A Embrapa Mandioca e Fruticultura, Unidade da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura e Pecuária), liderou a programação técnica da Feira Internacional da Mandioca (Fiman), que atraiu mais de 7 mil pessoas — industriais, produtores, técnicos, fornecedores, consumidores e varejistas —, de 21 a 23 de novembro, ao Parque Internacional de Exposições de Paranavaí (PR). Além de apoiar o evento, parte da equipe da Unidade ministrou palestras, incluindo uma estação no dia de campo, expôs tecnologias no estande institucional e promoveu rodada de negócios sobre a Rede Reniva (Rede de multiplicação e transferência de materiais propagativos de mandioca com qualidade genética e fitossanitária), que foi um dos destaques dessa edição. A Fiman é uma promoção da Associação Comercial e Empresarial de Paranavaí (Aciap), Sindicato Rural de Paranavaí, Sociedade Rural do Noroeste do Paraná, Prefeitura Municipal de Paranavaí e Centro Tecnológico da Mandioca (Cetem). "Reafirmamos aqui nosso compromisso com a mandiocultura e em especial com a mandiocultura do Paraná. Apresentamos nossas três linhas principais de atuação: desenvolvimemto de novas variedades, mecanização da mandiocultura e desenvolvimento e fornecimento de material de plantio com qualidade genética e fitossanitária. Foi uma oportunidade única de apresentarmos nossos trabalhos, tivemos palestras, interagimos bastante com o público, participamos de rodada de negócios, apresentando a Rede Reniva. A edição deste ano trouxe muitas oportunidades para todos os participantes, e a Embrapa tem uma grande satisfação de marcar presença mais uma vez nessa importante feira da mandiocultura brasileira e internacional", avaliou o chefe-geral Francisco Laranjeira. O presidente da Fiman, o produtor Maurício Gehlen, enalteceu a parceria com a Embrapa em todas as três edições do evento. "A feira trouxe muita inovação para o homem do campo, muita parceria com institutos de pesquisa, principalmente com a Embrapa, grande parceira na divulgação, em trazer novas variedades para mostrar ao produtor, parceira no dia de campo... Estamos felizes porque por aqui passaram mais de 5 mil pessoas, fizemos grandes negócios e isso só aconteceu por conta das parcerias. Estamos energizados para fazer novas edições e juntos conquistarmos o mundo com a cultura da mandioca", pontuou. O produtor e presidente do Sindicato Rural de Paranavaí e do Cetem, Ivo Pierin Jr, também salientou a relevância da parceria da Embrapa no evento e nas pesquisas desenvolvidas na região. "A Fiman congrega produtores de todo o Brasil, pessoas interessadas na industrialização, na modernização do setor, e a Embrapa é parceira de primeira hora. A Embrapa veio para a região, abraçou a ideia que vinha surgindo do plantio direto, por exemplo, fez pesquisas sobre variedades mais adaptadas ao plantio direto, insistiu muito nisso, os produtores estão vendo vantagem e aderindo pouco a pouco a esse sistema de produção, realizou pesquisa ao lado de parceiros regionais, como o IDR [Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná] e o Instituto Federal do Paraná. Temos só a agradecer por essa parceria, que tem sido tão profícua, e aqui no evento com realização de palestras, demonstrações em campo, demonstração da importância que os produtores devem dar à questao da maniva, por meio do Reniva, de inovações que estão sendo trazidas para o setor", complementou Pierin. Programação técnica No primeiro dia (21), o pesquisador Rudiney Ringenberg, que atua no campo avançado da Unidade no Centro-Sul, abordou em sua palestra o manejo integrado de pragas para a mandiocultura, e o analista Helton Fleck falou sobre as variedades de mandioca desenvolvidas pela Embrapa. Na manhã do dia seguinte (22), no dia de campo do evento, Ringenberg foi instrutor da estação “Variedades de mandioca da Embrapa”, em que expôs as principais características de variedades para uso industrial já lançadas pela Empresa e duas que estão em rota de lançamento. Na parte da tarde, durante a 59ª reunião ordinária da Câmara Setorial de Mandioca e Derivados, realizada na sede da Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam), Helton Fleck e o analista Herminio Rocha apresentaram os conceitos e funcionamento da Rede Reniva, um modelo de negócio para multiplicação e oferta de material propagativo, para os integrantes do fórum. De volta ao evento, Rocha apresentou o Reniva para o público. No estande, foram divulgadas tecnologias ligadas à Rede Reniva, como manivas-semente, rocamboles de mudas (embalagens plásticas em que se enrolam as mudas sem os tubetes, mantendo-se os substratos), miniestacas (estacas de apenas 5 gramas e do tamanho de um lápis que facilitam a logística de armazenamento e transporte das manivas para novas áreas) e raízes de mandioca. O pesquisador Marcelo Romano também atuou na logística do evento. Rodada de negócios sobre o Reniva Fechando a participação da Embrapa no segundo dia, o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia, Aldo Trindade, conduziu uma rodada de negócios sobre o Reniva. "Saímos daqui com boa esperança e expectativa de que consigamos o primeiro maniveiro dentro da Rede Reniva para o Centro-Sul. Acreditamos que tendo o primeiro com o nosso apoio, essa estratégia vai crescer bastante aqui na região. Há uma expectativa realmente grande de que o Reniva venha para dar um suporte e consiga alavancar e mudar a cadeia produtiva da mandioca", afirmou Trindade. O produtor Dirceu Julio Almeida disse que saiu com uma nova visão depois das discussões na rodada. "Sou contador em Goiânia e tenho uma propriedade no Tocantins. Minha ideia é mudar para o ramo da mandioca. Cheguei aqui com uma visão e estou voltando com outra totalmente diferente. Preciso me preocupar muito com a produçao da muda. O pessoal da Embrapa mudou totalmente a minha cabeça com relação a isso. Preciso trabalhar realmente as mudas, as manivas, tanto para mim quanto para os meus parceiros." A Rede Reniva também foi apresentada por Rocha e Fleck na rodada de negócios promovida pela Aciap, no último dia do evento (23). Homenagem ao maior maniveiro do País Um dos pontos altos do evento foi a homenagem ao produtor Dutra Souza, primeiro maniveiro-âncora do Pará e maior maniveiro do País hoje, por sua dedicação na produção e difusão de material de plantio de mandioca com garantida sanidade e identidade genética. A placa foi entregue por Laranjeira e Trindade e os coordenadores da Rede Reniva. "Vim da agricultura familiar, sou técnico agropecuário e engenheiro-agrônomo e tenho uma vida dedicada a duas culturas importantissimas para a agricultura familiar brasileira: feijão caupi e mandioca. Tive a oportunidade de conhecer o Reniva no Congresso Brasileiro de Mandioca, realizado em Salvador em 2015, e lá tive a percepção de que o projeto Reniva seria um grande negócio e uma necessidade para fazer a ponte entre as cultivares de mandioca que o sistema Embrapa lança e os produtores rurais. Fico aqui muito honrado por esse conhecimento." E acrescentou: "A resposabilidade é nossa, o papel do sistema Embrapa é lançar as cultivares. Nós da iniciativa privada temos de ir lá, pegar esses materiais e trazer para o ambiente privado e, evidentemente, nos beneficiarmos desse resultado no campo."