05/06/24 |   Produção vegetal  Recursos naturais  Agricultura de Baixo Carbono

Embrapa Meio Ambiente celebra Dia do Meio Ambiente com visita de produtoras rurais e estudantes

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Foto: Divulgação

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A Embrapa Meio Ambiente celebrou o Dia Mundial do Meio Ambiente com diversas atividades. No dia 4 de junho, a Unidade em Jaguariúna (SP) recebeu 27 mulheres do Núcleo Feminino do Agronegócio (NFA), primeira associação feminina do agronegócio brasileiro. As produtoras, vindas de vários estados, atuam na produção em setores como soja, milho, café, cana-de-açúcar e pecuária.

Elas conheceram as quatro áreas prioritárias de pesquisa da Unidade: qualidade agroambiental e sistemas produtivos sustentáveis, avaliação de impactos e gestão ambiental, bioprospecção e biotecnologia ambiental, e mudanças climáticas e agricultura. A chefe geral da Embrapa Meio Ambiente, Paula Packer, e as pesquisadoras Nilza Patrícia, Jeanne Prado e Marília Folegatti abordaram temas como sistemas agrícolas sustentáveis, pegada de carbono, índices de sustentabilidade e pegada hídrica, biotecnologia e bioprospecção de bioinsumos, controle biológico e mudanças climáticas.

O grupo também visitou os laboratórios de microbiologia, que realiza a prospecção de novos bioagentes para agricultura, e de biogeoquímica, que pesquisa a quantificação de carbono no solo e as questões de emissões de Gases de Efeito Estufa - GEE. A visita se estendeu ao meliponário, onde as produtoras puderam conhecer um pouco do trabalho das abelhas sem ferrão na polinização de espécies de interesse comercial e na promoção de espécies florestais, finalizando, visitaram o AgNest, o hub de inovação voltado a startups com objetivo de testar soluções tecnològicas para o setor agropecuário.

Maria Cristina Tupinambá Bertelli, produtora rural, pecuarista e diretora-executiva do Canal Terraviva do Grupo Bandeirantes de Comunicação, explicou que o Núcleo Feminino do Agronegócio, que vai completar 14 anos, representa a união de várias produtoras que sentiam necessidade de trocar experiências e compartilhar informações. Ela lembra que, embora seja um grupo diverso, composto por mulheres que possuem propriedades em vários estados do Brasil, de Rondônia ao Rio Grande do Sul, e com variadas atividades na agricultura e na pecuária, um termo é consenso no grupo do NFA: o uso de boas práticas e a sustentabilidade na produção. "A característica principal do trabalho desenvolvido pelo Núcleo é, sem dúvida, a de gerar um aprendizado coletivo e perene", afirmou.

Já Letícia Jacintho, produtora rural, vice-presidente do NFA e fundadora do movimento De Olho no Material Escolar, explicou que a visita à Embrapa é providencial para o grupo, uma vez que as mulheres são naturalmente boas comunicadoras e, portanto, disseminadoras das boas práticas e dos conceitos das ferramentas de métricas de sustentabilidade da produção agrícola geradas pela Embrapa. “Isso contribui para a evolução desses sistemas como soluções adequadas para dentro da porteira das fazendas, para a implementação pelos produtores”.

Para Letícia, a visita às Unidades da Embrapa Meio Ambiente e Territorial (Campinas) fomenta a tradução do que é científico para essas mulheres, que são lideranças em suas regiões e que palestram para outros grupos. Muito da evolução da produção do agro nesses últimos 50 anos se deve à pesquisa pública, se deve à Embrapa, disse.

Ainda segundo ela, é necessário ver e conhecer o trabalho dos cientistas para valorizar todo esse esforço da pesquisa. “Uma nação sem pessoas preparadas, sem pesquisa agrícola pública eficiente, está fadada ao fracasso e esse, felizmente, não é o caso do Brasil", concluiu.

Paula Packer ressalta que receber o grupo de mulheres produtoras é uma oportunidade de colocar em prática uma conversa direta com o setor produtivo para ouvir as dores e as demandas e, com isso,  estreitar a conexão entre os produtores e a pesquisa.

“Há nesse grupo uma grande representatividade manifestada por mulheres que são produtoras rurais de grande e médio porte e elas realmente  procuram considerar a ciência para embasar o seu discurso da sustentabilidade produtiva nas propriedades”.

Abelhas, biodiversidade e segurança alimentar

Ainda dentro das comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente, a Embrapa Meio Ambiente, por meio do Programa Embrapa & Escola, reforçou a relevância das abelhas-sem-ferrão para a preservação ambiental e a produção de alimentos. Cerca de 30 alunos da EMEF Profª Clotilde Barraquet Von Zuben, de Campinas, SP, visitaram o meliponário da Embrapa, onde diversas espécies de abelhas nativas do Brasil são criadas, estudadas e preservadas.

As abelhas-sem-ferrão desempenham um papel crucial nos ecossistemas tropicais úmidos, sendo o grupo de insetos generalistas mais bem-sucedido nessas regiões. Sua abundância e diversidade estendem-se a áreas rurais e urbanas. "Conhecer e compreender as abelhas é fundamental para garantir sua conservação e, por consequência, a manutenção das nossas matas e a segurança alimentar", destaca o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Cristiano Menezes.

Além de contribuir para a polinização de diversas plantas, incluindo muitas culturas agrícolas, as abelhas são essenciais para a biodiversidade. "Elas são responsáveis pela reprodução de inúmeras espécies vegetais, contribuindo para a manutenção dos serviços ecossistêmicos essenciais ao equilíbrio ambiental", acrescenta Menezes. No entanto, enfrentam desafios como perda de habitat, uso indiscriminado de agrotóxicos e surgimento de doenças e parasitas. "É crucial adotar práticas sustentáveis de manejo agrícola e conservação ambiental que levem em consideração a importância das abelhas", ressalta o pesquisador.

Aprendizagem dos alunos

Durante a visita, os alunos receberam uma apresentação técnica de Guilherme Campanha e David Pereira da AgroBee,  empresa  parceira da Embrapa. Após a explanação, os alunos expressaram suas percepções sobre a importância das abelhas. Davi Frederico Magno destacou a polinização e a produção de mel, enquanto João Gabriel enfatizou sua importância para a produção de alimentos.

Roberto Ramon Fruck mencionou a essencialidade das abelhas para a continuidade da vida na Terra, e Vitória Caroline Souza Silva alertou sobre sua relevância para a biodiversidade. Para a professora de Ciências Paula do Vale Bosso, as abelhas são cruciais não apenas pela produção de mel, cera e própolis, mas principalmente pela polinização, que garante o equilíbrio do ecossistema.

“Esses insetos que muitas vezes não damos a devida importância são fundamentais pela polinização, possibilitando a reprodução das plantas e garantindo alimento para nós e para os animais”, destaca a professora Alessandra Botelho Scabello. “Foi muito bom trabalhar isso com os alunos, especialmente em um tempo em que as abelhas podem estar ameaçadas”, acrescenta.

A Embrapa Meio Ambiente realiza estudos e desenvolve tecnologias para a conservação e manejo adequado das abelhas-sem-ferrão, promovendo conscientização e contribuindo para a preservação desses importantes polinizadores. O meliponário da Unidade é um espaço dedicado à pesquisa científica e à educação ambiental, recebendo estudantes, agricultores e interessados em aprender sobre a importância das abelhas para o meio ambiente e a produção de alimentos. A mensagem passada é objetiva: proteger as abelhas é proteger a biodiversidade, garantir a segurança alimentar e preservar o futuro do planeta.

Marcos Vicente (MTb 19.027/MG)
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Cristina Tordin (MTb 28.499/SP)
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