“Foi uma emoção muito grande receber das mãos do Presidente Lula e da Presidente da Embrapa Silvia Marruá o reconhecimento por uma vida dedicada à pesquisa agropecuária”. Assim definiu o pesquisador da Embrapa Acre, Judson Ferreira Valentim, ao ser homenageado durante a solenidade de abertura de 51 anos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Com uma trajetória de mais de 40 anos na Empresa, Valentim atua em pesquisas internacionais com foco na ciência e políticas públicas para a intensificação sustentável dos sistemas de produção agrícola no Brasil, especialmente na Amazônia. O evento, realizado em Brasília, na última quinta-feira (25), contou também com a presença da primeira-dama Janja da Silva e dos ministros Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), Fernando Haddad (Fazenda), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), Ester Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral) além de pesquisadores e funcionários da empresa, entre outros convidados. “Nos últimos 15 anos, tenho atuado para estabelecer uma ponte entre a ciência e as políticas públicas, que acredito ser uma alternativa para a redução das desigualdades, a inclusão social e produtiva de pequenos produtores, extrativistas e povos indígenas da Amazônia que, apesar de serem os guardiões da floresta, vivem no que eu chamo de paradoxo amazônico, pois guardam os maiores estoques de riquezas naturais do planeta, mas uma boa parte ainda vive em condições de pobreza”, declara Valentim. De acordo com o pesquisador, mudar essa realidade ainda é um grande desafio. “É preciso que essas populações, por meio de políticas públicas, tenham acesso à tecnologia, conhecimento, cooperativismo, crédito e tudo que for necessário para agregar valor, fazer uso sustentável dos recursos naturais da biodiversidade, de forma a contribuir com a melhoria de renda e uma vida digna”. Para Valentim, essa homenagem é um mérito extensivo a todos os profissionais que contribuíram com a sua produção científica. “Nesse reconhecimento está o esforço de toda a equipe da Embrapa Acre e de unidades da Amazônia, como também de instituições nacionais e internacionais, pelo trabalho que realizamos conjuntamente, buscando gerar tecnologias relevantes que promovam melhoria para a vida dos brasileiros, tanto da população rural como urbana, com acesso a alimentos de melhor qualidade e a um preço mais acessível”. Trajetória Mineiro de Conselheiro Pena (MG), no Vale do Rio Doce, Valentim nasceu em uma família de produtores de leite que migrou para o Pará na década de 1960. Em 1979 ingressou como pesquisador na Embrapa Acre, com a missão de desenvolver soluções de inovação para a recuperação, melhoramento e manejo de pastagens no Brasil. Na Embrapa Acre, além de atuar em pesquisas, foi chefe-geral nos períodos de 1995 a 1999 e de 2008 a 2013, sempre concentrando seus estudos nas áreas de Agronomia e Zootecnia, com ênfase em pastagem e forragicultura, em busca do desenvolvimento de tecnologias para o estabelecimento e manejo de pastagens de gramíneas consorciadas com leguminosas e sistemas sustentáveis de produção de bovinos a pasto em áreas desmatadas da Amazônia Legal. Em junho de 2021, o pesquisador foi também empossado como membro titular da Academia Brasileira de Ciência Agronômica (ABCA), em reconhecimento aos trabalhos desenvolvidos no estado do Acre. Atualmente, o pesquisador coordena o Portfólio Amazônia, instrumento de apoio gerencial para organização de projetos em temas estratégicos na Embrapa e a Câmara Técnica do Agronegócio do Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre. Também participa de grupos de pesquisas internacionais, com foco na interface entre ciência e políticas públicas para a intensificação sustentável dos sistemas de produção agrícolas no Brasil. Com mais de 40 anos de trabalho na região, o pesquisador acumulou experiências em gerenciamento de grupos e instituições de pesquisa e desenvolvimento e em análise e formulação de políticas voltadas para o agronegócio e para o desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal.