04/10/23 |   Transferência de Tecnologia

Profissionais de MG conhecem pesquisas com café Robusta no Cerrado

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Foto: Rose César

Rose César -

Com o objetivo de conhecer os resultados da pesquisa de melhoramento e de adaptação de cafeeiros da espécie Coffea Canephora às condições do Cerrado, foi realizada, na manhã desta terça-feira, dia 03 de outubro, uma visita técnica aos campos experimentais da Embrapa Cerrados, em Planaltina – DF, por um grupo composto por 16 profissionais ligados ao setor agrícola do estado de Minas Gerais, sobretudo das sub-regiões do Noroeste e do Centro-oeste de Minas e do Alto Parnaíba. A visita foi solicitada pelo presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, que liderou a comitiva. 

Estiveram presentes produtores rurais, um industrial do café, representantes do Sebrae, da cooperativa de Crédito Sicoob Credigerais, das Faculdades Integradas Upis, da imprensa e do CNC. O grupo foi recebido por Antonio Ferando Guerra, chefe-geral da Embrapa Café, e por Chang Wilches, chefe-geral substituto da Embrapa Cerrados.

Esta foi uma segunda etapa de uma incursão que o grupo realiza para avaliação do potencial de inserção do cultivo do café robusta em terras mineiras. Numa primeira fase, o grupo viajou para o Norte do país para ver de perto a produção da cafeicultura amazônica, reconhecida pelo cultivo da variedade botânica de Coffea Canephora

O presidente do CNC informou que a cafeicultura pode ser uma excelente alternativa para geração de emprego e renda para as famílias, principalmente do Noroeste de Minas, que tem disponibilidade de terra e de força de trabalho, além de possuir condições ambientais propícias para o cultivo do café robusta.

O chefe-geral da Embrapa Café disse que as pesquisas para adaptação de Coffea Canephora ao Cerrado foram iniciadas há mais de trinta anos, a partir de plantas oriundas do Espírito Santo e do Norte do País. Dentre outros resultados desse trabalho, foram desenvolvidos clones que estão já na fase de validação junto ao setor produtivo e até o próximo ano deve ser lançada a primeira cultivar de robusta para altitudes elevadas. 

Guerra explicou que o Robusta é mais rústico que o Arábica, com maior resistência à doenças e pragas, mas que apesar de exigir menos tratos fitossanitários, é importante que seja realizado o manejo cultural recomendado pela pesquisa para que se obtenha os resultados de produção alcançados em ambientes controlados, com mais 80 sacas/ha, analisando-se dois biênios. A média nacional de produtividade do Canephora tem sido de cerca de 40 sacas/ha.

Os pesquisadores da Embrapa Cerrados Adriano Delly Veiga e Renato Amabile mostraram os experimentos em campo e esclareceram as dúvidas do grupo. "Acreditamos que o café canéfora possa ser uma nova alternativa que promoverá uma forte inclusão socioprodutiva junto aos pequenos produtores irrigantes, haja vista as experiências de sucesso em Unaí (MG), onde juntamente com a Cooperativa Agropecuária Unaí (Capull) estamos conduzindo cinco pontos de observação dos cafés da Embrapa", afirmou Amabile.

Rose Lane César (MTb 2978/DF)
Embrapa Café

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