05/05/23 |   Comunicação

Jovens do Semiárido participam de oficina de comunicação popular e produção de vídeo

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Foto: Elias Rodrigues

Elias Rodrigues - Jovens participam de oficina de comunicação e produção de vídeo

Jovens participam de oficina de comunicação e produção de vídeo

Em meio às belezas da Caatinga e do rio São Francisco, no município de Piranhas (AL), um grupo de 20 jovens de diversos territórios de Alagoas, Pernambuco e Bahia se reuniu entre os dias 28 e 30 de abril para participar da I Oficina de Comunicação Popular com ênfase em produção de vídeos. A ação foi coordenada pela equipe de comunicação da Embrapa Alimentos e Territórios, localizada em Maceió (AL).

A oficina aconteceu no Centro Xingó de Convivência com o Semiárido e teve início no dia 28 de abril, o Dia Nacional da Caatinga. A abertura foi feita pela relações públicas Magda Cruciol (foto à direita), analista da Embrapa Agricultura Digital, e teve como inspiração as dinâmicas da Pedagogia Griô, facilitadora de rituais de vínculo e aprendizagem. No centro da roda, uma mandala (foto à esquerda) reunia elementos que representavam cada território, trazidos pelos participantes. Para fechar o primeiro dia, foram exibidas três obras audiovisuais de autoria de William França, Ana Eugênia Brito e Marcelo Tingui-Botó. 

No dia seguinte, após os rituais de boas-vindas, o analista da Embrapa Alimentos e Territórios Fabrício Bianchini (foto à direita) fez um breve relato sobre o projeto “Segurança Alimentar e Nutricional e de geração de renda para agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais do Semiárido brasileiro”, executado pela Embrapa no âmbito do Projeto Dom Hélder Câmara (PDHC II), coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e cofinanciado pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida).

“Um dos resultados indiretos do projeto é justamente criar meios para executar o registro audiovisual e disponibilizar o conhecimento gerado, capacitando a juventude dos próprios territórios no processo de produção e divulgação das ações”, explicou Bianchini. 

A jornalista da Embrapa Alimentos e Territórios Irene Santana (foto à esquerda), coordenadora da oficina, ressaltou a importância de ouvir as mulheres e jovens dos territórios e estimular suas participações nos vídeos que serão elaborados para o projeto. “Nossa ideia ao propor a oficina é trazer o olhar das comunidades para os vídeos do projeto, pois faz muito mais sentido que esse material seja produzido a partir da visão de quem vive o dia a dia nos territórios”, explicou.

Em seguida, o analista da Embrapa Acre Fabiano Estanislau (foto abaixo) dividiu os presentes em dois grupos para a execução de uma dinâmica cujo objetivo foi promover a participação ativa de todos. A sala foi dividida em dois grupos e cada um ficou com uma frase, que eram "o que nos separa" e "o que nos une". Cada grupo recebeu uma série de palavras, tais como religião, gênero, sexualidade, etc, e teve que decidir se essas palavras uniam ou separavam as pessoas. Ao final, o debate foi estabelecido, pontuando o fato de que todas essas questões tanto unem quanto separam os seres humanos, a depender da cultura e da época na qual estão inseridos. 

Rodas de diálogo - Após a dinâmica inicial, tiveram início as “Rodas de Diálogo”, metodologia de conversas em duplas, trios, quartetos e depois na grande roda sobre temas pré-determinados. Para a oficina, a equipe de organizadores definiu as perguntas-chave “O que é cultura”?, “O que é território?”, “Qual o papel da linguagem na dinâmica do território”? e, para finalizar, “O que é comunicação?”. Ao final, Fabiano Estanislau trouxe uma síntese sobre tudo o que foi discutido nos grupos a partir das perguntas propostas. 

No início da tarde, teve início a parte teórica da oficina, com palestras sobre roteiro, captação de imagens e áudio, edição de vídeo e produção de texto para redes sociais. A bolsista Ana Eugênia Brito (foto à esquerda) abriu com o tema “roteiro”, expondo as necessidades e vantagens de se elaborar previamente um guia para a filmagem. “Passamos pelos pontos da curva de intensidade narrativa, perguntas importantes para a estruturação de um roteiro e exemplos práticos em alguns vídeos apresentados”, explicou Ana Eugênia. 

Em seguida, o produtor de audiovisual William França, da empresa ImburanaTec, falou sobre captação de imagem e som, dando dicas sobre enquadramento, iluminação e microfones, além de mostrar alguns equipamentos de ponta utilizados por esse mercado.

A apresentação seguinte foi do analista da Embrapa Alimentos e Territórios e videomaker Elias Rodrigues, sobre a importância da montagem no relato audiovisual. Elias também falou sobre captação de vídeo e recordou como as produções audiovisuais eram feitas no tempo dos equipamentos analógicos. 

Finalizando a parte teórica da oficina, a jornalista da Embrapa Alimentos e Territórios Nadir Rodrigues trouxe informações sobre formas de estruturar textos para redes sociais que sejam claros e diretos. Ela exemplificou com alguns materiais feitos para campanhas da Embrapa. 

Prática audiovisual - Próximo ao entardecer, os participantes da oficina foram convidados a se dividir em grupos para produzir pequenos vídeos na área externa do Centro Xingó. O espaço é cercado pela Caatinga com trilhas ecológicas e uma pequena mostra de tecnologias de convivência com o semiárido, como biodigestores, sistemas de captação de água das chuvas e a Casa Sertaneja, que mimetiza como são as moradias do povo que convive em harmonia com o semiárido. A experiência rendeu produções audiovisuais de muita beleza e sensibilidade, que depois foram compartilhadas com todos no grupo de Whatsapp do evento. 

No último dia de oficina, os palestrantes Ana Eugênia, William, Elias e Nadir tiraram dúvidas dos participantes e deram dicas sobre aplicativos de edição de vídeo, como o CapCut, o Wondershare Filmora X, o Adobe Premiere, o MOVAVI e outros. A oficina foi finalizada com a socialização dos sentimentos gerados em cada participante pelas trocas ocorridas, numa vivência em que cada um relatava o que trouxe para o evento e o que levaria para casa, trazendo muita emoção em alguns momentos. 

“Hoje termino uma experiência única, sair da minha pequena, linda e pacata cidade para poder ir atrás dos meus objetivos foi sensacional. O que falar de Piranhas, cidade maravilhosa, acolhedora, pena que não tive tempo para curtir, prometo que voltarei e aproveitarei, foram mais de 60 horas intensas de trabalho e aprendizado e no mais perder medos e ser corajoso para continuar crescendo”, disse o fotógrafo José Júnior, de Coqueiro Seco (AL). 

O cineasta indígena Marcelo de Campos, da etnia Tingui-Botó, fez o seguinte relato sobre a sua participação na oficina: “Queria agradecer a todos os participantes dos territórios que vieram passar esses dias junto com a gente, e quero fazer menção à equipe organizadora do evento. Gratidão por toda a parte logística e, principalmente, pela parte da pesquisa sensível. Víamos a todo instante que vocês tinham esse olhar diferenciado, essa forma sensível de lidar com as pessoas. Eu, como indígena e cineasta, saí satisfeito e feliz e tenho o entendimento de que conseguimos o que fomos buscar. Foram plantadas sementes na cabeça de cada um para termos um novo olhar sobre o trabalho que fizemos aí. Eu saio realizado e acredito que todos também saíram e a equipe organizadora como um todo da Embrapa está de parabéns”, disse, em áudio enviado ao grupo de Whatsapp. 

Ao final da oficina, foram feitos sorteios de jogos educativos produzidos pela equipe da Embrapa Acre, geleias de Umbu e Tamarindo, publicações e uma ecobag com a arte das mulheres do Assentamento Nova Esperança, localizado em Olho D'água do Casado (AL). 

Irene Santana (MTb 11.354/DF - Colaborou: Ana Eugênia Brito)
Embrapa Alimentos e Territórios

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