Pesquisadores participam, no Exterior, de atualizações sobre doença da bananeira
Pesquisadores participam, no Exterior, de atualizações sobre doença da bananeira
Durante o mês de outubro, dois pesquisadores da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA) participaram de eventos realizados no exterior pela Agência Internacional de Energia Atômica (AEIA) relacionados à raça 4 tropical de Fusarium (Foc R4T), praga da bananeira ainda quarentenária no Brasil.
De 23 de outubro a 3 de novembro, o pesquisador Edson Perito Amorim esteve em Viena, na Áustria, para participar de capacitação em melhoramento genético da bananeira por mutagênese física para resistência à Foc R4T — mutagênese é um processo que altera a informação genética de um organismo e dá origem a uma nova variedade.
O treinamento foi realizado na sede da AIEA, organização autônoma criada em 1957 para promover o uso pacífico da energia atômica, e envolveu teoria e prática sobre cultura de tecidos, epidemiologia de Fusarium, métodos de seleção de resistência à Foc R4T, ferramentas moleculares, entre outros temas. Participaram da capacitação representantes de instituições de oito países: Brasil, Colômbia, Equador, México, Nicarágua, Paraguai, Santa Lúcia e Venezuela.
Tratou-se de atividade associada ao projeto que visa reforçar as capacidades dos países da América Latina e do Caribe no combate à murcha de Fusarium da bananeira por meio da detecção precoce e novas variedades resistentes. Financiado pela AIEA, o projeto tem como representantes no Brasil, o Mapa atuando com a parte de monitoramento do R4T nas áreas produtoras, e, como braço científico, a Embrapa, na parte de desenvolvimento de cultivares, tendo Edson como líder do Programa de Melhoramento Genético da Bananeira e Plátano.
Já entre os dias 16 e 27 de outubro, a pesquisadora Janay Almeida dos Santos-Serejo esteve na Austrália para acompanhar como o país está manejando Foc R4T. O tour envolveu visitas às instalações de unidades de pesquisa do Departamento de Agricultura e da Universidade de Queensland, assim como propriedades rurais. “Fiquei positivamente impactada com o programa de monitoramento, diagnose e controle de focos da doença nas fazendas e com os protocolos de biossegurança no campo e laboratórios”, conta Janay.
Vários estudos estão sendo realizados na Universidade de Queensland buscando soluções que sejam eficientes no controle do Fusarium, incluindo biocontrole e variedades resistentes. Genótipos desenvolvidos pela Embrapa que foram enviados anteriormente estão no campo para testes de resistência a Foc R4T.
Participaram do evento representantes de instituições da Colômbia, Peru e Venezuela, países onde já existe a Foc R4T, além do Equador e Brasil, onde a doença ainda não foi detectada. A outra representante brasileira foi Juliana Ribeiro Alexandre, auditora fiscal federal agropecuária do Mapa.
Murcha de Fusarium
O fungo pode entrar por diferentes vias: solo contaminado carregado em sapatos, ferramentas, mudas de bananeira (visivelmente sadias, mas infectadas) e plantas ornamentais, que podem também ser hospedeiras.
As pesquisas já desenvolvidas pela Embrapa nas áreas de melhoramento genético e de manejo da doença em relação às raças existentes no Brasil são um marco referencial para o combate de um eventual surto de R4T no País. A Embrapa monitora as populações do patógeno existentes no território brasileiro, o que auxiliará na seleção e na recomendação de variedades e até numa detecção oportuna de um foco.
A doença já ocorre na Austrália, Filipinas, Malásia, Indonésia, Taiwan, China, Omã, Jordânia, Moçambique, Colômbia e Peru, onde o foco foi identificado em 2020. A presença da praga em dois países vizinhos com fortes laços de amizade e comerciais deixa o Brasil em permanente estado de alerta.
Léa Cunha (DRT-BA 1633)
Embrapa Mandioca e Fruticultura
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