Procisur terá primeira liderança feminina em 40 anos
Procisur terá primeira liderança feminina em 40 anos
Foto: Kátia Marsicano
Silvia Massruhá,da Embrapa (centro), Iris Lobos, do INIA (direita) e Cecília Gianoni (esquerda) estarão à frente do Procisur a partir de janeiro de 2024
Proposta é fortalecer parcerias entre os países do Cone Sul e priorizar seguranças alimentar, climática e energética da região
Pela primeira vez, em 40 anos, o Programa Cooperativo para o Desenvolvimento Tecnológico Agroalimentar e Agroindustrial do Cone Sul (Procisur), será liderado por duas mulheres. A partir de 1º de janeiro, assumem como presidente e vice-presidente do programa as pesquisadoras Silvia Massruhá, presidente da Embrapa, e Iris Lobos, diretora do Instituto Nacional de Investigação Agropecuária (INIA), do Chile. A futura gestão que irá até o fim de 2025 terá como prioridade três eixos temáticos: agendas de segurança alimentar, climática e energética para a região, dentro do conceito da intensificação sustentável.
Além de Massruhá e Lobos, também fará parte da próxima gestão do Procisur a pesquisadora Cecília Gianoni, que permanece no cargo atual de secretária-executiva. Por sua atuação e resultados, o Procisur é considerado um dos mais importantes instrumentos de influência na proposição de políticas públicas para a região do Cone Sul. A presidência e a vice-Presidência do Procisur são rotativas, sendo atualmente representadas pelos presidentes do INTA e da Embrapa, respectivamente.
A expectativa em torno da nova gestão foi comemorada na manhã desta terça-feira, 31, no encerramento da 74ª reunião da Comissão Diretiva, realizada em Brasília, na sede da Embrapa. Para Silvia Massruhá, trata-se de uma oportunidade única para a Empresa. “São muitas as demandas para os próximos anos, entre elas as relacionadas à inclusão socioprodutiva e ao fortalecimento da agricultura familiar”, disse ela, referindo-se ao desenvolvimento de novas tecnologias que possam agregar valor e reduzir as desigualdades entre pequenos, médios e grandes produtores. “Há 10 anos, estive no Procisur, na plataforma de tecnologias emergentes e foi uma experiência muito produtiva”, lembrou.
Sobre outras temáticas que terão prioridade na pauta do Procisur para o biênio, a presidente da Embrapa ressaltou também as áreas das tecnologias emergentes, como edição gênica e prospecção de gens no cenário das mudanças climáticas. “A Embrapa tem uma unidade mista de pesquisa na área, que é um centro conjunto entre a Embrapa e a Unicamp, que visa a união de esforços voltados à geração de tecnologias genéticas, com apoio da Fapesp”, comentou.
“Vamos discutir oportunidades na área de agricultura e inclusão digital e ainda aproveitar a realização da COP 30, em Belém-PA, junto com os países do Procisur sobre as questões climáticas e os impactos sobre as diferentes cadeias produtivas no Brasil e demais países”, disse. Para a presidente, a importância da aproximação com outros instituições de pesquisa da região representa ganhar tempo em benefício do desenvolvimento de novas alternativas de inovação, modelos e estratégicas. “A Embrapa está sendo estimulada pelo Governo Federal a protagonizar a aproximação dos países”, afirmou.
A partir do ano que vem, Silvia destacou também o papel do diretor-executivo de Pesquisa e Inovação, Clênio Pillon, que durante dois anos terá atuação no Comitê Técnico e de Articulação Institucional (CATI), parte da estrutura organizacional do Procisur. Nos dois dias de reunião em Brasília, foram apresentados os resultados obtidos em 2023 e o planejamento para os anos de 2024 e 2025. Silvia Massruhá assume no lugar de Mariano Garmendia (INTA/Argentina).
Na opinião da diretora nacional do INIA, Iris Lobos, que assumirá a vice-presidência do Procisur, a expectativa para a gestão do próximo biênio é alta. “Como mulheres, temos que estar sempre demonstrando que podemos ser tão atuantes quanto os homens e,a exemplo da atual gestão, que tem sido aglutinadora e dinâmica, vamos continuar seguindo igual, colocando o Procisur em primeiro lugar, na busca por soluções comuns”, garantiu. Ela destacou ainda a necessidade de manter o posicionamento do Procisur e, entre as prioridades, empreender esforços para que haja recursos para o desenvolvimento de projetos que tenham impacto também em outros países.
Estiveram presentes aos dois dias de reunião em Brasília representantes das seis organizações que compõem o Procisur: o atual presidente da Comissão Diretiva do Procisur, Mariano Garmendia (INTA/Argentina), Guillermo Sánchez, INTA/Argentina, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, o diretor-executivo de Pesquisa e Inovação da Embrapa, Clenio Pillon, Iris Lobos (INIA/Chile), María Teresa Pino (INIA/Chile), Edgar Esteche (IPTA/Paraguai), Orlando Noldin (IPTA/Paraguai), Verónica Musselli (INIA/Uruguai), Federico Villarreal (IICA), Fátima Almada (IICA), Cecilia Gianoni (Secretaria Executiva), Gabriel Delgado (IICA/Brasil), Sofía Chápper, Paulo Galerani (Assessoria de Relações Internacionais/Embrapa/Brasil), Ariel Pereda (INTA/Argentina). A próxima reunião presencial dos integrantes do Procisur vai acontecer em março de 2024, em Assunção, capital do Paraguai.
Gestão feminina
Silvia Massruhá (Embrapa)
Primeira mulher a ocupar o cargo de presidente da Embrapa em 50 anos da empresa, é doutora em Computação Aplicada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mestre em Automação pela Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e graduada em Análise de Sistemas pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Ingressou na Embrapa em 1989, participando de importantes transformações da área de informática na agropecuária, desde a fábrica de softwares, passando pela década da internet até a presente era digital. Entre suas áreas de conhecimento está o desenvolvimento de tecnologias para sistemas complexos ou para soluções interdisciplinares portadoras de futuro, que se materializa no uso de ferramentas como Inteligência Artificial, blockchain e Internet das Coisas (IoT), entre outras.
Iris Lobos (INIA/Chile)
É a primeira mulher à frente do INIA, como diretora nacional em 58 anos de história da instituição. É doutora em Alimentação e Meio Ambiente pela Universidade de Salamanca, com experiência liderando projetos de pesquisa que visam agregar valor e qualidade nutricional das diferentes matrizes alimentares produzidas no sul do Chile. Trabalhou como pesquisadora na Área Nacional de Alimentos do Futuro, do INIA Remehue (região de Los Lagos), e como Gerente do Laboratório de Espectroscopia NIRS. Desde 2015, executa projetos focados no resgate e valorização de recursos animais e vegetais, produzidos e coletados pela agricultura familiar camponesa e comunidades indígenas da região de Los Lagos.
Cecília Gianoni (Secretária executiva)
Possui graduação em Engenharia Agronômica pela Universidade da República de Uruguai (1998) e doutorado em Política Científica e Tecnológica pela Universidade Estadual de Campinas (2013). Atualmente, é Secretária Executiva do Procisur, especialista em gestão da inovação tecnológica do Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA) e pesquisadora associada do Grupo de Estudos sobre Organização da Pesquisa e da Inovação (GEOPI/DPCT/IG/Unicamp). Atua principalmente nas áreas de planejamento estratégico, gestão e avaliação da CT&I; prospeção tecnológica; propriedade intelectual; políticas de inovação; setor agropecuário, agroalimentar e agroindustrial.
Sobre o Procisur
O Programa Cooperativo para o Desenvolvimento Tecnológico Agroalimentar e Agroindustrial do Cone Sul (Procisur) foi criado em 1980 com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Ele é um instrumento institucional de integração e articulação dos Institutos Nacionais de Pesquisa Agropecuária da Argentina (INTA Argentina), Brasil (Embrapa), Chile (INIA Chile), Paraguai (IPTA) e Uruguai (INIA Uruguai), e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). Desde a década de 1990, o Programa se formaliza por meio de convênios ais celebrados entre os membros participantes. Nos convênios são criadas as condições e os meios para a execução da estratégia de cooperação.
Kátia Marsicano (MTb DF 3645)
Secretaria de Comunicação (Sucom)
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