Capacitar engenheiros agrônomos e técnicos agrícolas a incentivarem os produtores rurais para que atuem de forma mais sustentável e inovadora, garantindo produtividade. É com esse objetivo que Embrapa Cerrados e o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) estão promovendo a capacitação gratuita para a introdução de novas tecnologias voltadas à agricultura de baixo carbono em Minas Gerais, iniciada na noite da última terça-feira (4). A ação integra o LabAgroMinas, programa de fomento a práticas de agricultura sustentável e climaticamente inteligente em Minas Gerais que busca incentivar a adoção, pelos produtores mineiros, de novas tecnologias que reduzam as emissões de gases de efeito estufa, promovam a regeneração do solo e garantam alto desempenho das culturas em qualidade e produtividade. No Cerrado mineiro, as operações do LabAgroMinas estão sendo executadas em sinergia com o Programa LabCerrado, uma parceria entre a Embrapa Cerrados e a empresa de logística VLI S/A. O chefe geral da Embrapa Cerrados, Sebastião Pedro, ressalta que o LabAgroMinas visa potencializar e acelerar a adoção das boas práticas de agricultura que a pesquisa da Embrapa e de instituições como o Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS) tem comprovado em nível de fazenda, constituindo uma nova abordagem da agricultura. “É um modelo mais adequado para o Brasil, uma vez que se baseia mais em processos e biologia que o modelo tradicional, baseado em química e física”, afirma. Ele destaca que o número de inscritos na capacitação (143) foi acima do esperado, o que reflete o interesse da sociedade e dos produtores pelo tema. “Os agricultores brasileiros têm nas mãos a responsabilidade de produzir alimentos para mais de 1 bilhão de pessoas, e eles estão mostrando ao mundo que querem trabalhar de forma sustentável, por isso buscam tecnologias sustentáveis como as que são discutidas no curso”, diz, acrescentando que a atividade também é importante para a Embrapa Cerrados. “As tecnologias que têm sido desenvolvidas nos experimentos dentro da Unidade estão ganhando o ambiente externo e impactando o sistema produtivo”, completa. A capacitação vai até setembro e tem 10 módulos em formato Ensino a Distância (EaD). O curso também conta com aulas práticas que vão abordar temas como manejo sustentável e recuperação de solo, uso de remineralizadores de solo, bioinsumos, compostagem e biofábricas. As aulas serão ministradas por pesquisadores da Embrapa e por profissionais vinculados ao GAAS com experiência em práticas sustentáveis. Os profissionais inscritos atuam em diversas regiões de Minas Gerais, como Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, Sul/Sudoeste, Norte, Noroeste, Zona da Mata, Campo das Vertentes, Central, Rio Doce e Metropolitana de Belo Horizonte. No módulo iniciado no dia 4 de julho, 80% dos participantes são de assistência técnica e consultores independentes. A turma conta ainda com produtores rurais e pesquisadores. Outros 318 profissionais também terão acesso ao conteúdo gravado das aulas, totalizando 461 pessoas. Na abertura do curso, o presidente do BDMG, Gabriel Viégas Neto, ressaltou que o objetivo da iniciativa é permitir difundir o conhecimento e alcance da agricultura regenerativa entre produtores de todas as regiões de Minas, já que, ao sensibilizar quem produz, o potencial de implantação das novas técnicas é ampliado. “Vemos neste programa a convergência de interesses econômicos, sociais e ambientais. As tecnologias podem trazer mais saúde e fertilidade para o solo, melhores resultados econômicos para os produtores rurais e para o agronegócio, alimentos de maior qualidade à mesa das famílias e maior fixação de carbono, uma das ferramentas mais potentes para limitar o aquecimento global até 2030. Estamos confiantes de que esta capacitação será um marco importante para aceleração dessas tecnologias no agronegócio”, afirmou. Com informações do BDMG