A Assembleia Legislativa de Alagoas promoveu, em 3 de abril, uma audiência pública para debater a necessidade de organização, produção e desenvolvimento do Arranjo Produtivo Local (APL) da apicultura no estado. A sessão proposta pelo deputado estadual Inácio Loyola (MDB) teve participação de parlamentares federais e estaduais e de empresários e produtores da região, que buscam apoio das instituições governamentais e dos segmentos que estimulam o empreendedorismo. Essa iniciativa partiu do engenheiro agrônomo Mário Agra Júnior, presidente da Uniprópolis e apicultor em Alagoas, que solicitou ao deputado para que fosse realizada a sessão especial sobre a cadeia produtiva. A Embrapa Alimentos e Territórios foi representada pelo chefe-geral, João Flávio Veloso, que falou sobre os benefícios e potencialidades da cadeia para o desenvolvimento do estado, especialmente por conta da vantagem comparativa que Alagoas tem para a apicultura. “É uma das cadeias produtivas que o estado realmente tem uma condição de ser competitivo em termos de produção”, destaca Veloso. Além disso, a cadeia tem possibilidade de gerar produtos diferenciados e com foco em diferentes mercados, desde o pólen até os vários tipos de própolis e meles, a partir da criação das abelhas com e sem-ferrão. Veloso enfatizou, ainda, o potencial da própolis vermelha, principal tema da audiência pública, que está alinhado aos trabalhos desenvolvidos pela Embrapa. A própolis vermelha dos manguezais de Alagoas é reconhecida com o selo de indicação geográfica do tipo denominação de origem, e é produzida por cerca de 120 produtores em 22 municípios alagoanos. “É importante que essa indicação geográfica se fortaleça, gere renda e inclua mais produtores e empresários”, avalia. Para o presidente da Uniprópolis, o apoio da Embrapa tem sido fundamental nesse processo, para a superação de gargalos da produção. “Estamos procurando alternativas para expandir as exportações, o que envolve um pouco mais de profissionalização, escala de produção e resolver alguns gargalos”, informa. O grande mercado para a própolis é o asiático, uma vez que o consumo do produto está muito alinhado aos hábitos alimentares desse povo, avalia Agra, embora o interesse do mercado internacional seja, principalmente, pela matéria-prima, a resina. Entretanto, o extrato agrega um valor considerável e, por isso, há uma forte expectativa para aprimorar os processos de produção e exportação do produto. "O tema é de suma importância para a agropecuária de Alagoas, uma atividade que pode representar a geração de empregos e incremento da economia estadual", disse Loiola, que destacou o alto valor que a própolis vermelha alcança no mercado internacional. Segundo ele, o frasco de 30 ml do produto é vendido a cerca de 350 reais nos EUA; 450 reais na Europa e 600 reais na Ásia. Para o deputado, isto abre um campo fantástico de possibilidade para pequenas famílias, que podem ser inseridas na cadeia produtiva. O deputado federal Paulão (PT-AL) se colocou à disposição para fazer a interlocução dos apicultores alagoanos com a Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico. A sessão especial contou ainda com a presença de representantes da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), Superintendências de Agricultura do Ministério da Agricultura e Pecuária (SFA/Mapa), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Instituto Federal de Alagoas (Ifal), Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) e Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas (Emater). Com informações da Assessoria de Comunicação da Assembleia Legislativa de Alagoas