08/08/23 |   Agricultura familiar  Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação  Transferência de Tecnologia

Anater e Embrapa promovem diálogo sobre assistência técnica e extensão rural

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Foto: Ronaldo Rosa

Ronaldo Rosa - A roda de diálogo elencou contribuições ao fortalecimento da politica nacional de ATER

A roda de diálogo elencou contribuições ao fortalecimento da politica nacional de ATER

Uma roda de diálogos promovida pela Anater e Embrapa reuniu setores técnicos, produtivos, academia e a sociedade civil para pensar juntos “Os desafios e perspectivas da ATER (assistência técnica e extensão rural), Inovação e Pesquisa na Amazônia Brasileira”. O evento ocorreu no dia 4 de agosto, na sede da Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, e integrou a programação auto-organizada dos Diálogos Amazônicos.

Durante toda a tarde, os debates pontuaram os desafios de se fazer uma ATER mais inclusiva e que respeite os saberes tradicionais e as especificidades regionais, e com isso garantir a melhoria qualidade de vida das populações amazônicas e a preservação da sociobiodiversidade da região.

E os desafios são enormes, segundo Loroana Santana, diretora técnica da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater). Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, embora seja a agricultura familiar a responsável, em grande parte, pela comida que chega na mesa dos brasileiros, apenas 18,2% do total dos estabelecimentos desse importante setor da economia, recebem alguma forma de assistência técnica. Em se falando em Região Norte, que abriga a maior parte da Amazônia, esses números caem para 8,8% das propriedades.

Loroana destacou o momento ímpar de estar com a Embrapa e demais instituições de pesquisa e assistência técnica, Contag e demais parceiros, para se construir uma ATER que dialogue com a produção de alimentos aliada à recuperação e manejo das florestas, pensando na geração de riquezas, mas pautada na melhoria da qualidade de vida das populações e seus modos de vida tradicionais.

Para Camilo Capiberibe, diretor administrativo da Anater, o encontro fortalece a forma de trabalho da agência, ao unir os diversos olhares e demandas, em uma agenda comum. Ele comentou que essa nova forma de pensar a assistência técnica, mais participativa, vai ajudar que o trabalho avance cada vez mais, para que nos próximos anos seja possível que mais produtos da sociobiodiversidade brasileira estejam presentes nos mercados brasileiro e internacional, com renda e desenvolvimento para a Amazônia.

Presente ao debate, Vânia Marques Pinto, secretária de política agrícola da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), parabenizou a iniciativa e disse que espera poder ver em breve, os frutos da união da pesquisa e extensão, na prática, no dia a dia das propriedades.

“Temos que pensar para além das tecnologias, em estratégias para que esse conhecimento chegue no campo, pois as dificuldades são muitas, como a escassez de recursos financeiros, humanos, formação. Isso, somados aos processos de acesso a financiamentos burocráticos e coisas básicas, como energia elétrica e internet, que ainda são ausentes nas propriedades, principalmente na Amazônia” reforçou a liderança.

Ana Euler, diretora de negócios da Embrapa e membro da diretoria executiva da Anater, comentou sobre a relevância das propostas apresentadas e que serão importantes ao fortalecimento da política nacional de ATER. E destacou o fortalecimento dos núcleos de intercâmbio e construção do conhecimento já existentes nos campi das Universidades e Institutos Federais; as novas abordagens, metodologias e práticas que se adéquem às realidades dos territórios; maior incentivo à participação de jovens por meio de capacitação para uso de ferramentas digitais aplicadas a produção ou comercialização de produtos do agroextrativismo.

Para Euler, é preciso trabalhar na integração da política de ATER com as demais políticas sociais e de fomento para superação dos desafios de inclusão produtiva e tecnológica. “A ATER na Amazônia deve ser diferenciada e diversificada com olhar para a produção nas áreas agrícolas, o manejo múltiplo da floresta, o aproveitamento dos recursos pesqueiros, a restauração de áreas degradadas. Devemos priorizar ainda o fortalecimento da organização social com maior autonomia para comercialização de seus produtos e acesso aos mercados”, afirmou a diretora.

Participaram o evento entre outras instituições, representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Assistência Técnica, Extensão Rural e da Pesquisa, do setor Público Agrícola do Brasil (Faser), Emater (PA), parlamentares, Contag, IFPA Campus Castanhal, Agência de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural do Maranhão.

Kélem Cabral (MTb 1981/PA)
Embrapa Amazônia Oriental

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