A vice-governadora do Distrito Federal (DF), Celina Leão, conheceu, na manhã do dia 14, os primeiros resultados do projeto de pesquisa sobre o Balanço de Carbono e emissão de gases de efeito estufa (GEE) na cafeicultura do Cerrado. O projeto é liderado pela Embrapa Cerrados em parceria com a Embrapa Café. Enquanto Deputada Federal pelo DF, Celina Leão destinou recursos por meio de uma emenda parlamentar individual para a aquisição de um cromatógrafo gasoso, equipamento utilizado em laboratório para análise de amostras de gases extraídos de experimentos com café em campo. A gestora foi recebida pelo diretor-executivo de Governança e Gestão da Embrapa, Alderi de Araújo, que enalteceu a sensibilidade de Celina para as necessidades da pesquisa. “Sabemos que os recursos são escassos e por vezes tem sido uma tarefa difícil convencer pessoas públicas sobre as necessidades da Ciência, mas os resultados são muito importantes para o País. Para cada real aplicado na Embrapa, R$ 34,70 são retornados para a sociedade em forma de novos empregos, de renda gerada e de ações executadas. Neste sentido, o seu gesto é um exemplo para as pessoas públicas responsáveis pela destinação dos recursos, que têm que saber que equipamentos como esse e as pesquisas ao fim não favorecem à Embrapa, mas mudam vidas de pessoas e muda a nossa sociedade”, afirmou o diretor. Também receberam a vice-governadora o chefe-geral da Embrapa Café, Antonio Fernando Guerra e o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, Fabio Faleiro, que falou sobre a importância do equipamento para a acurácia dos resultados da pesquisa. Fernando Guerra salientou que a compra do cromatógrafo gasoso tem possibilitado a continuidade de um trabalho de pesquisa que dará ainda mais sustentabilidade para a cafeicultura, principalmente a praticada na região do Cerrado. “Com os dados que estão sendo apurados nesta pesquisa poderemos fazer ajustes que se façam necessários no sistema produtivo e comunicar ao mundo, com a credibilidade dos dados científicos, informações que demonstrem a sustentabilidade dos cafés do Brasil”, afirmou. Celina Leão disse conhecer profundamente a importância da Embrapa para o Brasil e mesmo para o mundo. “Países que se desenvolveram, a exemplo da Coreia, investiram em educação, pesquisa, ciência e tecnologia. E o nosso país está na lupa do mundo, principalmente em relação à produção de alimentos com sustentabilidade e a Embrapa está no centro disso tudo, mostrando que não são coisas antagônicas, mas que andam de mãos dadas. Dessa forma, continuo à disposição da Embrapa por entender a importância dessa instituição e do legado que ela tem deixado, ainda que nós que estamos aqui agora, não possamos presenciar todas as contribuições para o futuro, que sei são imensas e de grande orgulho para nós brasileiros”, declarou. Foram entregues à vice-governadora amostras de frutas que são resultados de trabalhos de melhoramento realizados na Embrapa Cerrados (Planaltina-DF) como maracujás doce e azedo e pitayas, publicações sobre tecnologias geradas pela unidade e uma camiseta confeccionada com algodão naturalmente colorido, resultado de pesquisas realizadas na Embrapa Algodão (Campina Grande – PB). Ela também degustou uma xícara de café especial produzido no Distrito Federal. Sobre a Pesquisa – O cromatógrafo gasoso é utilizado, dentre outros, no projeto que busca atender ao desafio de inovação proposto pela Embrapa sobre serviços ambientais relacionados às mudanças climáticas e sistemas de produção de café. O objetivo deste projeto, liderado pela pesquisadora da Embrapa Cerrados Arminda Carvalho, é monitorar os fluxos de GEE no solo e estimar o balanço de Carbono (C) no solo sob cultivo de café irrigado e consorciado com braquiária decumbens no Cerrado. “Sem o cromatógrafo não teríamos condições de realizar o balanço de Carbono em café”, explicou Alexsandra Oliveira, pesquisadora da Embrapa Cerrados responsável por realizar as estimativas do balanço de carbono. “Estamos levantando informações inéditas e estamos avançando na proposta do projeto, o que permitirá aos especialistas realizar eventuais ajustes no sistema produtivo para que haja mitigação na emissão de GEE e obter um balanço de Carbono zero ou positivo”, explanou. Alexsandra disse que a pesquisa avalia também as emissões de óxido nitroso (N2O), que tem grande influência no aumento da temperatura no planeta Terra. O consórcio de café e braquiária tem sido cada vez mais adotado pelos cafeicultores para a reduzir perdas e, consequentemente, as emissões de N2O, além de incrementar o estoque de C no solo.