A Câmara Setorial Nacional da Cadeia Produtiva do Arroz realizou reunião ordinária com instituições parceiras, no dia 18 de maio, via plataforma online, contando com a participação da Embrapa, através da apresentação dos estudos para utilização de ferramentas biotecnológicas para o desenvolvimento desta cultura. A ferramenta biotecnológica enfocada é a mais recente e com maior potencial atualmente: a tecnologia CRISPR. A sessão também abordou outras temáticas de interesse do setor produtivo. A pesquisadora Márcia Soares Chaves foi convidada a mostrar os avanços e potencial da tecnologia CRISPR para o melhoramento genético do arroz irrigado. “Esta técnica é chamada de edição genômica e possibilita o melhoramento genético de precisão, e por este motivo é frequentemente associada a uma ‘tesoura, pinça ou bisturi molecular’”, explicou. Segundo ela, esta é considerada a descoberta mais revolucionária do século 21, fato que rendeu às pesquisadoras Jennifer Doudna (University of California, Berkeley) e Emmanuelle Charpentier (Max Planck Institute) o Prêmio Nobel de Química em 2020. Desde que foi descoberta em 2012, a técnica evoluiu bastante, passando a ter aplicações em várias áreas, principalmente medicina, farmacêutica e agricultura. “É uma técnica revolucionária, capaz de identificar regiões específicas no genoma com a precisão de um par de base, e então, fazer alterações genéticas nessas regiões com alta eficiência e precisão. Por ser uma ferramenta programável, proporciona aplicações totalmente personalizadas, sendo possível melhorar várias características nas mais diversas culturas com maior rapidez, eficiência, custo reduzido e com mínimos efeitos em caracteres não-alvo”, destacou. Chaves apresentou exemplos de trabalhos ao redor do mundo onde a tecnologia CRISPR foi empregada para o melhoramento de diversos caracteres de importância agronômica em arroz. Também apresentou a atuação da Embrapa Clima Temperado em atividades que visam aplicar a tecnologia CRISPR em arroz para melhorar características de resistência à brusone e resistência a herbicidas. “Através do projeto liderado pela Embrapa Clima Temperado, e desenvolvido em parceria com a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, foram desenvolvidas as primeiras gerações de linhagens de arroz geneticamente editadas. A ideia é usar materiais genéticos elite e aplicar a ferramenta de melhoramento de precisão para correção de caracteres”, lembrou. Abordagem de outros temas Durante a sessão foi feita a abertura da reunião pelo presidente da Câmara Setorial Nacional da Cadeia Produtiva do Arroz, Daire Coutinho. Foram repassadas novas informações sobre atividades desenvolvidas pela Câmara Setorial, assim como, o coordenador-geral de Seguro Rural CGSE\ SPA, Diego Melo de Almeida, mostrou a revisão do Seguro Agrícola para Cadeia Produtiva do Arroz. Foi falada também a necessidade de implementar o uso de um selo de conformidade para o sistema produtivo, destacando os efeitos positivos da adoção de manejo da cultura e avaliação de práticas de manutenção do carbono verde, ou seja, revelar que a agricultura brasileira possui uma parcela de produção descarbonizada. Como contribuição, o pesquisador Julio Centeno sinalizou a existência de projeto de pesquisa desenvolvido pela Embrapa sobre convivência harmoniosa entre aves e a cultura do arroz irrigado e seus resultados. Participaram pela Unidade de Pesquisas, o coordenador do Núcleo Temático de Grãos, pesquisador Ariano de Magalhães Martins Jr; pela Embrapa Arroz e Feijão (Goiânia\GO), Alcido Wander, e pela Assessoria de Relações Internacionais e Gestão da Presidência da Embrapa, Jefferson Costa.