalhador rural, aliado à produção do fertilizante gerado pela Fossa Séptica Biodigestora, melhora tanto do ponto de vista de renda como de saúde no campo”, disse ao se referir a instalação do sistema de saneamento básico rural.
O curso virtual e gratuito é disponibilizado em um momento em que se discute meios para atingir as metas do Novo Marco Legal do Saneamento (Lei 14.026/2020), que preconiza água potável para 99% da população e 90% de coleta e tratamento de esgoto até 2033, para universalizar os serviços de esgotamento sanitário no país.
O sistema de saneamento básico rural proposto pela Embrapa está em sintonia com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável nº 6 – Água e Saneamento – e suas 8 metas. Mas também está conectado aos ODS números 1 (Erradicação da Pobreza), 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável), 3 (Saúde e Bem-Estar), 5 (Igualdade de Gênero), 10 (Redução das Desigualdades), 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis), 15 (Vida na terra), 16 (Paz, Justiça e Instituições Eficazes) e 17 (Parcerias e Meios de Implementação).
Joana Silva (MTb 19554)
Embrapa Instrumentação
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