Alunos do Centro para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual do Acre (CAP/Acre) e jovens integrantes do Grupo Escoteiro Leôncio de Carvalho conheceram o estande e a vitrine tecnológica da Embrapa na Expoacre, feira agropecuária realizada no período de 29 de julho a 6 de agosto, no Parque de Exposições Wildy Viana, em Rio Branco, AC. A visita fez parte das ações do Programa Embrapa & Escola, iniciativa que tem como objetivo despertar o interesse do público infanto-juvenil pela ciência, além de mostrar a importância da pesquisa agropecuária no contexto do desenvolvimento nacional e no cotidiano das pessoas. Maria do Perpétuo Socorro Pereira Gonçalves Pontes, professora brailista de orientação e mobilidade e coordenadora da instituição, explica que todos os sentidos do corpo são importantes para enriquecer as experiências desses alunos, mas boa parte da interação com o mundo ocorre na ponta dos dedos. “Por meio do tato, eles constroem uma percepção dos ambientes em que estão inseridos. Com certeza, tocar os grãos de café e reconhecer o cheiro do abacaxi e do maracujá são estímulos que proporcionam satisfação. Foi isso que eles vivenciaram na feira agropecuária”, afirma. A professora Ulda Veloso Rodrigues, uma das acompanhantes do grupo, tem cegueira congênita e considera a Expoacre um espaço propício para novas experiências. “Sempre aprendemos muito quando conhecemos locais e coisas que não fazem parte da nossa rotina. No estande da Embrapa, voltei ao tempo em que vivia na roça com meus pais e esse contato com o campo é uma experiência que muitos jovens com deficiência visual não têm a oportunidade de vivenciar. Com certeza, a farofa com sabor de gengibre vai ficar na memória de todos. Tudo isso se transforma em novos aprendizados”, reforça. Para a analista Fernanda Fonseca, da Embrapa Acre, os alunos atendidos são exemplo de superação e a vivência com eles foi uma experiência enriquecedora. “Esse é um público ávido por informações, com uma percepção de mundo especial e, certamente, tem muito a nos ensinar. A atividade mostrou a importância da inclusão nos espaços públicos e a necessidade de preparar esses ambientes para receber pessoas com deficiência visual, da melhor forma possível”, enfatiza. Lobinhos na vitrine tecnológica Além de tecnologias e resultados de pesquisas no estande institucional, todos os anos a Embrapa também participa da Expoacre com uma vitrine tecnológica, espaço onde são demonstradas tecnologias desenvolvidas e recomendadas para o Acre e outros estados da Amazônia. Durante a edição de 2023, realizada entre 29 de julho e 6 de agosto, a empresa demonstrou cerca de 10 alternativas tecnológicas para melhoria da produção pecuária e agrícola. No sábado, dia 5 de agosto, crianças e adolescentes que integram os Escoteiros do Brasil no Acre, por meio do Grupo Escoteiro Leôncio de Carvalho, nas categorias “Lobinhos” e “Escoteiros”, visitaram a vitrine tecnológica da Embrapa, como parte das ações de Educação Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente e das Políticas Indígenas (Semapi) do estado do Acre. Raimunda Vieira da Cruz de Barros (a personagem Akelá), que orienta a alcateia do ramo lobinho, junto com outros personagens do grupo de escoteiros, acrescenta que ações interativas sempre proporcionam resultados positivos. "A maioria dos lobinhos mora na cidade e nunca tinha visto um plantio de milho, arroz ou feijão. O contato com o mundo rural trouxe conhecimentos importantes sobre essa realidade. As crianças ficaram encantadas com o que viram”, destaca. A pequena Kemile Julia Roz dos Santos Oliveira, de 8 anos, se surpreendeu ao ver de perto os cultivos e por poder tocar as plantas. “Foi muito bom conhecer a vitrine da Embrapa. Adorei tudo, especialmente os girassóis”, diz. A visita foi acompanhada pelo analista Fernando Malavazi, da Embrapa Acre, que participa como chefe escoteiro no Grupo Leôncio de Carvalho e incentiva a filha Elis Nunes Malavazi, de 8 anos, nas atividades da alcateia de lobinhos. "É muito importante que as crianças saibam de onde vêm os alimentos que consomem, como é um pé de arroz, feijão, milho e o tempo que leva para uma planta produzir, ser colhida e para esse alimento chegar ao supermercado e à nossa mesa. Fiquei impressionado com o espanto delas quando abri uma espiga de milho. Muitas não sabiam que ali dentro tinha esse grão tão comum na nossa alimentação. Foi muito gratificante poder mostrar isso para esse grupo e acredito que essa experiência ficará marcada na vida de cada participante", comenta.