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Instituições públicas e privadas compartilham conhecimentos para subsidiar o 5º Inventário Nacional de GEE

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O diretor de Pesquisa e Inovação, Clenio Pillon, representou a Embrapa em evento promovido pela Sociedade Rural Brasileira (SRB) no dia 11, que reuniu, na sua sede em São Paulo, representantes da academia e de instituições públicas e privadas para compartilhar práticas e ferramentas bem-sucedidas no Brasil voltadas ao desenvolvimento sustentável do agro.

O objetivo é integrar agendas e instituições para subsidiar a construção da quinta edição do Inventário Nacional de Gases de Efeito Estufa (GEE), documento do Governo Federal, coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e que concentra todas as informações sobre emissões e remoções de GEE, além dos resultados que compõem a base de dados oficial do País.

Pillon e o pesquisador Gustavo Mozzer, da Assessoria de Relações Internacionais (Arin), participaram do painel “Academia”, que contou ainda com o professor do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) Stoécio Maia.

Outros dois espaços de debate fizeram parte da programação do evento: o “Contexto”, que reuniu representantes dos centros de estudos de Carbono em Agricultura Tropical (CCarbon), da Esalq/USP, e o do Agronegócio, da Fundação Getúlio Vargas (FGV); e o “Governo”, que contou com representantes dos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Agricultura e Pecuária (Mapa), Meio Ambiente (MMA), Relações Exteriores (MRE) e Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

A Embrapa contribui com o Inventário desde a primeira edição, em 2004, na geração de dados e fatores de emissão, com foco nos setores de agricultura, florestas plantadas e resíduos. A partir de 2024, os países passarão a apresentar Relatórios Bienais de Transparência (BTRs), sob a Estrutura de Transparência Aprimorada (ETF) do Acordo de Paris.

Segundo o diretor de P&D&I, um dos destaques da Empresa para a quinta edição é a recém-criada plataforma de carbono, que tem como objetivo principal tropicalizar as métricas atualmente utilizadas para medir as emissões e remoções no País. Ele acredita que a ferramenta vai contribuir fortemente para o desenvolvimento de sistemas agroalimentares e florestais cada vez mais resilientes à crise climática, além de prover dados científicos robustos para a subsidiar a formulação de políticas e a participação do Brasil em fóruns globais sobre clima.

 

Plataforma de tropicalização de métricas de carbono

Os mais de 50 especialistas de várias Unidades e de instituições parceiras, que participam da iniciativa, têm um desafio grandioso, que é: definir, pela primeira vez, parâmetros padronizados de mensuração de emissão e remoção de carbono adaptados às condições de clima tropical. Esses indicadores têm que ser compatíveis com os princípios de Transparência, Precisão, Completude, Comparabilidade, Consistência (TACCC) adotados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e pelas Nações Unidas para o desenvolvimento de Inventários Nacionais de Emissões de Gases de Efeito Estufa.

O desenvolvimento de métricas de balanço de carbono e adaptação da agropecuária brasileira atende a uma forte demanda internacional por rastreabilidade nas emissões, ao mesmo tempo em que garante a sustentabilidade da agricultura brasileira, que precisa oferecer respostas embasadas em métricas padronizadas e reconhecidas globalmente.

O projeto prevê o investimento em qualificação de infraestrutura e a formação de uma rede de cooperação em PD&I, que possibilite elaborar métodos de medição adequados às condições e ao modelo de produção nacional, a exemplo do que já acontece nos Estados Unidos, na União Europeia e em outros países desenvolvidos.

Leia mais: Embrapa cria plataforma com métricas de carbono adaptadas às condições tropicais

A plataforma é um dos resultados da nova governança da Embrapa para a agenda de carbono. Segundo o diretor, os resultados esperados por essa ferramenta estão em conformidade com o tema central da construção do quinto Inventário, que é a qualificação dos dados apresentados pelo setor agrícola brasileiro.

“Além disso, a plataforma permitirá visualizar as grandes entregas que poderemos fazer nos próximos 10 a 20 anos no que se refere à mitigação de gases de efeito estufa e aprimoramento de práticas sustentáveis nos sistemas produtivos e alimentares, em conexão com os acordos globais e políticas públicas nacionais”, acrescenta.

Ele diz ainda que o aprimoramento do Inventário Nacional de GEE é um desafio, mas ao mesmo tempo, é também uma oportunidade para o Brasil se destacar no cenário internacional como um país comprometido com a sustentabilidade e a competitividade. “A capacidade contínua de investimento em ciência para a obtenção de dados e tecnologias coloca o País em condições de competitividade semelhantes às da Europa e Estados Unidos no que se refere a dados sensíveis do setor agrícola”, defende.

Integração com o setor produtivo é fundamental

O evento da SRB foi muito importante porque, além da troca de conhecimentos, foi um espaço de contato e integração com o setor produtivo, o que é fundamental para a busca de novas fontes de investimentos nessa área. “O avanço metodológico de estimativa de emissões e remoções no contexto brasileiro depende fortemente de investimentos públicos e privados para assegurar um planejamento de longo prazo, com previsibilidade orçamentária e equipes estruturadas”, enfatiza o diretor.

 

 

O engajamento com o Mapa e o setor privado é crucial para o fomento das ações de pesquisa e inovação, incluindo o desenvolvimento de novas ferramentas analíticas, estruturação e manutenção de esforços para coleta de dados, incluindo a manutenção de experimentos de longa duração e laboratórios especializados.

Para Pillon, os avanços no Inventário Nacional são necessários e tendem a ocorrer de forma linear, caracterizando um processo natural de aprimoramento da qualidade da informação disponível. “A articulação mais intensa e estruturada com o setor produtivo pode induzir avanços mais rápidos na adoção de métricas específicas para os sistemas de produção nacionais”, complementa.

 

Principais melhorias a serem incluídas no próximo inventário

  • Planejamento a longo prazo, comprometimento financeiro e equipes permanentes.
  • Aprimoramento da qualidade dos dados de emissão e remoção de carbono.
  • Obtenção de informações de atividades primárias com resolução espacial.
  • Aprimoramento de estruturas de coleta e organização de dados.
  • Evolução para o Tier 3 (modelos matemáticos desenvolvidos nacionalmente de forma a representar mais adequadamente as emissões de GEE dos sistemas de produção) do Painel Governamental de Mudança do Clima (IPCC).
  • Investimento em pesquisa, tecnologia e infraestrutura para desenvolver indicadores de sustentabilidade, monitorar e quantificar a pegada de carbono de produtos e o balanço de carbono de sistemas de produção.
  • Aprimoramento contínuo do Inventário Nacional, especialmente nos setores em que a Embrapa e o Mapa atuam.
  • Criação de um comitê técnico de aprimoramento metodológico.
  • Estímulo a ferramentas e capacitações de técnicos, além de comunicação contínua com a sociedade.
  • Engajamento com o setor privado em ações de P&I.
 

Principais benefícios para o País

A expectativa é que essas melhorias resultem nos seguintes benefícios:

  • Maior confiabilidade do Inventário Nacional de GEE.
  • Maior competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional.
  • Acesso a informações sensíveis junto ao setor produtivo.
  • Desenvolvimento de políticas públicas de fomento à pesquisa e desenvolvimento.
  • Cooperação internacional em redes e mercados cada vez mais interconectados.

Fernanda Diniz
Superintendência de Comunicação (Sucom)

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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