Diferentes atores da cadeia produtiva da ovinocultura de corte estiveram reunidos na sede da Embrapa Pecuária Sul, em Bagé (RS), no dia 28, para o 1º Dia da Carne. O evento, promovido pela Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), teve como objetivo debater os principais gargalos e soluções para ampliar a produção, comercialização e consumo de carne ovina no Brasil. A Embrapa Pecuária Sul foi uma das apoiadoras do seminário.

         Para o presidente da Arco, Edemundo Ferreira Gressler, a ovinocultura tem um papel social muito importante, principalmente pela atividade ser desenvolvida em propriedades familiares. “É uma atividade que contribui para manter o homem no campo e como é uma proteína ainda pouco consumida no país, tem um grande potencial de crescimento”. Já o Chefe-geral da Embrapa Pecuária Sul, Fernando Cardoso, ressaltou que o centro de pesquisa tem um longo histórico de contribuições para a ovinocultura. “Já desenvolvemos diferentes soluções tecnológicas para o setor e continuamos trabalhando fortemente para melhorar a atividade, com o objetivo de aumentar a produtividade e a renda para o produtor”.   

         O seminário foi dividido em cinco painéis, englobando os elos da cadeia produtiva: produção, indústria, varejo, pesquisa e gastronomia. No primeiro painel, dedicado à produção, um dos palestrantes foi o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, José Carlos Ferrugem, que falou sobre a logística na produção de cordeiros. Segundo Ferrugem, é fundamental a organização de produtores tanto para melhorar a produção, utilizando mais tecnologias já disponíveis, como para a comercialização. Também proferiram palestras no painel o produtor e consultor Daniel Barros e o técnico da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, Bruno Dall’Agnol.

         O segundo painel foi sobre a indústria de carne ovina. Representantes de três frigoríficos apresentaram cases de empreendimentos bem-sucedidos no processamento desse tipo de carne. O primeiro foi apresentado por Felipe Voigt, do Celebra Gourmet, de Salvador do Sul (RS). Logo depois, foi apresentado o frigorífico Carneiro Sul, sediado em Gravataí, com palestra de um dos seus diretores, João Bernardo. O painel foi finalizado com a experiência de uma indústria da Bahia, o Frigbahia, cuja apresentação foi feita por Wanderley Lemos Gomes.

           O varejo foi o tema do terceiro painel do seminário, com a participação de Lindonor Peruzzo, da rede de supermercados Peruzzo, e de Isidoro De Leon, da Casa de Carnes De Leon. Ambos os empresários relataram dificuldades na comercialização da carne ovina, principalmente por não existir uma cultura de consumo da proteína e também pela falta de uma oferta de cortes diferentes e menores. O quarto painel foi dedicado para pesquisa e inovação e contou com palestras de Hélio de Almeida Ricardo, da Associação Paulista de Criadores de Ovinos e de Rafael Paglioli, da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul. Paglioli coordenou o grupo que criou a certificação Selo Cordeiro Premium Gaúcho, lançado esse ano e que no evento teve a entrega da primeira certificação, para o frigorífico Carneiro Sul. Para encerrar o seminário foi realizado um painel sobre Gastronomia, Consumo e Turismo Local, que contou com a participação de Bruno Ivanoff, professor da Unisenac e Giovani Peres, da Batalha Vinhas e Vinhos.