A Embrapa foi homenageada pelos seus 50 anos em Sessão Solene na Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE), realizada no dia 22 de agosto, no Auditório Senador Sérgio Guerra, em Recife-PE. O momento foi marcado pela entrega de placa comemorativa e pela apresentação da Chefe-geral da Embrapa Semiárido (Petrolina-PE), Maria Auxiliadora Coêlho de Lima, que fez um breve histórico sobre a atuação da Embrapa no país, destacando o importante papel da Instituição para a agropecuária nacional e para o desenvolvimento do Estado de Pernambuco. A solenidade foi proposta pela deputada Débora Almeida e contou com a presença de gestores, empregados da Embrapa Semiárido e da Unidade de Execução de Pesquisa e Desenvolvimento de Recife (UEP Recife), vinculada à Embrapa Solos, representantes de instituições parceiras como o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) e a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPHR), membros da comunidade científica e autoridades estaduais. A Sessão foi aberta pelo deputado Luciano Duque, que destacou o relevante serviço prestado pela empresa à história da agricultura e da pecuária nacional. “Uma empresa brasileira de nível internacional e todos estão de parabéns por isso. Não apenas a Embrapa, mas também o Estado e o povo brasileiro que souberam valorizar o papel e reconhecer a importância de uma organização de pesquisa, instituição pública que promove o desenvolvimento para o progresso do nosso país”. Em seguida, a deputada Débora Almeida falou sobre a história da Embrapa e o impacto social gerado pelos conhecimentos e tecnologias da Empresa, ressaltando, em especial, a redução do custo dos alimentos e o aumento sustentável da oferta. “Em um país com tantas disparidades sociais e de renda, não existe política distributiva mais eficaz do que aquela que reduz o preço da comida para a população pobre. E o agro, junto com a Embrapa, é responsável por isso”. Após os pronunciamentos, os deputados entregaram à Chefe-geral da Embrapa Semiárido uma placa comemorativa pelos 50 anos da Embrapa. O momento foi seguido pela veiculação do vídeo institucional da Embrapa. Dando continuidade à solenidade, Maria Auxiliadora Coêlho de Lima iniciou sua apresentação lembrando que a rede de parcerias construídas entre a Empresa e as diversas instituições que formam o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária foi responsável por trazer a agricultura brasileira para um novo patamar, fazendo com que o Brasil passasse de importador para um grande exportador de alimentos e, principalmente, diversificando a base alimentar da sua população. A gestora apontou algumas das megatendências mapeadas pela Embrapa visando antecipar as estratégias para o futuro da agropecuária nacional e mundial. Entre esses elementos-chave estão a sustentabilidade, com vistas a uma agropecuária que impacta minimamente o ambiente; a agricultura digital, permitindo acesso a ferramentas digitais nos vários espaços rurais do país; o compromisso de proporcionar uma alimentação mais saudável; a mitigação e adaptação às mudanças climáticas; a intensificação tecnológica e a concentração da produção em menores unidades de área, e a agregação de valor aos produtos. Ela destacou, ainda, a biorrevolução, que envolve o uso de mecanismos biológicos mais eficientes, com ferramentas que permitam manejar o genoma de forma a ampliar a capacidade de gerar variedades mais produtivas e tolerantes aos estresses bióticos e abióticos. Lima também apresentou soluções tecnológicas lançadas recentemente pela empresa, dentre elas bioinsumos como o BiomaPhos, que tem permitido o aumento de produtividade, redução de custos e de importação de fertilizantes a partir da maior disponibilização de fosfato para as culturas via microbiota do solo e o Auras, desenvolvido a partir de micro-organismos isolados das raízes ou do ambiente radicular do mandacaru, e que permite a outras culturas uma maior tolerância à seca. Outras tecnologias também citadas foram a plataforma PronaSolos, um levantamento de solos do Brasil usado como base fundamental para a estratégia agrícola do país, e que virou programa de governo, bem como a cultivar BRS Melodia, um produto da Embrapa com característica diferente de mercado, de uva do tipo gourmet. Ela destacou, ainda, o crescimento da soja pelo país, a nova fronteira com o trigo tropical, a tropicalização de culturas de clima temperado, a intensificação sustentável, com sistemas e modelos integrados de lavoura, pecuária e floresta (ILPF) e o selo carne carbono neutro. Atuação da Embrapa em Pernambuco A Chefe-geral abordou, ainda, a atuação da Embrapa em Pernambuco por meio da Embrapa Semiárido, além das contribuições da Embrapa Solos, que tem uma de suas bases em Recife, e de outros centros de pesquisa da Empresa que também atuam no Semiárido. Ela destacou as tecnologias de captação, manejo e uso de água de chuva, o desenvolvimento de cultivares tolerantes a altas temperaturas e com resistência a estresses hídrico e salino, modelos de ILPF adaptados à realidade do Semiárido, manejo nutricional, sanitário e reprodutivo dos rebanhos, alternativas forrageiras, entre outros. “A produção de frutas também é outro grande destaque da Embrapa para o Nordeste, com uma vasta experiência com a tropicalização de frutas, tendo iniciado com a uva e atualmente em expansão também para a produção de pera, caqui, maçã, entre outras. Para as fruteiras de clima tropical, já está consolidado o modelo de escalonamento da produção, que permite o manejo da planta para produzir em qualquer época do ano, planejando para os momentos em que o mercado é mais favorável”, pontuou. As pesquisas também incluem sistemas de irrigação mais eficientes e o desenvolvimento de cultivares, manejo fitossanitário, manejo do solo e agregação de valor por meio de diferenciais de qualidade, além das pesquisas com espécies nativas do bioma Caatinga, como o umbu e o maracujá-do-mato. Para o Coordenador técnico da UEP Solos, Flávio Adriano Marques, “é sempre muito importante esse reconhecimento do trabalho que é feito pela equipe da Embrapa aqui no Estado. Sobre os trabalhos de zoneamento da Embrapa Solos, ele citou os de interpretação do solo para o uso agrícola. “A gente desenvolveu o Zoneamento Agroecológico do Estado de Pernambuco, que teve grande aceitação por parte de toda a instituição e pelo público em geral. Então, sempre é bom ter esse reconhecimento”. Balanço Social Por fim, Lima falou sobre a avaliação do impacto do trabalho da Embrapa, por meio do Balanço Social, um documento que consolida várias tecnologias e informa para o público quanto isso retorna para a sociedade. “É uma prestação de contas que a Embrapa já faz há mais de 25 anos e é uma das poucas instituições que é capaz de gerar essa informação e disponibilizar para a população”, ressalta. De acordo com o documento, cada real investido em pesquisa, no ano de 2022, retornou para a sociedade brasileira em R$ 34,70. “Então pesquisa é sempre investimento, nunca é custo”, reforça. A Chefe-geral encerrou seu discurso agradecendo “em nome de todos os que fazem a Embrapa, tenho muita satisfação de estar aqui hoje com vocês representando a instituição, principalmente para trazer essa nossa gratidão. E estejam certos que a Embrapa tem um compromisso forte para os próximos anos, e essa história de 50 é a experiência, e ela é base para construir as próximas décadas que a gente pretende que sejam bem sucedidas e que possamos trabalhar cada vez mais próximos desses parceiros”. Ao final da solenidade, o público presente desfrutou de um coffee break com frutas produzidas na região do Vale do São Francisco e com produtos elaborados a partir de pesquisas da Embrapa, a exemplo do doce umbu. A Sessão Solene foi transmitida pelo canal da ALEPE no Youtube e pode ser acessada pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=bGN3GRzHIvA .