Entre março e abril, a Embrapa Territorial promoveu o curso em geotecnologias e inteligência territorial para os agentes da Defesa Civil de Campinas. A capacitação deu enfoque às potencialidades do QGIS - um Sistema de Informações Geográficas (SIG) - para o monitoramento das 18 áreas de risco de Campinas. O treinamento foi ministrado pelos analistas André Farias e Hilton Ferraz, especialistas em geoprocessamento. O conteúdo programático foi customizado com o intuito de ajudar na atuação do órgão municipal. Técnicos da Defesa Civil apontaram a necessidade de capacitação em métodos e ferramentas para integrar informações de bancos de dados próprios com imagens de satélite e dados de outras instituições. A expectativa é incrementar a capacidade de análise de dados espaciais sobre as áreas de risco de Campinas. Joel Carlos dos Santos, coordenador Operacional, explica que atualmente as informações sobre as ocorrências são adquiridas pelas visitas técnicas e voos de drone nos locais, ou pelos contatos dos próprios cidadãos, via canais abertos pelo Município, ou de instâncias dos três poderes. Ele acredita que a aplicação do QGIS no trabalho da Defesa Civil poderá resultar em economia de tempo e de recursos. “Às vezes precisamos nos deslocar com viatura para acompanhamentos preventivos das áreas de risco em lugares distantes. [Com as análises dos dados de forma remota], conseguiremos respostas mais rápidas e assertivas”, afirmou. Atualmente, as ocorrências recebidas pelo órgão municipal são tabuladas e registradas em um sistema interno que as direciona aos agentes. Esses registros, no entanto, não estão geocodificados, inviabilizando, dessa maneira, o seu uso em um Sistema de Informações Geográficas. Para solucionar esse ponto, a equipe da Embrapa Territorial desenvolveu exercícios práticos de geocodificação a partir da lista de endereços das ocorrências, e de vetorização dentro do QGIS. Outras formas de geração de dados espaciais, como a criação de planos de informação a partir de registros com coordenadas geográficas, também foram abordadas durante o curso Os benefícios desses exercícios para a atuação da Defesa Civil podem alcançar diversas dimensões, como considera o engenheiro agrônomo da Defesa Civil Danilo Peixoto. “Poderemos monitorar a expansão de áreas de risco ou a evolução de queimadas; mapear regiões onde há maior número de ocorrências, ou mesmo gerar mapas comparativos dos cenários antes e depois”, exemplificou. O treinamento fornecido está no escopo do convênio assinado com a Prefeitura de Campinas em dezembro do ano passado, e contou com a participação de sete agentes da Defesa Civil de Campinas, e de um agente da Defesa Civil do Estado de São Paulo.