Valdenir, o estatístico referência na pesquisa agrícola faz 80 anos
Valdenir, o estatístico referência na pesquisa agrícola faz 80 anos
Valdenir Queiroz Ribeiro não imaginava que seria pesquisador de uma instituição de prestígio internacional quando deixou o pequeno município de São João dos Patos (hoje com 20.020 habitantes, segundo o IBGE, e a 540 quilômetros de São Luís), em 1964. Com passadas firmes, ele caminhou por Barão de Grajaú (cursou o primário), no Maranhão, Floriano (ginásio), no Piauí, e por São Luís (científico), até chegar a Belém do Pará onde ingressou na Escola de Agronomia da Amazônia (EAA), hoje renomeada Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). “Concluí o curso em exatos 4 anos, em 1967”, lembra.
Hoje, com 80 anos, completados no dia 26 de outubro último, Valdenir não só tornou-se um pesquisador referência na região, como é também o primeiro cientista da Embrapa no Piauí especializado em experimentação e estatística agrícola. Mestre pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo (1980), foi contratado pela Embrapa em 1976, quando as pesquisas científicas na agropecuária começavam a ganhar impulso e cujos resultados mudaram o perfil dos investimentos no campo.
O multidisciplinar
Mas antes de chegar à Embrapa, Valdenir deu passadas importantes em outras instituições que marcaram a carreira dele. O primeiro emprego (que ninguém esquece), foi na Secretaria de Agricultura do Piauí, atuando em Teresina e nos municípios de Canto do Buriti e Floriano. Como servidor do Estado, ele teve o maior “desafio” profissional em 56 anos como engenheiro agrônomo. “À época, o desafio que me marcou foi desenvolver trabalhos de Assistência Técnica, Extensão Rural e elaborar projetos para crédito rural em atendimento aos pequenos e médios produtores”. Ele atuou também no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), de 1971 a 1975, desenvolvendo trabalhos de pesquisa em áreas irrigadas.
Segundo filho em uma prole de 12 irmãos (oito permanecem vivos), ainda cedo, mesmo na então acanhada cidade de São João dos Patos, ele mirou a agronomia como futura profissão. O pai, o comerciante Vicente Ribeiro, nunca interferiu nas decisões sobre os estudos e as profissões dos filhos. E com ele não foi diferente: “Sempre pensei em ser agrônomo e não me afastei da ideia. Meus pais, em nenhum momento, tentaram mudar o meu caminho”. Os irmãos se formaram em advogado, médico e bioquímico. As irmãs seguiram o magistério, odontologia, serviço público e empreendedorismo.
Sistemático, Valdenir dorme pontualmente às 22 horas e levanta às 4:30 horas, antes mesmo dos primeiros raios de sol surgirem. Na Unidade, religiosamente, ele chega às 6:45 horas e estaciona o carro (uma suv Tiggo, de cor prata) ao lado de uma das seis mangueiras plantadas em frente ao prédio da área de pesquisa. O expediente na Embrapa Meio-Norte começa pontualmente às 7:30 horas. Casado há 52 anos com Maria de Jesus Machado Ribeiro, é pai de três filhos - dois homens e uma mulher - e avô de oito netos.
Pesquisador em atividade multidisciplinar, atuando em vários projetos de pesquisa que exijam estatística, quando demandado, ele acha que o desafio dos novos cientistas, para as próximas décadas, será a “Competitividade e a sustentabilidade”. Segundo Valdenir, para vencer como pesquisador em um ambiente de muita competitividade, é preciso ter “Comprometimento, ser proativo, estudar muito e manter boas relações pessoais”. Nestes 47 anos de Embrapa, ele já foi tudo, ocupando funções gerenciais de supervisor de setor a chefe-geral da Unidade (1989 a 1990), passando por chefias adjuntas. Na pesquisa, é editor técnico de dezenas de publicações, como livros, série documentos, boletins de pesquisa, artigos técnico-científicos em periódicos e em anais de congresso (Por Fernando Sinimbu).
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