Com o intuito de produzir sementes florestais com alta qualidade genética, a Embrapa Agrobiologia e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) inauguraram, no início do mês, um pomar para cultivo de angelim doce (Andira fraxinifolia Benth), espécie nativa brasileira. Situado na Floresta Estadual José Zago, unidade de conservação administrada pelo Inea no município de Trajano de Moraes, na região serrana do Rio de Janeiro, o pomar é uma iniciativa para ampliar a oferta de uma importante espécie para recomposição florestal desses biomas. A iniciativa foi conduzida na Embrapa Agrobiologia pela pesquisadora Juliana Müller Freire, que atua nos estudos relacionados a sementes florestais, tecnologia de sementes, produção de mudas, restauração ambiental e recuperação de áreas degradadas. Com o pomar inaugurado na área do Inea, espera-se que, com o manejo adequado, sejam produzidas safras frequentes, abundantes e de fácil coleta de sementes, cuja finalidade é o estabelecimento de florestas e a recuperação da biodiversidade fluminense. Mas, além de ser importante para a produção e a conservação dessa espécie, contribuindo para a restauração florestal, o pomar contribui ainda para aumentar a qualidade genética das sementes. “Isso porque elas serão coletadas de diferentes indivíduos de uma mesma espécie, aumentando a variabilidade genética dos lotes de sementes formados”, explica o presidente do Inea, Philipe Campello. Com ocorrência na Mata Atlântica, no Cerrado e na Caatinga, o angelim doce apresenta características importantes na recomposição florestal, graças à oferta de alimentos para a fauna, além de proporcionar grande sombreamento, por ser uma árvore bastante frondosa.