Alimentos com babaçu chegam às etapas de testes e revisões
Alimentos com babaçu chegam às etapas de testes e revisões
A Embrapa Cocais, parceiros de pesquisa e quebradeiras de coco trabalham juntos para incrementar a quantidade e a qualidade dos alimentos com babaçu feitos com a amêndoa e o mesocarpo e ainda criar novos produtos alimentícios. Esta semana foram realizados os testes de análise sensorial do produto tipo hambúrguer e a revisão das novas formulações de biscoito, gelado, farinha de amêndoa e ainda do novo produto, o hambúrguer, no Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão - IEMA Gastronômico. O objetivo é a valorização do trabalho das quebradeiras de coco de babaçu do Maranhão com a diversificação dos coprodutos da palmeira.
Os novos alimentos e as novas formulações são objeto de projeto da Embrapa Cocais, liderado pela pesquisadora Guilhermina Cayres, e estão sendo desenvolvidos considerando as condições específicas das quebradeiras de coco e suas práticas tradicionais, agregando melhorias, padronizações - incluindo as de qualidade e segurança alimentar - visando também aceitação sensorial do produto, agregação de valor às amêndoas e diversificação de produção. Para o desenvolvimento desses coprodutos participaram as mulheres da Cooperativa dos Agricultores do Vinagre – Coomavi, de Itapecuru-Mirim, e, posteriormente, as quebradeiras de coco de Pedrinhas Clube de Mães.
“Promovemos interação de conhecimentos técnicos e tradicionais para agregar valor à produção artesanal e ocupar nichos de mercado específicos, como os de produtos artesanais associados à identidade sociocultural e à origem geográfica e para dietas com restrição de consumo de glúten e lactose. Sabemos que os alimentos oriundos do babaçu são elementos potenciais para criar sistemas alimentares que valorizam a identidade sociocultural de povos e comunidades tradicionais do Maranhão, gerando trabalho e renda e inserindo o estado como referência da bioeconomia e no uso sustentável de produtos da biodiversidade”, explica Cayres
Para multiplicar os conhecimentos gerados no processo de inovação social, as mulheres recebem treinamentos, exercitam os novos conhecimentos, ajustam práticas de acordo com seu conhecimento tradicional e a contribuição da pesquisa e passam a treinar outros grupos de mulheres para a produção de alimentos do babaçu.
Segundo a engenheira de alimentos Glória Bandeira, professora da Universidade Federal do Maranhão - UFMA, a análise sensorial avalia a aceitação e a qualidade do produto em relação ao aroma, sabor e textura e pode recomendar ajustes. “No caso do produto tipo hamburguer, convidamos os alunos dos cursos do IEMA Gastronomia para degustação".
É unânime entre as quebradeiras de coco que os novos produtos e formulações alimentícias já impactam a qualidade de vida das famílias das comunidades tradicionais. Rosângela Licar, da Coomavi, lembrou do trabalho delas e dos pesquisadores para desenvolver o hambúrguer de babaçu. “Nosso esforço está sendo recompensado. Os consumidores veganos estão adorando e os não veganos também”, comemora. Antonia Vieira, da comunidade Pedrinhas Clube de Mães, fala da presença das mulheres quebradeiras desde o início. “Somos parte desse processo, muito rico para nós e para os pesquisadores. É uma troca maravilhosa”.
Flávia Bessa (MTb 4469/DF)
Embrapa Cocais
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