Novas cultivares de pêssego e amora são lançadas no 28º Congresso Brasileiro de Fruticultura
Novas cultivares de pêssego e amora são lançadas no 28º Congresso Brasileiro de Fruticultura
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária- Embrapa, parceira da Sociedade Brasileira de Fruticultura, lançou duas novas variedades de frutas - o pêssego BRS Sarau e a amora-preta BRS Ticuna - durante o 28º Congresso Brasileiro de Fruticultura, que se encerra neste dia 10 de novembro. Além das tecnologias inéditas, a Empresa levou temas técnicos para as conferências, envolvendo especialistas de várias unidades de pesquisa do país, ocupou espaço em estande institucional para demonstrar as novidades da pesquisa brasileira na área da fruticultura, como também, recebeu grupos de visitantes na Embrapa Clima Temperado, unidade de pesquisa local. O evento ocorreu no Centro de Eventos da Fenadoce, em Pelotas/RS.
No dia 7 de novembro, às 17h, no estande institucional da Embrapa, no 28º Congresso Brasileiro, os pesquisadores do Núcleo Temático em Fruticultura Maria do Carmo Bassols Raseira e Rodrigo Franzon lançaram as cultivares de pessegueiro BRS Sarau, mais tardia como alternativa para disposição de frutos no final do ano; e a cultivar de amoreira-preta BRS Ticuna, com alta produtividade e sabor ácido acentuado com indicação para uso industrial. O ato foi acompanhado pelos gestores e pesquisadores da Unidade de Pesquisa de Pelotas e da Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves/RS, assim como pelos congressistas, universitários e parceiros.
O pesquisador Rodrigo Franzon apresentou o pessegueiro BRS Sarau. Ele comentou sobre as características da variedade como doce, de baixa acidez, possuindo caroço solto, bastante vermelha próxima do caroço, com película esverdeada com rajadas avermelhadas e com boa produtividade. Ele destacou o período de início do amadurecimento dos frutos, que começam na colheita do pêssego, tendo seu ponto ideal próximo do dia 25 de dezembro. “ É uma boa época para lançar um produto novo no mercado, pois a cultivar estará apta para consumo antes das festas de final de ano”, disse. Ele destacou o importante papel das parcerias realizadas durante este trabalho de pesquisa como a Embrapa Uva e Vinho e o acompanhamento de validação e testes da cultivar com produtores conduzidos pela Estação Experimental de Canoinhas/SC. Além delas, destacou a atuação da Epagri/SC, Epamig/MG, universidades da região e a rede de produtores que auxiliaram durante as etapas do estudo. “O edital para futuros viveiristas que se interessem em multiplicar o material da nova cultivar está aberto. Os interessados têm até o dia 17 de novembro, às 17h, manifestando sua inscrição pelo email elbio.cardoso@embrapa.br”, lembrou.
A cultivar de amoreira-preta, a BRS Ticuna, foi apresentada pela pesquisadora Maria do Carmo Bassols Raseira. Ela destacou que o lançamento foi uma ação conjunta entre as duas unidades de pesquisas da região Sul, Embrapa Clima Temperado e Embrapa Uva e Vinho, sendo que uma associação de produtores de pequenas frutas em área experimental de Vacaria avaliou grande parte do trabalho. “Descobrimos ao longo do trabalho que a alta acidez da cultivar - que poderia ser vista como um defeito - tornou-se um ponto a favor da nova variedade. Pois, apenas 10% da produção de amoreira-preta é utilizada para venda in natura, quase toda ela é usada para congelamento e processamento. E para uso de sucos e geléias, a acidez é uma característica atrativa para este fim”, destacou. A pesquisadora também explicou que pelo fato de ser utilizada uma pequena parte para consumo in natura, na forma de sucos e geleias, a nova variedade necessitaria ser altamente produtiva para que os produtores pudessem ser melhor remunerados, já que com maior quantidade de produção, maior a renda. “A BRS Ticuna pode produzir até 20 toneladas por hectare e em áreas próximas a grandes centros consumidores, o valor de comercialização pode chegar a até R$ 20 por quilo de amora produzido”, falou.
“A pesquisadora Maria do Carmo soma mais de 55 anos de contribuição com a pesquisa do melhoramento genético de frutas de caroço e pequenas frutas, sendo que ao longo desse período, vem lançando quase que anualmente cultivares da Embrapa, o que a torna uma referência na fruticultura brasileira para a pesquisa agropecuária. Ela já lançou mais de 40 cultivares de pêssego, por exemplo”, mencionou o chefe-geral Roberto Pedroso de Oliveira, no ato dos lançamentos no estande institucional. Ele também mencionou que os materiais lançados pela sua liderança são produtos que se adaptam a outras regiões de clima temperado no país, como grandes centros consumidores na região de São Paulo e da Chapada Diamantina pela articulação de parcerias.
O estande institucional e a programação
O espaço da pesquisa agropecuária da Embrapa centrou-se em apresentar publicações variadas sobre a temática do evento, o projeto Quintais Orgânicos e sua variedade de kits com espécies de frutas nativas, exemplares de pitangueira, oliveira, amoreira e butiazeiro, morangueiro BRS Fênix e a demonstração e uso para degustação das seleções de nectarinas que serão lançadas no próximo ano. O espaço foi compartilhado com especialistas que vieram da Embrapa Uva e Vinho, Bento Gonçalves/RS e da Embrapa Mandioca e Fruticultura, Cruz das Almas/BA.
Conferências da Embrapa
Neste dia 10 de novembro, a pesquisadora Maria do Carmo Bassols Raseira apresenta o tema Melhoramento Genético em Frutíferas: Passado, Presente e Futuro. Logo a seguir, das 10h30 às 12h, o pesquisador Caio de Teves, da Embrapa Agrobiologia, Seropédica/RJ fala sobre o Uso de Tecnologias Inovadoras para Diagnosticar a Procedência de Frutas em Diferentes Sistemas de Cultivo - Análise da Abundância natural de 15N para identificação de alimentos produzidos em sistemas orgânicos e paralelamente no Fórum 3, acontece o debate sobre os Desafios da Extensão Rural na Fruticultura com a participação da pesquisadora do Núcleo de Ações Estratégicas, Áurea Fabiana Gerum, da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas/BA).
Congresso Brasileiro de Fruticultura
O evento resultou um esforço conjunto entre a Sociedade Brasileira de Fruticultura (SBF), UFPel, Embrapa Clima Temperado, UFRGS, UFSM, UNIPAMPA e IFSUL. Foram apresentados durante os cinco dias de evento 460 posteres técnico-científicos, 100 apresentações orais de trabalhos técnicos, entrega de homenagens a especialistas e prêmio Jovem Cientista em Fruticultura. Também foi realizado paralelamente o V Simpósio Nacional de Olivicultura, contando com 52 expositores, desde equipamentos de apoio à produção de frutíferas assim como de oliveiras, incluindo diversos empreendedores na linha de produção de azeites de oliveiras. O 28º Congresso fechou com uma circulação de 1.100 visitantes.
O Congresso é bianual, e desde 1979, não ocorria em Pelotas. Ele existe conjuntamente com a Sociedade Brasileira, somando 51 anos de atuação. A próxima edição ocorrerá em São Paulo/SP
Cristiane Betemps (MTb 7418/RS)
Embrapa Clima Temperado
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