Cientista da Embrapa integra comitê de pesquisa em recursos renováveis da Universidade de Purdue
Cientista da Embrapa integra comitê de pesquisa em recursos renováveis da Universidade de Purdue
A pesquisadora da Embrapa Instrumentação (São Carlos, SP) Cristiane Sanchez Farinas vai integrar o conselho consultivo do Laboratório de Engenharia em Recursos Renováveis (LORRE) da Universidade de Purdue, em West Lafayette, Indiana (EUA). Essa instância foi recém-criada para rever as diretrizes de trabalho, identificar os principais indicadores de tendência da indústria e melhorar a relação da pesquisa com a cadeia produtiva da cana, milho, soja e madeira.
Purdue, fundada em 6 de maio de 1869, tem associado ao seu nome 13 prêmios Nobel e 15 mil patentes nos Estados Unidos. A universidade tem 200 cursos de graduação, mais de 70 programas de mestrado e doutorado e quase 19 mil empregados, incluindo professores.
Cristiane vai contribuir com o LORRE a convite do diretor Michael Ladisch, que atua há mais de 30 anos com a produção de enzimas e processos de conversão da biomassa, sendo considerado um dos mais importantes e reconhecidos especialistas do tema no mundo, área em que a pesquisadora atua na Embrapa e na qual mantém parceira com a instituição americana.
O LORRE está ligado ao Departamento de Engenharia Agrícola e Biológica da Universidade de Purdue, que também possui um histórico de mais de 30 anos na pesquisa de biocombustíveis e atua como um Centro Integrado de Biotecnologia e Bioenergia, com pesquisas em bioenergia, bioprodutos, bionanotecnologia, biorecuperação e bioprocessamento.
Pelo sexto ano consecutivo, o centro é classificado em primeiro lugar no ranking de melhor programa de pós-graduação pelo US News & World Report, uma empresa americana de mídia, fundada em 1933, que publica notícias, opinião, orientação ao consumidor, rankings e análises.
A carta-convite, enviada por Ladisch no começo do mês de dezembro, destaca o papel de Cristiane Farinas no desafio de desenvolver processos biotecnológicos inovadores para a produção de enzimas envolvidas na degradação da biomassa. Ladisch convida a pesquisadora a compartilhar com o laboratório essa experiência e os conhecimentos adquiridos. "O LORRE está buscando conselhos e orientações dos principais especialistas em tendências e necessidades nos setores de biocombustíveis e bioprodutos. Sua colaboração e conhecimento para o nosso laboratório, que está na fronteira do conhecimento da ciência e tecnologia, será de grande valor", relata o documento.
Os trabalhos no LORRE serão focados em novos usos e tecnologias que possam resultar em novos tipos de produtos que poderiam adicionar valor, estabelecer novos mercados para os produtores de cana e as indústrias de processamento de milho e soja.
Cristiane encara o convite como mais uma tarefa desafiadora e diz que vai "tentar colaborar com os conhecimentos adquiridos e resultados obtidos na Embrapa na área de biocombustíveis, envolvendo o uso da biomassa para geração de energia renovável". A pesquisadora vai contribuir por um período de três anos com o laboratório, durante o qual participará de conferências a distância - por telefone - a cada dois meses e uma reunião presencial na sede do LORRE, uma vez por ano.
De acordo com a pesquisadora, o conselho do LORRE deverá ser similar ao Comitê Assessor Externo (CAE) da Embrapa, criado com a função de assessorar os centros de pesquisa na definição de estratégias para o desenvolvimento de seu programa de trabalho e avaliação de seus resultados. O comitê brasileiro avalia as metas propostas e define prioridades da pesquisa, de acordo com a procura do mercado.
Parceria
A pesquisadora desenvolve pesquisas em parceria com a Universidade de Purdue desde 2012, tendo resultado em publicação de artigos em revistas internacionais e depósito de uma patente no escritório americano United Stattes Patent and Trademark Office (USPTO).
Em 2014, teve início mais um projeto de pesquisa envolvendo a universidade americana e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), coordenado por Cristiane. O trabalho busca estratégias biotecnológicas para o aumento da eficiência dos complexos enzimáticos usados na conversão da biomassa vegetal, elemento fundamental para garantir a viabilidade econômica da aplicação da rota enzimática na produção de etanol celulósico e outros bioprodutos, dentro do conceito de biorrefinarias.
De acordo a pesquisadora brasileira, os esforços são para o desenvolvimento de um sistema inovador de produção de enzimas em um processo de fermentação combinada que visa unir as vantagens dos processos fermentativos no estado sólido e no estado submerso para a obtenção de formulações enzimáticas eficientes.
O projeto ainda tem o objetivo de fortalecer o intercâmbio e a cooperação internacional entre as instituições Embrapa, UFSCar e Universidade de Purdue, por meio da bolsa de pesquisador visitante especial (PVE) ao cientista em bioprocessos, Eduardo Ximenes, da universidade americana. Durante os três anos de duração do projeto, apoiado pelo MEC, MCTI, CAPES, CNPq e FAPs, Ximenes vai desenvolver pesquisas na Embrapa Instrumentação por um mês - de uma a duas vezes por ano.
Perfil
A pesquisadora é graduada em engenharia química pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com mestrado e doutorado na mesma área pela Universidade de Campinas (Unicamp) e pós-doutorado no Programa de Engenharia Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE-UFRJ), todos na área de desenvolvimento de processos biotecnológicos.
Cristiane ainda desenvolveu pesquisa como "Graduate Research Assistant" no Los Alamos National Laboratory, nos Estados Unidos, além de cursar disciplinas de pós-graduação na Universidade do Novo México. Em 2006, após a aprovação em concurso público (segunda colocação entre 665 candidatos), atuou como engenheira de processamento na Petrobras Transporte, no Rio de Janeiro.
Na Embrapa Instrumentação, onde ingressou em 2007, ela coordena o Laboratório de Agroenergia. A pesquisadora é docente credenciada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química e ao Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, ambos da UFSCar, onde orienta alunos de mestrado e doutorado. Ela tem dezenas de publicações relacionadas ao tema biocombustível de segunda geração.
Em um treinamento de seis meses na Universidade de Cambridge (Reino Unido), para o qual foi selecionada em 2010 pelo Comitê da Embrapa de Seleção de Candidatos para Aperfeiçoamento de Curta Duração no Exterior - na área de Biocombustível de Segunda Geração -, Cristiane conseguiu produzir uma enzima especial para alavancar o etanol de 2ª geração, com atividade diferenciada e que representa um avanço para a pesquisa com biomassa.
Joana Silva (MTB 19554)
Embrapa Instrumentação
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