Produtores e instituições parceiras conhecem tecnologias da Embrapa para o Semiárido
Produtores e instituições parceiras conhecem tecnologias da Embrapa para o Semiárido
As principais tecnologias da Embrapa Caprinos e Ovinos nas áreas de sanidade animal, melhoramento genético animal, melhoramento genético vegetal e sistemas integrados foram apresentadas em um Dia de Campo para um grupo de 67 pessoas, entre agentes de ATER, produtores e representantes de instituições parceiras das regiões Norte do Ceará, Sertão dos Inhamuns e Sertão de Crateús. O evento aconteceu no último dia 12 de maio, nos campos experimentais da Embrapa, em Sobral, Ceará.
Para a pesquisadora Ana Clara Cavalcante, chefe-geral, com o Dia de Campo, a Embrapa Caprinos e Ovinos abriu as portas para antigos e novos parceiros que estão em contato direto com os produtores como Emater, Banco do Nordeste e secretarias municipais de Agricultura. “Por meio do contato presencial proporcionado pelo evento, conseguimos mostrar o que a Embrapa tem feito nos últimos 50 anos e o compromisso da empresa em resolver os problemas reais dos produtores de caprinos e ovinos. Foi muito bom sentir o retorno positivo deles e agora estamos construindo novas relações para que as tecnologias possam, de fato, promover inovação ajudando os produtores a se desenvolver, acessar novos mercados e ter novas oportunidades. Durante o evento já iniciamos as negociações para elaborar projetos que contribuam com os municípios, levando as soluções mais adequadas à cada realidade”, afirma.
Tecnologias apresentadas durante o evento
Ao percorrerem as quatro estações que compunham a programação do Dia de Campo, os participantes conheceram o Controle Integrado de Verminose, que consiste na utilização de diferentes alternativas, algumas já disponíveis e outras em desenvolvimento, para combater o principal problema de saúde dos rebanhos caprinos e ovinos. Foram explicadas estratégias para melhorar a nutrição dos animais, para controlar os vermes no solo e nas pastagens recorrendo a compostos orgânicos, além de vacina preventiva e aplicativo para diagnóstico digital da anemia, entre outras.
O grupo também inteirou-se das pesquisas em melhoramento genético animal, com a conservação de raças adaptadas ao ambiente semiárido, preservação de raças ameaçadas de extinção ou em descaracterização. Os pesquisadores apresentaram ainda o Programa de Melhoramento Genético de Caprinos e Ovinos de Corte, Genecoc; e o Programa de Melhoramento Genético de Caprinos Leiteiros, Capragene, cujo objetivo é a produção de animais mais adaptados e eficientes para gerar aumento de produtividade e garantir a sustentabilidade dos sistemas de produção.
Na área experimental de pesquisa de forrageiras para o Semiárido, os participantes do evento conheceram os programas de melhoramento genético da Urochloa mosambicensis e Guandu forrageiro, cujos resultados em breve serão disponibilizados para os produtores. A equipe de pesquisa abordou ainda o trabalho realizado na rede de avaliação nacional de forrageiras para averiguar a adaptação de cultivares à região.
Para a intensificação da produção pecuária no Semiárido de forma sustentável, a Embrapa Caprinos e Ovinos tem trabalhado com o sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que proporciona aumento da produção de forragem garantindo alimento para o rebanho nos anos posteriores ao plantio e colheita, além de intensificar o uso da terra com maior desempenho animal e baixas emissões de carbono. O ILPF é também uma importante ferramenta para recuperar áreas degradadas na Caatinga. Esses foram os tópicos abordados com os participantes do Dia de Campo na quarta estação.
Oportunidade para interação e formação de novas parcerias
José Rubens Dutra Mota, gerente do Ambiente de Programas Especiais e de Fundos de Pesquisa, do Banco do Nordeste, assegura que o banco está trabalhando para voltar a apoiar as pesquisas da Embrapa pela importância que representam para a região Nordeste. “A Embrapa foi a grande parceira do Banco do Nordeste e do Fundeci ao longo desses 50 anos, estivemos um período afastados, mas hoje existe um movimento de retomarmos a parceria, estamos conversando com a Sede e temos a expectativa de voltar a apoiar as pesquisas. É muito importante divulgar as tecnologias da Embrapa Caprinos e Ovinos nos territórios onde estas atividades são fortes”.
Para Priscilla Araújo Lopes, superintendente da Conab, no Ceará, existem diversas oportunidades de parceria com a Embrapa. “A participação no evento foi muito importante também porque pude vivenciar em campo experiências do público que nós da Conab atendemos, o produtor rural. Identifiquei várias perspectivas de parceria com a Embrapa, em especial uma que é relacionada à sustentabilidade em sistemas integrados no campo”.
João Batista Cajazeiras, coordenador do mestrado em Biotecnologia do Centro Universitário Inta (Uninta), ressaltou a importância de interagir com outras instituições de pesquisa durante o Dia de Campo. “É importante conhecer o processo de produção das tecnologias, entender que não acontece do dia para a noite, tem muito trabalho de pesquisa envolvido”. Ele também destacou a atuação da Embrapa na formação de recursos humanos, atendendo diversos alunos do Uninta como bolsistas e tendo pesquisadores co-orientando dissertações de mestrado.
Para o grupo de 14 pessoas (produtores e técnicos extensionistas) vindos do município de Tauá, no Sertão dos Inhamuns (CE), o evento foi importante em função da troca de experiências. “Esses dias de campo são muito importantes tanto pra gente trazer nossa experiência lá do sertão, quanto para levar novas informações. Então, essa interação de um órgão de pesquisa como a Embrapa com o homem do campo é excelente”, acredita o representante da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Recurso Hídricos, Meio Ambiente e Sustentabilidade de Tauá, Vanilson Lima.
Perspectivas após o evento
Cícero Lucena, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Caprinos e Ovinos, afirma que o Dia de Campo foi uma oportunidade para discussão de projetos para os territórios onde a caprinocultura e a ovinocultura são atividades importantes. “Tivemos um ambiente rico de troca de experiências e daqui também saem possibilidades de negócios, de parcerias”, acredita. Para o futuro, Lucena explica que a ideia é realizar esses eventos com maior frequência porque são perceptíveis os ganhos para as instituições.
“As propostas que saem desses ambientes são mais ligadas à realidade e mais adequadas ao contexto dos agricultores. Podemos inclusive estudar a realização desses eventos com outros públicos como professores universitários e dos Institutos Federais, profissionais da área de gastronomia e outros setores da sociedade com potencial para colaborar com o desenvolvimento da caprinocultura e da ovinocultura”.
Adriana Brandão (MTb 01067/CE)
Embrapa Caprinos e Ovinos
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