Técnicos conhecem na Embrapa seringueira tricomposta e boas práticas de extração de látex
Técnicos conhecem na Embrapa seringueira tricomposta e boas práticas de extração de látex
Tecnologias para cultivo de seringueira, boas práticas para extração de látex e demais informações que contribuem para a produção de borracha na Amazônia foram apresentadas na Embrapa Amazônia Ocidental em aula prática a técnicos extensionistas que trabalham no estado do Amazonas e vão atuar como agentes multiplicadores desse conhecimento junto a seringueiros no interior do estado.
A aula prática no campo experimental da Embrapa ocorreu na manhã de 7 de novembro e faz parte da programação do Curso de Boas Práticas de Extração de Látex, promovido pelo Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam). O curso se estende até o sábado, 11, envolvendo 25 técnicos, entre executores do Projeto Prioritário da Cadeia Produtiva da Borracha, técnicos da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS), da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal Sustentável do Amazonas (ADAF) e convidados.
O pesquisador Everton Cordeiro, da Embrapa Amazônia Ocidental, apresentou informações sobre a Seringueira Tricomposta, tecnologia disponibilizada pela Embrapa que viabiliza o cultivo da seringueira em área de ocorrência do Mal das Folhas, doença fúngica considerada um dos principais problemas enfrentados para este cultivo em regiões quentes e úmidas da América do Sul e, especialmente, para heveicultura na Amazônia.
Para formar a “Seringueira Tricomposta” são realizadas combinações de enxertias de clones de seringueira selecionados nas pesquisas da Embrapa, cujo resultado permite obter árvores resistentes ao fungo do Mal das Folhas e que se destacam em produtividade de látex. Os participantes do curso tiveram oportunidade de visitar um plantio de seringueiras tricompostas, no campo experimental da Embrapa, e assistir demonstração de técnicas para extração de látex.
O pesquisador Everton Cordeiro também abordou sobre a seringueira ser uma alternativa para geração de renda e aproveitamento de áreas alteradas, ao mesmo tempo que pode ser cultivada com espécies alimentares nas entrelinhas. Pesquisas feitas na Embrapa tem mostrado resultados positivos com o consórcio entre seringueiras e culturas anuais - como milho e o feijão-caupi (feijão-de-corda) e culturas perenes (como cacau e guaraná, p.ex).
Luiz Rocha, chefe do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Florestal do Idam, presente na atividade, destacou que é uma expectativa em aprender sobre essas tecnologias e levá-las para o interior do estado, viabilizando no futuro plantios de seringueiras para recuperação de áreas que já se encontram abertas e podem ser cultivadas. Rocha informou que está sendo abordado no curso informações de boas práticas voltadas tanto para o cultivo quanto para o extrativismo.
Segundo Rocha, a produção de borracha no Amazonas tem mercado certo e espaço para crescer. Ele informa que, atualmente, a produção é direcionada a duas empresas compradoras de borracha no estado, uma do ramo de produção de pneus e a outra fornecedora para a indústria de calçados. “Então, toda a produção hoje já é comprometida em contrato assinado, as empresas estão esperando o escoamento da produção, então é um mercado certo com um preço bom, diferenciado para o seringueiro”, informou Rocha.
Ana Paula Rebouças, coordenadora do Projeto Prioritário da Cadeia Produtiva da Borracha, informou que são 14 municípios envolvidos no projeto em diversas regiões do estado e o objetivo é capacitar os extrativistas dessas regiões em boas práticas ,além de orientar sobre o acesso às políticas públicas, como a Política de Garantia de Preços Mínimos para os Produtos da Sociobiodiversidade (PGPM-Bio), que é uma política do governo federal de apoio a extrativistas.
Síglia Souza (Mtb66/AM)
Embrapa Amazônia Ocidental
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