29/05/24 |

Embrapa Solos reúne parceiros para comemorar seus 49 anos

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Foto: Fernando Gregio

Fernando Gregio - Painel de especialistas reuniu Victor Tinoco, coordenador estadual do MDA no Rio de Janeiro; Margarete Teixeira, gerente geral da Unacoop; e Patricia Giannini, gerente técnica estadual da Emater-RJ

Painel de especialistas reuniu Victor Tinoco, coordenador estadual do MDA no Rio de Janeiro; Margarete Teixeira, gerente geral da Unacoop; e Patricia Giannini, gerente técnica estadual da Emater-RJ

A Embrapa Solos completou 49 anos – com direito a bolo – promovendo o evento “Parcerias institucionais: pontes estratégicas entre a pesquisa em solo e água e o setor produtivo”. O encontro reuniu, na quarta-feira (29/5), representantes do setor público, da extensão rural e dos pequenos produtores rurais fluminenses.

Daniel Vidal Pérez, chefe geral da Embrapa Solos, abriu o encontro com uma palestra sobre os 49 anos de colaboração do centro de pesquisa com a sociedade para o desenvolvimento de soluções para a agricultura brasileira, resgatando a história da unidade e reiterando a importância fundamental das parcerias nesse processo.  

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Pérez destacou que foram as parcerias que impulsionaram o centro de pesquisa para os caminhos que tomou, a partir de sua origem, em 1975. A unidade dedicou-se no início ao levantamento e interpretação dos solos brasileiros e ao manejo e conservação do solo e da água, a exemplo do Sistema Plantio Direto, iniciado por parceiros na região Sul.

“A evolução dos nossos trabalhos vem junto com a cobrança da sociedade sobre o que fazer com os dados de solos. O dado de solo continua básico, e o conhecimento na escala adequada é fundamental para auxiliar não somente em políticas públicas, mas também no aconselhamento a cooperativas e a produtores. Nesse sentido temos hoje o PronaSolos, programa cuja informação gerada poderá ser utilizada em muitas frentes, como para melhorar o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) e identificar áreas com carência nutricional, onde possam ser implementados programas para correção de acidez do solo”, explicou Pérez.

O pesquisador também destacou o Programa de Análise de Qualidade de Laboratórios de Fertilidade (PAQLF), criado nos anos 1990 e que ajudou a melhorar a qualidade das análises de solo no Brasil, por meio dos cerca de 140 laboratórios participantes. E ressaltou, ainda, as necessidades atuais e futuras de ações de pesquisa para monitoramento de áreas com sensores de campo e sensores por satélites, a exemplo do programa GeoABC+, que conta com a participação de diversas unidades da Embrapa e constitui um conjunto de iniciativas de pesquisa, desenvolvimento e inovação criado pela Embrapa Solos e parceiros, há pelo menos 10 anos, para monitorar a intensificação sustentável da agropecuária brasileira, em especial o cultivo em sucessão e a integração lavoura-pecuária-floresta. Nesse e em outros campos, Pérez afirmou ser fundamental a parceria com as universidades e institutos de pesquisa.  

Painel de especialistas

A segunda parte do evento contou com um painel de especialistas, com moderação da pesquisadora Ana Paula Turetta, chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Solos. Participaram Victor Tinoco, coordenador estadual do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) no Rio de Janeiro; Patricia Giannini, gerente técnica estadual da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio de Janeiro (Emater-RJ) e Margarete Teixeira, gerente geral da União das Associações e Cooperativas de Pequenos Produtores Rurais do Estado do Rio de Janeiro (Unacoop).

Victor Tinoco fez um panorama do trabalho do MDA, dando um enfoque especial no estado do Rio de Janeiro e mostrando que o ministério oferece soluções sociais para três Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS): água potável e saneamento, consumo e produção responsáveis e ação contra a mudança global do clima.

Tinoco propôs um debate entre atores e agentes do território fluminense, nos âmbitos municipal, estadual federal, no sentido de construir um conjunto de ações que possam promover uma política agrícola territorial de segurança alimentar e de preservação ambiental. “Nossa superintendência tem esse papel de construir uma política articulada de inovação com todos esses atores, mas em diálogo participativo com quem faz realmente a agricultura, que é o agricultor familiar, por meio das cooperativas. E o Rio de Janeiro tem muito potencial”, completou.      

Patrícia Giannini apontou os principais gargalos técnicos para a efetiva implementação da sustentabilidade no uso do solo na agricultura fluminense, tais como a descontinuidade na execução de programas e projetos, carência na divulgação ampla sobre os benefícios da implementação de práticas conservacioniatas por meio de metodologias de extensão rural, falta de obrigatoriedade para execução de medidas de conservação do solo através de políticas públicas de acesso a crédito e fomento rurais, inexistência de projetos e ações locais por parte do poder público municipal e entidades que atuam na temática, além da necessidade de formalização de parcerias entre Pesquisa e Extensão considerando as realidades regionais e locais. 

A gerente técnica da Emater/RJ citou trabalhos de preservação e conservação do solo e da água que vêm sendo desenvolvidos no estado, a exemplo do manejo de agroecossistemas e ações de base ecológica, como práticas conservacionistas, adubação verde, consorciamento/rotação de culturas e uso de cobertura vegetal.

Giannini também apontou as diferenças entre Pesquisa Agropecuária e a Extensão, e a importância de as duas áreas caminharem juntas, por meio de parcerias entre instituições. “A assistência técnica e extensão rural investe na transferência de tecnologias com metodologia participativa e decodificação para a realidade local, enquanto a pesquisa parte da observação de fatos e fenômenos usando o método cientifico para a construção do conhecimento”.

Já Margarete Teixeira mostrou as atividades da Unacoop juntos aos pequenos produtores rurais, como a prestação de assessoria técnica, gerencial, jurídica e contábil para a comercialização de sua produção; mobilização, organização e capacitação de agricultores familiares, assentados e trabalhadores rurais; criação de novos canais de comercialização; representação da agricultura familiar em conselhos, câmaras e núcleos técnicos municipais, estaduais e federais de interesse dos agricultores.

A gerente geral da Unacoop também apontou algumas soluções para o homem do campo que podem ser construídas a partir de parcerias e articulações entre as diversas instituições e entes públicos envolvidos com o setor, como fortalecimento da extensão rural, difusão do uso de biofertilizantes, rotação de culturas, plantio direto, plantio em curva de nível e cisternas, maior acesso a tecnologias e inovação e melhoria do sinal de internet.

Após o debate com os especialistas, com intensa participação da plateia e da audiência on-line do encontro, a chefe de P&D da Embrapa Solos apontou que as três Unidades da Embrapa no Rio de Janeiro podem trabalhar em rede com ministérios e instituições e associações estaduais e municipais, como o MDA, a Emater/RJ e a Unacoop, estruturando ações por meio de núcleos de atuação. “Isso pode, no futuro, direcionar chamadas e editais que fortaleçam essa rede”, finalizou Turetta.

 

 

Carlos Dias (20.395 MTb RJ)
Embrapa Solos

Contatos para a imprensa

Fernando Gregio (MTb 42.280/SP)
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