ILPF em Campo divulga dados de melhoria do desempenho dos sistemas
ILPF em Campo divulga dados de melhoria do desempenho dos sistemas
O pesquisador Kleberson Souza abordou o tema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), suas especificidades, ganhos e desafios ao público da AgroBrasília 2024. Foram detalhados dados na fazenda Triunfo, em Formosa do Rio Preto (BA), onde, ano a ano, o número de animais no rebanho e o peso de abate cresceram, enquanto se reduziu a idade de abate, passando de 36 para 24 meses. “Diminuímos a idade de abate dos animais e consegui abater animais com maior peso e fomos aumentando o número desse rebanho porque fomos mais eficientes no uso dos recursos. Esse é um exemplo clássico de sustentabilidade”.
O experimento também mostrou que onde houve pastejo, a soja produziu mais posteriormente em relação aos locais onde não houve pastejo. “Tem produtores que têm receio de colocar atividade pecuária na área, a ciência está mostrando que não há impedimento algum”.
Além disso, Souza falou da importância do Sistema Antecipe para produção de grãos, que estabelece a cultura do milho em até 20 dias de antecedência à colheita da soja, possibilitando o aumento da produtividade de milho. “Para cada dia antecipado, o incremento foi de 1,5 saca de milho, o que gerou uma receita de R$ 1.830,00 por hectare. Na área onde o milho foi semeado após a colheita da soja, não foi colhido nada. Além de um incremento de produção, quando temos uma adversidade climática, o sistema pode ser a diferença entre ter e não ter a segunda safra”, afirma. Os dados são do relatório da Cooperativa Comigo.
Outra tecnologia é o Antecipasto, para consórcio de soja com forrageira, em que o capim é semeado nas entrelinhas da soja. É uma opção para o produtor que está com dificuldade de fazer a segunda safra de grãos, mas que quer trazer diversidade ao seu sistema: “O sistema traz uma série de vantagens – o aumento do período de pastejo, já que eu consigo formar esse pasto antes; antecipa a entrada dos animais no pasto; a produtividade de soja não sofre nenhuma interferência, desde que sejam escolhidas corretamente a espécie da forrageira e a cultivar de soja”.
O sistema na prática
O produtor Gustavo Côrtes apresentou sua experiência com ILPF, com destaque para a produção de carne. Na recria a pasto, ele fornece ao rebanho um mix de cultivos, escolhidos principalmente por sua propriedade de realçar o sabor e a maciez da carne. Durante a fase de confinamento, a dieta é à base de silagem de milho e arroz, produzida nas fazendas do grupo MEC, do qual o produtor faz parte. “Buscamos usar alimentos que tragam para as nossas carnes um sabor diferenciado. Outra preocupação é oferecer um excelente acabamento de carcaça e produtos padronizados, visando o mercado gourmet, que paga um preço diferenciado”, informa.
Daniel e Juliane Diniz, primos de Gustavo, também participam do negócio. Os irmãos se dedicam à criação de animais e arrendam a área para Gustavo durante o período em que é feita a produção agrícola. Eles fazem parte da terceira geração que está à frente da fazenda. “Meus avós vieram para a região em 1963, tocando gado de Minas [Gerais] para cá. Nós saímos para estudar e agora voltamos para tocar o négocio”, conta Juliane.
Sobre as inovações que estão fazendo, ela conta que uma delas é a adoção do sistema integrado, com objetivo de melhorar o uso da terra: “No nosso caso, que trabalhamos com cria [de bovinos], temos que usar tecnologia de reprodução para melhorar o desempenho do rebanho. A integração vem como um complemento muito importante para o gado. Assim conseguimos trabalhar em outros períodos, com lavoura. Estamos vendo os resultados obtidos pelo Gustavo e com certeza isso nos motiva a continuar”.
Juliana Miura (MTb 4563/DF)
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