Os 48 anos de atuação da Embrapa no Piauí (criada pela Deliberação 028/75 de 13/06/1975) tem mais uma comemoração nesta sexta-feira 23, às 9:30 horas, em Teresina. Será a entrega da Comenda “Amigo da Embrapa” a representantes do agronegócio, agricultura familiar, parlamentares e jornalistas. O evento, no auditório central da Unidade, começa com a apresentação da orquestra Gonzaga para todos, do Projeto Música para Todos. O trabalho da Embrapa Meio-Norte tem resultados inovadores em todas as áreas..Ao longo das últimas cinco décadas de pesquisas, foram desenvolvidas dezenas de cultivares de feijão-caupi (Vigna unguiculata), que hoje são plantadas em praticamente todo o País, com destaque para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Estão a caminho do mercado consumidor brasileiro e, no futuro, do internacional, mais quatro cultivares de feijão-de-corda (caupi) e uma de feijão mungo. “São todas cultivares de excelentes performances que em breve estarão à disposição dos consumidores”, promete o pesquisador Maurisrael Rocha, um dos coordenadores do Programa Nacional de Melhoramento Genético. “Produtividade com sustentabilidade social” Nos cerrados, semiárido e vales úmidos, a Unidade vem gerando, adaptando e indicando dezenas de tecnologias, o que mudou completamente a agropecuária da região. “Com o algodoeiro, por exemplo, trabalhou-se em diversas linhas de pesquisa, como o melhoramento genético, controle de ervas e a consorciação envolvendo o algodoeiro arbóreo e herbáceo”, destaca o pesquisador Kaesel Damasceno, gestor de Pesquisa e Desenvolvimento. Ele aponta os estudos na exploração do arroz em sistemas de cultivo irrigado, sequeiro e de várzea. Com a cultura do milho, Damasceno destaca as pesquisas à “adaptabilidade de mais de duas dezenas de genótipos e o consórcio do milho com diversas culturas alternativas, como a soja, gergelim, algodoeiro herbáceo, feijão-caupi, fava e arroz”. Destacando a atuação da Unidade em mais de 60% na “última fronteira agrícola do país”, o Matopiba, região formado pelos Estados do Piauí, Maranhão, Tocantins e Bahia, o chefe-geral, Anísio Lima Neto, projeta um futuro de ampla contribuição para desenvolvimento agropecuário do País. “Com a produção sustentável de alimentos, em sistemas integrados, como ILP, ILPF, plantio direto, manejo intensivo de pastagens e recuperação de áreas degradadas, temos condições de explorar o máxima do potencial produtivo da região, elevando a produtividade com sustentabilidade ambiental, social e econômica”, disse Lima Neto. Sisteminha Embrapa-UFU-Fapemig Além do sucesso em todas as áreas da agropecuária e aqüicultura, como o desenvolvimento de rações para alimentação artificial de abelhas e a identificação de espécies nativas de camarão, a Unidade organizou a atividade pesqueira do caranguejo-uçá no Norte e Nordeste, o que reduziu a pressão nos manguezais. Entre as tecnologias que vêm destacando também o trabalho da Embrapa no Meio-Norte nas últimas cinco décadas, o Sistema Integrado de Produção de Alimentos (Sisteminha Embrapa/UFU/Fapemig) é a que mais brilha, melhorando a alimentação e a renda de famílias nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. A tecnologia já faz sucesso em países como Gana, Uganda, Etiópia, Camarões, Tanzânia, Angola e Moçambique. O “Sisteminha " é simples e dá bons resultados em pouco tempo. Ele consiste em um tanque de piscicultura de construção artesanal, um galinheiro, uma minhocária, hidroponia, um abrigo de compostagem e uma horta periférica. O tanque tem capacidade para 5 mil litros e funciona com sistema de recirculação de água. No projeto piloto, a capacidade de produção totalizou cerca de 25 kg de tilápia em 3 ciclos por ano. A tecnologia foi criado em 2002, pelo pesquisador Luiz Carlos Guilherme, durante o doutorado dele em Zootecnia na Universidade Federal de Uberlândia, no triângulo mineiro. O sistema foi aprimorado pela Unidade de Execução de Pesquisas (UEP) da Embrapa Meio-Norte, no município de Parnaíba, a 348 quilômetros ao norte de Teresina.