Plantio Direto irrigado foi debatido em São Paulo
Plantio Direto irrigado foi debatido em São Paulo
Nos dias 01 e 02 de dezembro a pesquisadora Alba Leonor Martins da Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ) esteve na Cooperativa Agroindustrial Holambra (Paranapanema-SP), onde aconteceu oficina sobre o Índice de Qualidade Participativo do Plantio Direto (IQP).
"Essa região tem um diferencial: o plantio direto irrigado, o que significa que o IQP deverá ser reavaliado e readequado para uso nessa área", conta Alba.
A oficina foi um passo no fortalecimento de parcerias regionais estabelecidas pela Rede de Pesquisa SoloVivo. Essas oficinas também acontecerão nas outras áreas de atuação do projeto (Paraná, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Goiás).
A cientista também apresentou o SoloVivo durante o seminário 'Solo e Água no Contexto do Desenvolvimento em Bacias Hidrográficas', que aconteceu em Brasília, no auditório da Codevasf, no dia 04 de dezembro. No mesmo dia, também em Brasília, aconteceu o simpósio 'Coservação do Solo', organizado pelo Senar, que contou com participação da pesquisadora da Embrapa Solos Maria de Lordes Mendonça Santos, que conversou sobre o solo na agenda global.
O SoloVivo
A fim de descobrir se o manejo utilizado no plantio direto está sendo corretamente usado pelos produtores e também desenvolver ferramentas para a avaliação deste sistema tanto nas propriedades agrícolas como no âmbito da microbacia hidrográfica, a Embrapa Solos articulou a formação de uma rede de pesquisa, a SoloVivo.
"Estão sendo minuciosamente acompanhadas 12 pequenas bacias hidrográficas - nas quais o manejo é realizado predominantemente em plantio direto -, seis com bom manejo e outras seis com manejo inadequado, localizadas em cinco estados (GO, MS, PR, RS e SP), durante quatro anos. Índices que permitam a qualificação do manejo em propriedades e, também, no âmbito de microbacias, serão desenvolvidos e validados mediante o monitoramento contínuo de produção de sedimentos, vazão hídrica, solo, precipitação e os sistemas de produção", diz o pesquisador da Embrapa Solos Luís Carlos Hernani.
Ao fim do projeto SoloVivo pretende-se ter, além de ferramentas para avaliar o desempenho técnico do manejo do solo e da água em unidades agrícolas e nas microbacias hidrográficas, recomendar para cada região a ser estudada, modelos ou arranjos de produção agropecuários, que atendam aos preceitos e consolidem o Sistema Plantio Direto (SPD) cuja conotação é mais ampla e completa do que o "cobrir com palha e plantar sem preparar o solo", típico do plantio direto usual. Todas as ações e etapas de desenvolvimento e validação dos produtos do SoloVivo terão participação efetiva do agricultor que será o principal ator e agente gerador das mudanças necessárias à utilização plena do SPD e da valoração dos serviços ambientais produzidos por sua atividade econômica racionalmente conduzida.
"Além disso, esperamos construir competência conceitual e metodológica para orientar políticas de avaliação do desempenho ambiental na utilização das terras agrícolas bem como fomentar para que as ferramentas desenvolvidas no âmbito do SoloVivo sejam usadas como base de programas governamentais (a exemplo do Plano ABC) para incremento da adoção plena do SPD em até 10 milhões de hectares, nos próximos dez anos", completa Hernani.
O SoloVivo, que iniciou suas atividades em 2014, agrega 57 pesquisadores de 21 instituições. Os principais parceiros da Embrapa no SoloVivo são a Itaipu Binacional e a Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha.
Carlos Dias (20.395 MTb RJ)
Embrapa Solos
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