Discutir os caminhos referentes ao estabelecimento de um HUB de Inovação na Estação Experimental Canoinhas (EEC) foi a tônica da primeira reunião de trabalho constituída com esse objetivo, realizada nas instalações da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri) em Itajaí (SC) no dia 24 de janeiro último. Na condução das discussões, o diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Embrapa, Clenio Pilon, acompanhado de representantes da Diretoria de Negócios da Empresa, com a participação de chefes das Unidades da Embrapa - Hortaliças (Brasília-DF), Clima Temperado (Pelotas-RS), Uva e Vinho (Bento Gonçalves-RS), Florestas (Colombo-PR) e Suínos e Aves (Concórdia-SC) - e representantes da Epagri, IDR-PR e do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). “Essa reunião serviu para que pudéssemos congregar as instituições estaduais de pesquisa de Santa Catarina e do Paraná, juntamente com uma instituição de ensino como IFSC, com vistas a unir esforços nos trabalhos de pesquisa, transferência de tecnologia e inovação voltados para a melhoria da qualidade de vida e da geração de emprego e renda para os agricultores familiares desses estados, utilizando o espaço da Estação Experimental como base”, destaca o pesquisador e chefe-geral da Embrapa Hortaliças Warley Nascimento. No decorrer da programação, uma oficina reuniu os participantes no propósito de identificar objetivos, metas e propósitos comuns em suas respectivas instituições. Na ocasião, os representantes das instituições buscaram avaliar os territórios, os públicos e os desafios que lhes são comuns em meio às complexidades do arranjo da agricultura familiar. “A ideia central que permeou as interlocuções foi a de iniciar um trabalho voltado para unir esforços e recursos para propor soluções aos problemas enfrentados pela agricultura familiar das regiões do planalto norte-catarinense e do centro-sul paranaense”, pontuou o analista Henrique Carvalho, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Hortaliças. Entre os desafios elencados, figuram a redução da penosidade no campo, a capacitação para gestão e acesso ao mercado, a sucessão familiar, a insegurança alimentar e a transição agroecológica. De acordo com Carvalho, esses desafios perpassam diversas cadeias produtivas da agricultura familiar, com destaque para hortaliças, frutas, erva-mate e a vitivinicultura. “Nesse contexto, as hortaliças são fundamentais para garantir a segurança alimentar e a renda do agricultor tendo em vista a resposta financeira mais rápida, por envolver culturas de ciclos curtos, da produção à colheita”, sentencia o analista, para quem os próximos passos a serem seguidos dizem respeito ao estabelecimento de um arranjo para utilização multi-institucional da Estação Experimental de Canoinhas, envolvendo a definição dos desafios, a formalização das parcerias e o direcionamento de mão de obra e recursos. CANOINHAS Nos últimos anos, a Estação Experimental de Canoinhas tem se constituído num ambiente de pesquisa utilizado por diversas Unidades da Embrapa para o desenvolvimento de tecnologias relacionadas a hortaliças, frutas e florestas. Da Unidade Hortaliças, o pesquisador Giovani Olegário atua em Canoinhas em parceria com a Unidade Clima Temperado no desenvolvimento de cultivares de batata, batata-doce, mandioquinha-salsa e com as hortaliças PANC, assim como na multiplicação e disponibilização dessas cultivares para a sociedade. “Por meio dessa parceria, foi possível desenvolver e lançar cultivares que hoje contribuem para a segurança alimentar no Brasil, destacando-se a batata BRS F63 Camila, a batata-doce BRS Anembé e a mandioquinha-salsa BRS Rúbia 41, entre outras”, aponta Olegário.