Nova coordenação do Fórum da Agricultura é ocupada por funcionário da Embrapa
Nova coordenação do Fórum da Agricultura é ocupada por funcionário da Embrapa
FAF já começa a atender demandas para o seu público de diferentes segmentos
O Fórum da Agricultura Familiar (FAF), espaço coletivo de atuação junto aos pequenos agricultores, com origem na Embrapa Clima Temperado, passa a contar a partir de sua segunda Reunião Ordinária do ano, com nova direção. Mauro Nolasco, assessor da Chefia Geral da Unidade de Pesquisas, em Pelotas, foi empossado como o coordenador geral do Fórum, em substituição a Raul Grehs. A agenda foi realizada no auditório do Centro de Capacitação de Agricultores Familiares (CECAF), na Estação Experimental Cascata, base situada no Km 88 da BR 392.
A atividade do dia iniciou com a leitura da pauta, auto apresentação dos representantes das diversas instituições presentes que compõem o Fórum e leitura da ata do mês de março de 2024. Na sequência, o extensionista da Emater Eduardo Souto Mayor fez o relato de quais as pautas vinham sendo trabalhadas pela coordenação anterior, período de 2020 até março de 2023. Foi feita posteriormente a apresentação de Mauro Nolasco para assumir a Gestão do Fórum de Agricultura Familiar, de 2024 a 2026. E ainda, dentro da programação, os pesquisadores Ernestino Guarino da Unidade de Pesquisas local e Joel Henrique Cardoso da Embrapa Agroindústria Tropical falaram sobre os Sistemas Agroflorestais na Zona Sul, acompanhado por relato de agricultores familiares presentes na Reunião Ordinária sobre suas experiências na implantação dos SAFs e também pelo relato das atividades desenvolvidas junto ao grupo SAF Floresta de Canguçu, que está dando retorno financeiro, gerando renda e aumentando a biodiversidade, feito pela bolsista Fátima Giovana Tessmer Santin.
A Coordenação do Fórum
A atual composição do FAF ficará responsável por conduzir as ações durante o período de 2024 a 2026, tendo a frente o coordenador geral Mauro Nolasco e o vice-coordenador Cesar Demenech da Emater. Nolasco falou que o FAF é uma grande ferramenta para conduzir o coletivo. “Esse espaço da EEC é do FAF mas é importante fazer reuniões em outras instituições e em outros municípios, para que seja contemplada a participação de muitos que não tem oportunidade”, disse. Ele lembrou da importância e dedicação do coordenador anterior do Fórum, Raul Grehs, sendo um motivador para a permanência do FAF. E ainda revelou a necessidade de colocar um representante da coordenação estadual da CONAB dentro do FAF para que possam ser representadas as cooperativas da região e que os pequenos agricultores possam fazer suas entregas para o Governo Federal. O vice-coordenador, Cesar Demenech, embora afastado há alguns anos do FAF, destacou que participa de um dos fóruns mais antigos da região, o Fórum da Lagoa dos Patos, sugerindo que também incluíssem um representante deles ao Fórum da Agricultura Familiar.
Dentro da Reunião foi feita também a apresentação do representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Anderson Lobato, que acompanhará as reuniões do FAF em nome do Ministério, sendo um braço de articulações do Fórum com o Governo Federal. “O foco do MDA não está voltado somente nas políticas públicas, pois iremos ao evento na Suíça para contar a experiência do Brasil. Entendemos que a União Europeia pode ser um parceiro”, falou.
O chefe-geral Waldyr Stumpf Júnior enalteceu o trabalho do FAF, alcançando 28 anos de atuação e a realização do movimento, ao longo deste tempo, em que os agricultores foram reconhecidos. “O FAF não tem só a representatividade, mas um papel importante na construção das políticas públicas ao potencializar a nossa região e fortalecer a Agricultura Familiar”, completou.
Apresentações de experiências com SAFs
Ao final do encontro os participantes puderam acompanhar o relato de três propriedades, onde os Sistemas Agroflorestais foram implementados pelo pesquisador Joel Henrique Cardoso. Falaram os agricultores Cleo Fernandes, de Canguçu, que iniciou sua atividade em 2012, com madeira destinada à construção, passando a cultivar pequenas frutíferas (araçá, uvaia, guabiroba e butiá) e tendo acesso a tecnologias para beneficiar pequenas frutas nativas, onde se especializou na produção de sucos. O segundo relato ficou por conta do agricultor Nilo Schiavon, de Pelotas, que iniciou sua experiência em SAFs em 2007. Foi um dos primeiros agricultores a trabalhar com agricultura familiar e consciência ecológica na região. Por fim, foi a vez do casal Diego e Juliana, de Chuí, que tiveram suas primeiras iniciativas com pequena propriedade durante a pandemia e instalaram os SAFs. O casal produz atualmente nogueira-pecã, pêssego, frutas nativas como araçá e butiá e o seu principal produto: produção de hortaliças. Os três casos destacam que eles utilizam a terra com o que ela tem de melhor, dando qualidade e produzindo todo o ano.
Desdobramentos de pautas do FAF
Como desdobramento da segunda Reunião Ordinária, foi realizado um novo encontro, no dia 15 de abril, no auditório da Área de Transferência de Tecnologia da Embrapa, com a presença de representantes do MDA, da UFPel e da Emater, onde foi encaminhada proposta de atendimento a demanda do FAF - especificamente pelos assentados da reforma agrária - para instalação de programas de educação para a agricultura familiar, incluindo agricultores e agricultoras e seus filhos. Segundo a secretária do FAF Rosângela Alves, há um programa de educação pelo Pronera e pelo Incra, onde há vários cursos de qualificação, especialização, graduação e pós-graduação, que poderão atender esse público. “Foi feita uma parceria com o curso de Veterinária da UFPEL para este segmento, e agora, serão incorporados os cursos de Agroecologia, Gestão de Cooperativas e Educação no Campo, sendo estes dois últimos feitos na FURG”, falou. Ela explicou que os cursos serão feitos na modalidade de alternância, ou seja, serão duas semanas de aulas presenciais e duas semanas de aulas à distância com atividades de extensão. Também está em processo de instalação o curso de Medicina para filhos de agricultores pela UFPel. “A justificativa está na situação de que a maioria dos médicos não querem ir para o interior dos municípios. A ideia é viabilizar esses cursos para este público que fica desassistido”, explicou Alves.
Cristiane Betemps (MTb 7418/RS)
Embrapa Clima Temperado
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