A presidente da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS), Maria Eugênia Ortiz Escobar, realizou sua primeira visita institucional à Embrapa Solos (RJ), nesta terça-feira (10/10). Ela e outros membros da nova diretoria da SBCS, empossada em agosto, foram recebidos pela chefe-geral do centro de pesquisa, Maria de Lourdes Mendonça Santos Brefin. Durante a reunião, ambas as instituições destacaram a intenção de estreitar laços e fortalecer a parceria construída ao longo das últimas cinco décadas. Também participaram do encontro o secretário-geral da SBCS, Reinaldo Bertola Cantarutti, o secretário-adjunto da entidade, Raphael Bragança Alves Fernandes, e os chefes-adjuntos da Embrapa Solos Silvio Bhering (Pesquisa e Desenvolvimento) e Ana Paula Turetta (Transferência de Tecnologia). Durante a reunião, os dirigentes alinharam entendimentos sobre as parcerias em andamento, especialmente ações no âmbito do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS) e do Programa Nacional de Levantamento e Interpretação de Solos do Brasil (PronaSolos), programa de Estado que mobilizará nas próximas décadas centenas de especialistas para investigação, documentação, aquisição de novos dados, inventário e interpretação dos dados de solos brasileiros. O objetivo é ter, até 2048, todo o território nacional mapeado em escalas que vão de 1:25.000 a 1:100.000, que permitem aplicações em âmbitos municipal e local. Maria de Lourdes Brefin detalhou o andamento do projeto estruturante PronaSolos MCTI/Finep, que tem participação efetiva da SBCS e cujo objetivo principal é tornar possível a execução futura do Programa, por meio do estabelecimento de uma rede de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) para ampliar a capacidade nacional em assuntos relacionados aos recursos naturais solo, água e biodiversidade, abrangendo diferentes áreas da ciência do solo e de temas afins. Após a reunião, os membros da diretoria da SBCS visitaram as instalações do prédio com área total de 1.467 metros quadrados, em três pavimentos, que abrigará os novos laboratórios de análises de solo e métodos da Embrapa Solos, que serão importantes para o andamento do PronaSolos. “Considero este encontro histórico por conta do momento que a ciência do solo está passando no Brasil. Está em andamento o PronaSolos, que pretende realmente dar uma resposta que vai trazer benefícios para o bom uso e a gestão do solo e dos recursos naturais no Brasil. A Embrapa sabe que pode contar com a SBCS na execução das propostas do programa. Estamos aqui para fortalecer os laços entre as duas entidades e caminhamos juntos na gestão da ciência do solo no Brasil”, afirmou a presidente da SBCS. “Foi uma visita estratégica, um ponto positivo no relacionamento entre SBCS e Embrapa. Temos vários projetos e temas em comum, uma instituição precisa da outra. A ideia colocada na nossa reunião é de cooperar para o fortalecimento da ciência do solo no Brasil e no mundo com nossas contribuições. Todos os pontos que necessitavam de esclarecimentos foram abordados, agora é partir para uma nova etapa, de fortalecimento das relações”, acrescentou a chefe-geral da Embrapa Solos. Maria de Lourdes Brefin destacou, ainda, que a Embrapa Solos participa da estrutura da SBCS, como membro, e que as duas instituições atuam em parceria no âmbito do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS) e organizam em conjunto, a cada dois anos, as Reuniões de Classificação e Correlação de Solos (RCCs), que têm desempenhado relevante papel nos processos de desenvolvimento e aperfeiçoamento do SiBCS. “Além disso, as duas instituições têm um vínculo muito forte com o PronaSolos. A SBCS está no comitê executivo do programa e participou dos primeiros passos para a criação da governança dos solos no Brasil junto com a Embrapa e o Tribunal de Contas da União (TCU)”, ressaltou. A construção do programa PronaSolos começou em 2013, a partir de uma articulação iniciada em Berlim, no evento 2º Global Soil Week, entre a chefe geral da Embrapa Solos, Maria de Lourdes Brefin, o então presidente da SBCS, Gonçalo Signorelli, e o ministro do TCU Aroldo Cedraz. Na época, o mundo despertava para a importância da ciência do solo para a segurança alimentar e as questões das mudanças climáticas. Em março de 2015, declarado pela ONU como o Ano Internacional do Solo, as três instituições realizaram a Conferência sobre Governança do Solo, em Brasília, que reuniu autoridades e lideranças brasileiras e internacionais sobre o assunto. A conferência produziu o documento intitulado “Carta de Brasília”, que foi publicado e distribuído em diversas instituições brasileiras. O TCU também produziu, no escopo do evento, um levantamento sobre a governança de solos no Brasil, que culminaria meses depois no Acórdão TCU 1942/2015, que trata justamente da governança de solos do País. Este acórdão lançou as diretrizes que orientaram a formulação do PronaSolos.