Embrapa Cerrados apresenta cultivares de soja, de capim e de trigo tropical na Tecnoshow Comigo 2024
Embrapa Cerrados apresenta cultivares de soja, de capim e de trigo tropical na Tecnoshow Comigo 2024
Foto: Allan Kardec Braga Ramos
O capim Andropogon BRS Sarandi é um dos destaques da vitrine de tecnologias da Embrapa
Com a apresentação de três cultivares de soja adaptadas ao Bioma Cerrado, da cultivar de capim Andropogon gayanus BRS Sarandi e de duas cultivares de trigo tropical, a Embrapa Cerrados (DF) participará da Tecnoshow Comigo 2024. A feira será realizada de 8 a 12 de abril em Rio Verde (GO). Além da Embrapa Cerrados, a Embrapa será representada pelas unidades Algodão, Gado de Leite, Pecuária Sudeste, Soja e Trigo.
Novidade este ano, a cultivar de soja transgênica BRS 7881IPRO se destaca pela elevada produtividade, sanidade, tolerância a nematoides e estabilidade. O material foi bem sucedido em testes no Oeste baiano, no Sul de Mato Grosso, no Sudoeste e Leste goianos e no Noroeste mineiro.
De grupo de maturidade 7.8, a cultivar tem ciclo de 107 a 110 dias, crescimento indeterminado e resistência ao acamamento. Apresenta moderada resistência ao nematoide de galhas Meloidogyne javanica e resistência ao nematoide de cisto (Heterodera glycines) raça 3. Por ser muito produtiva, é exigente em fertilidade de solo, sendo recomendada para áreas de sequeiro e irrigado.
A cultivar pode ser usada na abertura de plantio nas principais regiões de cultivo do Centro Oeste. Em algumas circunstâncias, pode ser plantada no sistema irrigado e, devido ao ciclo, possibilita o plantio de algodão no Oeste da Bahia e em Mato Grosso. Por sua arquitetura bastante ereta, apresenta características para uso no Sistema Antecipe, que permite antecipar a safrinha de milho em até 20 dias.
Em ensaios conduzidos por consultores em fazendas no Oeste baiano na safra 2021/2022, a produtividade variou de 65 a 89 sc/ha em sistema de sequeiro, sendo que em Correntina (BA), a BRS 7881IPRO foi a primeira colocada em produtividade (81,2 sc/ha) entre todos os materiais testados. Já na safra 2022/2023, a produtividade da cultivar na região variou de 67,9 a 78 sc/ha em sequeiro, e de 93,8 a 98,4 sc/ha em sistema irrigado. Em ensaios realizados no Sudoeste Goiano, a variedade BRS 7881IPRO também tem apresentado boas produtividades.
Já a BRS 7582 é uma cultivar de soja convencional (não transgênica) de ciclo precoce (103 a 113 dias) para as regiões de indicação (Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso e Oeste da Bahia), com tipo de crescimento indeterminado, porte ereto e resistência ao acamamento. Ela pode ser utilizada na sucessão de culturas em que milho, sorgo, algodão, gergelim, pulses ou trigo são plantados após colheita da soja no mesmo ano agrícola – por exemplo, safrinhas de algodão no Mato Grosso e de milho no Planalto Central.
Nos ensaios de competição, a cultivar foi vitoriosa em 62% das vezes, apresentando média de produtividade 5,7% acima dos padrões. De boa sanidade foliar, tem resistência ao acamamento, altura média de planta de 80 cm e é responsiva à fertilidade do solo.
Lançada no ano passado, a BRS 7781 é uma cultivar de soja convencional de ciclo, conforme a região de indicação, semiprecoce (Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal) e precoce (Oeste da Bahia). Apresenta alto potencial produtivo, permitindo maior retorno econômico ao produtor. A planta tem porte ereto e é resistente ao acamamento e ao nematoide formador de galhas Meloidogyne javanica, o que permite o melhor manejo de áreas contaminadas por esse fitonematoide.
Assim como a BRS 7582, a cultivar também pode ser utilizada no sistema produtivo de sucessão de culturas após a colheita da soja no mesmo ano agrícola, aumentando a sustentabilidade do sistema produtivo.
Por serem cultivares convencionais, tanto a BRS 7582 como a BRS 7781 têm a vantagem de receberem prêmios no preço de comercialização dos grãos nos mercados de “Soja Livre”.
Os interessados em adquirir sementes das duas cultivares de soja devem entrar em contato com a Fundação Cerrados, parceira da Embrapa, pelo telefone (61) 3387-4175.
Andropogon BRS Sarandi
A Embrapa Cerrados também vai apresentar na Tecnoshow Comigo deste ano a BRS Sarandi, cultivar de gramínea forrageira da espécie Andropogon gayanus adaptada a solos de baixa fertilidade, sendo recomendada para uso em pastagens puras ou em consórcio com leguminosas forrageiras. A implementação de novas áreas pode ser realizada integrada com milho, o que reduz os custos de implantação do pasto e intensifica o uso da terra.
Comparada à cultivar Planaltina, lançada em 1980, o capim-andropogon BRS Sarandi apresenta porte levemente mais baixo, maior quantidade de perfilhos e maior qualidade nutricional devido à maior quantidade e proporção de folhas, o que proporciona maior ganho de peso de bovinos em pastejo.
A BRS Sarandi é recomendada para sistemas de cria e recria na pecuária de corte, sendo excelente opção para ambientes restritivos em termos de clima e solo. É, ainda, uma ótima opção para a diversificação das pastagens em áreas com ataques frequentes de cigarrinhas, além de ser resistente ao nematoide de solo Pratylenchus spp.
A rápida rebrota da cultivar logo nas primeiras chuvas após longos períodos de seca garante forragem para o rebanho logo no início da estação chuvosa. Com isso, bovinos em recria podem alcançar ganhos diários de até 1,15 kg de peso vivo em pastagens com a cultivar no período chuvoso.
A BRS Sarandi pode ser utilizada tanto no Cerrado como em ambientes do Semiárido nordestino, nos locais em que as outras cultivares de capim-andropogon já são utilizadas pelos pecuaristas.
Contatos das empresas licenciadas para venda de sementes aqui.
Trigo tropical
Cultivar de trigo irrigado mais plantada na região do Planalto Central, a BRS 264 se destaca pela precocidade e pela alta produtividade, tendo alcançado o recorde mundial de produtividade média diária em 2021 – 80,92 kg/ha/dia com ciclo de 119 dias, totalizando 9630 kg/ha ou 160,5 sc/ha– na propriedade do produtor Paulo Bonato, em Cristalina (GO). Apresenta qualidade industrial, com estabilidade de farinha de 24 minutos e força de glúten (W) superior a 250 x 10-4 J. A variedade tem grande aceitação pelos moinhos, o que possibilita uma boa liquidez na comercialização.
Outros fatores importantes de qualidade industrial apontados são o elevado rendimento de farinha (66,5% em média, com 14% de umidade) em comparação ao dos demais trigos da região (entre 58% e 60%); e o elevado peso hectolítrico (PH) (84), característica relacionada à densidade dos grãos e ao rendimento de farinha.
A cultivar pode, ainda, ser plantada em sistema de sequeiro em algumas regiões, como o Sul de Minas Gerais, região mais fria e onde as chuvas se estendem um pouco mais ao longo do período chuvoso, o que favorece o cultivo. Porém, para o Brasil Central, não é recomendado o plantio em sequeiro devido ao risco de brusone, principal doença que acomete a cultura na região.
A produtividade média com a cultivar tem sido de cerca de 130 sc/ha no sistema irrigado, alcançando 70 sc/ha no sistema de sequeiro em regiões como o Sul mineiro. Além disso, é atualmente um dos materiais mais precoces do mundo (ciclo em torno de 107 dias), permitindo economia de água e energia, bem como a colheita bem antes do início do período chuvoso no Cerrado.
Já a BRS 404 é uma cultivar indicada para produção em sistema de sequeiro, mas também pode ser utilizada em sistema irrigado, principalmente em regiões mais quentes. A principal característica é a tolerância a calor e à seca, por isso a indicação para a safrinha.
A cultivar tem ciclo precoce e apresenta produtividades médias de 70 sc/ha em sistema de sequeiro em anos de chuvas bem distribuídas ao longo do ciclo da cultura e, no sistema irrigado, alcança 100 sc/ha. No ensaio de trigo safrinha realizado em 2021 pela Coopa-DF no Distrito Federal, a BRS 404 superou os demais materiais tanto em produtividade (59,47 sc/ha) como no PH (84), outra importante característica da cultivar. No ensaio de 2023, a cultivar novamente superou as demais (71,95 sc/ha), mantendo o PH elevado (84).
A BRS 404 tem excelente qualidade industrial para panificação, é classificada como trigo pão, apresenta estabilidade de farinha acima de 14 minutos e PH médio de 83, tendo também boa aceitação junto aos moinhos.
Breno Lobato (MTb 9417-MG)
Embrapa Cerrados
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