18/12/23 |   Biodiversidade  Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Embrapa apresenta finalistas e debate as potencialidades da sociobiodiversidade amazônica

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Foto: Ronaldo Rosa

Ronaldo Rosa - O chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia, Bruno de Maria e o supervisor de Inteligência Mercadológica (SIM/GEM)), Fernando Wagner Malavazi, destacaram a importância dos projetos de Inovação Aberta à instituição e à sociedade.

O chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia, Bruno de Maria e o supervisor de Inteligência Mercadológica (SIM/GEM)), Fernando Wagner Malavazi, destacaram a importância dos projetos de Inovação Aberta à instituição e à sociedade.

Atores do ecossistema de inovação e as propostas finalistas, selecionadas na chamada pública de Inovação Aberta para a Amazônia, do Programa InovAmaz 2023, da Embrapa Amazônia Oriental,  se reuniram para debater as potencialidades em inovação da sociobiodiversidade amazônica. Realizado em Belém (PA) no dia 12 de dezembro, o evento promoveu debates com especialistas, agentes de fomento e financiamento, apresentação de cases regionais inspiradores e uma degustação de produtos da sociobiodiversidade amazônica, potenciais propulsores à bioeconomia.

Participando por videoconferência, o diretor de Pesquisa e Inovação, Clenio Nailto Pillon, destacou que o evento em si e principalmente, os editais de inovação aberta, cumprem uma função essencial à Embrapa, de aproximar cada vez mais a sociedade das nossas instituições, para se pensar coletivamente inovação e desenvolvimento, pautados na sustentabilidade e nas necessidades reais de cada região.  “É um evento que aproxima a nossa ciência dos nossos parceiros, a ciência da sociedade. A ciência realizada pela Embrapa integra uma grande política pública a serviço do desenvolvimento dos espaços territoriais onde atuamos”, enfatizou o diretor.

O chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental, Walkymário Lemos, classificou todo o processo, do lançamento do edital, passando pela seleção dos finalistas ao evento de inovação e bioeconomia, como momentos valiosos, pois exercitam uma importante estratégia institucional para a Embrapa, e um desejo para os parceiros e sociedade, de respostas às expectativas com ações concretas da Empresa. “A inovação aberta possibilita trabalhar com a co-desenvolvimento de soluções inovadoras para as diferentes realidades amazônicas e o mais importante, em benefício das diferentes populações que vivem em diferentes ambientes da amazônia”, especificou o gestor. Lemos ainda aproveitou o evento para anunciar o lançamento de mais um curso na plataforma E-campo, da Embrapa, que dialoga intrinsecamente aos debates sobre inovação e biodiversidade e que contou com construção, também coletiva, de diversas Unidades na Embrapa na Amazônia Legal e a Diretoria de Negócios, o curso online de Bioeconomia para o Bioma Amazônia.

Já o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia, Bruno Giovany de Maria, área responsável pelo edital, enfatizou que inovação atrelada ao mercado, não se faz isoladamente e para que essas soluções inovadoras causem reais impactos positivos ao desenvolvimento regional e melhoria de qualidade de vida às populações no território, é imprescindível, dialogar com toda cadeia desse ecossistema de inovação e construir soluções coletivamente. “Ao unir competências, habilidades e estruturas, alinhadas às necessidades reais do setor produtivo e da região, mas principalmente, em parceria com os atores desse setor, conseguiremos produzir ativos tecnológicos com mais aderência ao mercado, e com impacto na transformação social”, analisou Bruno.

Curso online de Bioeconomia para o Bioma Amazônia

 

Estão abertas as inscrições para o curso online de Bioeconomia para o Bioma Amazônia, no portal e-Campo, da Embrapa. Com carga horária de 32 horas divididas em cinco módulos, o curso traz conceitos, temas para inovação e iniciativas relacionadas ao tema. De acordo com a Anna Karina Almeida, analista da Embrapa Amazônia Oriental, e uma das responsáveis pelo curso, a capacitação foi elaborada a partir da necessidade de conhecimento sobre os processos sustentáveis e inovações para bioeconomia no bioma amazônico.

A capacitação é gratuita e tem oferta contínua. Acesse aqui.

Parceria garante ativos tecnológicos impactantes


Os selecionados ao InovAmaz 2023 e a apresentação de suas propostas de co-desenvovimento, foram um dos pontos altos do evento. A empresa Manioca explanou aos presentes as duas propostas selecionadas, que tratam da quantificação de compostos cianogênicos na cadeia produtiva de tucupi amarelo e o desenvolvimento de processo para reaproveitamento do resíduo da temperagem do tucupi. A ParaOil apresentou a proposta de produção de blend de manteiga de cupuaçu com óleo de andiroba. O mapeamento da flora alvo meliponícola para crescimento sustentável no estado do Pará, foi defendida pela AirBee; e a Wood Scan, empresa com sede em Manaus, falou sobre as vantagens em desenvolver um processo de inspeção de tipologia e/ou identificação botânica de espécies de madeiras da Amazônia.

O supervisor de Inteligência Mercadológica (SIM), da Gerência de Estratégias para o Mercado (GEM), da Embrapa, Fernando Wagner Malavazi, veio à Belém para participar do evento sobre Inovação Aberta. Para Malavazi, a importância em fazer inovação aberta na Amazônia e como esse modo de co-desenvolvimento, entre Embrapa e parceiros externos, acelera e concretiza a oferta de soluções inovadoras. “Se o parceiro está interessado em alavancar, em acelerar as ideias e, mais que isso, transformar uma ideia em produto, em inovação, em soluções reais à sociedade, o processo de  inovação aberta acelera e viabiliza essas ideias. É muito importante para a Embrapa e para os parceiros, aproveitar esse estoque de know-how, de conhecimento técnico que a Embrapa tem a oferecer, e assim ofertar para sociedade, produtos de qualidade”, analisa.

E foi pensando nessa união de expertises que a Wood Scan inscreveu a sua proposta para o co-desenvolvimento de um processo de inspeção de tipologia e/ou identificação botânica de espécies de madeiras da Amazônia.

Ana Paula Paganini, Gerente de inovação do Wood Scan, salientou que ficaram muito felizes com o início da parceria, pois acreditam que a Embrapa possa ajudar a aprimorar o produto proposto e assim, ampliar a identificação de espécies ameaçadas na Amazônia e também atrair novos investidores. “Esperamos fortalecer a fiscalização de retirada de madeira de áreas ilegais, contribuindo para a preservação da floresta e promovendo práticas sustentáveis na região. A parceria com a Embrapa é fundamental para avançarmos no propósito de preservar o ecossistema amazônico por meio da inovação e novas tecnologias”, comemorou Ana Paula.

De acordo com a gerente de inovação do Wood Scan, a implementação do aplicativo promove um impacto significativo em diversas áreas socioambientais, contribuindo para a preservação da Amazônia e o bem-estar das comunidades locais e do mundo. E exemplificou que o serviço, entre outras funções, possibilita uma fiscalização mais eficiente, prevenindo o desmatamento e a exploração ilegal de madeira. Traz ainda transparência na cadeia de madeira, pois ao identificar as espécies de madeira em tempo real, o app promove a transparência na cadeia de suprimentos de madeira, inibindo a exploração ilegal, algo que consideram essencial à preservação das florestas e o manejo sustentável.

Outra faceta importante, defende a empresa, a possibilidade de garantias de receitas aos governos locais e aumento de financiamento de políticas públicas ambientais. E destacou ainda o reforço na preservação de áreas indígenas ao desencorajar a exploração ilegal nessas regiões, protegendo não apenas as florestas, mas também os modos de vida e culturas das comunidades indígenas.


Próximos passos

 

O chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia, Bruno de Maria, informou que a seleção e apresentação das propostas aos atores do ecossistema de inovação, foi apenas mais uma etapa do InovAmaz 2023. “Agora que realmente começa o trabalho. Vamos promover reuniões e workshops técnicos, para construirmos um plano de trabalho executivo, para verificar quais serão e como se darão as formas de entrega dos ativos tecnológicos. Isso implica a construção do plano de negócios e de que forma essa solução será adotada e explorada, seja por meio comercial ou por meio social”. O gestor acrescentou que os próximos passos serão de aproximação das empresas selecionadas com as equipes da Embrapa, e construir junto, um plano de trabalho executivo e sua aplicação.

De acordo com o edital, o desenvolvimento das propostas devem ocorrer, preferencialmente, entre 12 e 24 meses, com prazo máximo de 60 meses.
 

Kélem Cabral (MTb 1981/PA)
Embrapa Amazônia Oriental

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