As ações da Rede de Multiplicação e Transferência de Manivas-semente de Mandioca com Qualidade Genética e Fitossanitária (Reniva) serão discutidas entre técnicos, produtores rurais, gestores públicos e pesquisadores da Embrapa, no seminário da Rede, nesta quinta-feira (20), a partir das 8 horas, no auditório da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri), do Acre. O evento tem como objetivo fomentar a produção de manivas-semente de mandioca de forma sustentável e livre de pragas e doenças como forma de fortalecer a cadeia da mandiocultura no estado. Para o engenheiro-agrônomo Herminio Rocha (Embrapa Pesca e Aquicultura, TO), a realização do seminário é o primeiro passo para conhecer a realidade local e discutir com o público como é possível estruturar as ações da Rede no Acre. “Reniva é uma articulação composta por diversos atores da cadeia produtiva da mandioca, criada com o objetivo de produzir, em escala comercial, manivas-semente com garantia de identidade genética e sanidade vegetal. O envolvimento dos atores que compõem essa cadeia é fundamental para o desenvolvimento das ações do projeto”, explica. Na programação do seminário, Rocha apresenta as ações que compõem o Termo de Execução Descentralizada (TED) Reniva para o Acre e o engenheiro-agrônomo Helton Fleck (Embrapa Mandioca e Fruticultura, BA) fala dos arranjos institucionais no âmbito da Rede. Já o pesquisador da Embrapa Acre, Amauri Siviero, participa do seminário com uma palestra sobre a cadeia da mandiocultura no estado com enfoque na importância da validação de variedades e uso de folhas da mandioca como base proteica em ração animal. O analista Márcio Bayma, também da Embrapa Acre, apresenta os aspectos socioeconômicos e de comercialização da produção de mandioca no estado do Acre. Siviero destaca que o estabelecimento da Rede Reniva no Acre ocorre em um momento oportuno, visto que essa parceria vai impulsionar o resultado do projeto Inovações Tecnológicas para a Diversificação Produtiva da Cadeia da Mandioca no Estado do Acre, liderado pela Embrapa Acre, com o apoio do MDA, que tem como foco realizar ações junto à cadeia produtiva da mandioca, voltadas para a agricultura familiar, por meio do uso múltiplo da mandioca em bases sustentáveis. Interação entre Unidades Na terça-feira (18), o chefe-geral da Embrapa Acre, Bruno Pena, chefias adjuntas de Pesquisa e Desenvolvimento, Transferência de Tecnologia e de Administração, junto com os coordenadores da Rede Reniva discutiram os passos para a implementação das ações do projeto na Unidade. Uma das novidades do projeto é a instalação de uma câmara térmica automatizada no campo experimental da Embrapa Acre.”Com esse tipo de estufas agrícolas é possível aplicar a tecnologia termoterapia e gerar plantas sadias, livres de patógenos sistêmicos, como vírus, bactérias e outros agentes que causam a podridão-radicular”, explica Rocha. De acordo com Pena, as ações podem contribuir muito com a cadeia produtiva da mandioca no estado. “Com certeza não vai ser uma receita de bolo, mas vamos buscar conciliar avanços tecnológicos do projeto com os que temos desenvolvidos na região. A Embrapa já recomendou sete variedades de mandioca para o estado e algumas apresentam potencial de produção que chegam até 18 toneladas por hectare, sem adubação e calagem, em sistema rústico, bem tradicional". O gestor também destacou que é importante adaptar as ações do projeto às necessidades do Acre. “Contribuir com a reorganização da cadeia da mandioca é um ponto positivo, visto que hoje passa por um período de declínio da área plantada. Em outras épocas, o estado chegou a 40 mil hectares de cultivo de mandioca, mas, hoje, está em torno de 22 mil hectares. A incorporação de novas tecnologias pode ser uma estratégia para incentivar as novas gerações a dar continuidade à cultura, principalmente, para os jovens do Vale do Juruá, por ser a região que mais produz farinha no estado”. TED Reniva O projeto Reniva, executado pela Embrapa Mandioca Fruticultura com recursos financeiros do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), contempla ações em nove estados das regiões Norte e Nordeste (Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Paraíba, Rondônia, Roraima e Tocantins). Com duração de 24 meses, conta com o apoio das Unidades da Embrapa nos estados contemplados.