Tecnologia da Embrapa é empregada pela Uninove para avaliar ecoinovações
Tecnologia da Embrapa é empregada pela Uninove para avaliar ecoinovações
Pesquisadores da Universidade Nove de Julho - Uninove empregaram a tecnologia desenvolvida pela Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), o Software InovaTec System, para avaliar o impacto da ecoinovação - tecnologia de biodigestores aplicada na agroindústria processadora de mandioca, no Estado do Paraná.
Este estudo de casos múltiplos compreendeu uma extensa revisão na literatura para propor um conjunto de indicadores capaz de avaliar o seu impacto em oito dimensões: ambiental, social, econômica, capacitação de recursos humanos, desenvolvimento institucional, introdução da inovação, ocorrências indesejadas e características da gestão ambiental.
Para compilar e processar esses dados foi empregada a metodologia Inova Tec System com o apoio do software de mesmo nome. O estudo esclareceu informações que permitiram uma análise global e sistêmica da tecnologia de biodigestores na agroindústria de mandioca. Ao correlacionar os resultados apurados para avaliar o impacto geral da inovação, o modelo permitiu identificar que existe uma subutilização do seu potencial técnico, que se encontra em um cenário propício para a sua disseminação no mercado, mas com um baixo desempenho global dos indicadores estudados, o que demanda ações corretivas internas e externas.
O Sistema de Avaliação de Impactos das Inovações Tecnológicas - INOVA-Tec System é um software que permite que as empresas avaliem o impacto das suas inovações tecnológicas e se posicionem no mercado nacional por meio da análise do cenário em que a inovação é comercializada. A tecnologia foi desenvolvida pela pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente Katia de Jesus e está disponível para download no Portal da empresa.
A tecnologia de biodigestores encontra-se no estágio de comercialização e essa demanda vem sendo atendida pela empresa desenvolvedora, mas dois aspectos que envolvem o poder público não estão contribuindo para a acelerar a sua disseminação.
Primeiro, é preciso que os legisladores e os órgãos governamentais sejam mais rigorosos em relação as emissões de gases de efeito estufa (GEE). A legislação paranaense já obriga a instalação de biodigestores para tratamento dos efluentes gerados pelas atividades do agronegócio, mas essa obrigatoriedade ainda não se aplica à captura/sequestro desses gases, o gás metano no caso desta pesquisa. Segundo, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) precisa regulamentar o uso de recursos do Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos) para a aquisição da tecnologia de biodigestores por outras fecularias e setores do agronegócio.
Além do benefício ambiental direto permitido pela tecnologia, a melhoria na qualidade e na competitividade agregam valor aos produtos das fecularias, permitindo explorar mercados mais exigentes e sofisticados.
Esse trabalho é um desdobramento da tese de doutorado de Marco de Jesus, defendida no Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA) da Uninove em junho deste ano e que contou com a participação direta das pesquisadoras e co-autoras Claudia Brito Silva Cirani (orientadora e professora do PPGA-Uninove) e Katia de Jesus (pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente). Foi apresentada entre os dias 11 a 13 de novembro de 2015 no 10º Congresso sobre Geração Distribuída e Energia no Meio Rural, com a organização do Instituto de Energia e Ambiente.
Cristina Tordin (MTB 28499)
Embrapa Meio Ambiente
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