Avança projeto de cooperação entre Brasil e EUA em fertilizantes com aporte de mais de US$ 1 milhão
Avança projeto de cooperação entre Brasil e EUA em fertilizantes com aporte de mais de US$ 1 milhão
Foto: Robinson Cipriano
Reunião da comitiva americana do projeto Fertilize 4 Life na Diretoria da Embrapa, em Brasília, DF.
Pesquisa conjunta visa garantir segurança alimentar, reduzir impactos climáticos, identificar alternativas aos fertilizantes químicos e fortalecer seu uso eficiente
Pesquisadores do Serviço de Pesquisa Agrícola (USDA-ARS) e do Serviço Agrícola Estrangeiro (USDA-FAS), do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, e da Universidade da Flórida (UF-IFAS) realizaram, entre 17 e 21 de junho, reuniões e visitas técnicas na Embrapa Solos, Embrapa Agricultura Digital, Embrapa Cerrados e Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Os encontros integraram a iniciativa Fertilize 4 Life (F4L), articulada pelo Labex América do Norte e lançada em 2023, durante as comemorações dos 50 anos da Embrapa, em resposta às crises globais de fertilizantes, de clima e de segurança alimentar.
Em 2024, na fase inicial dos projetos, serão destinados US$ 1,2 milhão (cerca de R$ 6,5 milhões), provenientes do USDA e do Departamento de Estado dos Estados Unidos (DOS), sendo US$ 612 mil para a Embrapa e o restante para os demais parceiros. Para 2025, está previsto o aporte de mais US$ 600 mil a serem captados de forma conjunta, entre os governos dos dois países e empresas privadas da área de fertilizantes.
No último dia da missão (21), a comitiva americana participou de uma reunião na Diretoria-Executiva com a presença de Clenio Pillon, diretor de Pesquisa e Inovação (DEPI), de Marcelo Morandi, chefe da Assessoria de Relações Internacionais (Arin), e de Alexandre Varella, coordenador do Labex América do Norte, quando foi aprofundada a discussão sobre a iniciativa Fertilize 4 Life e assinados acordos de cooperação científica, que permitem a remessa e a execução das ações previstas em cada um dos projetos.
“Os americanos ficaram impressionados com o nível elevado dos trabalhos desenvolvidos na Embrapa, elogiaram o andamento do F4L no Brasil e gostariam de discutir a possibilidade de trabalhar com a Embrapa em projetos para países da África para o combate da insegurança alimentar e o aumento da resiliência climática”, destaca o diretor.
Em setembro, uma missão brasileira, com a participação da presidente Silvia Massruhá, Pillon e Morandi, sob coordenação do Labex América do Norte, vai aos EUA. “Pretendemos discutir a expansão da colaboração com o USDA e demais parceiros americanos em outros projetos para o Brasil e outros países - para além da iniciativa F4L -, com foco em descarbonizarão da agricultura, digitalização e inteligência artificial, segurança alimentar e saúde única, por exemplo”, afirma Alexandre Varella.
Uso eficiente e alternativas aos fertilizantes químicos
A iniciativa Fertilize 4 Life integra o projeto Fertilize Right, no âmbito do Desafio Global de Fertilizantes do Departamento de Estado dos Estados Unidos. “O objetivo é fortalecer a segurança alimentar e reduzir as emissões de gases de efeito estufa na agricultura através do uso eficiente e alternativas de fertilizantes, em conjunto com quatro países: Brasil, Colômbia, Paquistão e Vietnã”, explica Caroline Brainer, gerente de projetos do DOS.
No Brasil, a iniciativa recebe o nome de Fertilize 4 Life, sendo um dos maiores projetos articulados no âmbito do Labex América do Norte, com previsão de aporte de US$ 5 milhões em cinco anos. “É um projeto ambicioso, que integra e aprofunda a colaboração em pesquisa entre a Embrapa e o USDA estabelecida ao longo dos anos, com potencial de compartilhamento das informações técnicas, protocolos e tecnologias alternativas para melhorar a saúde e a fertilidade do solo com outros países do mundo”, aponta Brainer, uma das líderes da comitiva norte-americana.
Estados Unidos e Brasil são líderes globais na produção agrícola e de alimentos e, em conjunto, alimentam um quarto da população mundial. O Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes, depois da China, Índia e EUA. Aproximadamente 80% dos fertilizantes consumidos pelo agro brasileiro são importados. “Os dois países são grandes importadores de fertilizantes, dos quais os seus sistemas de produção agrícola intensiva são altamente dependentes e vulneráveis a crises globais, portanto, é fundamental desenvolver e aplicar no campo tecnologias para reduzir a utilização de fertilizantes e utilizar os nutrientes do solo de forma mais eficiente”, destaca Varella.
A iniciativa Fertilize 4 Life engloba quatro projetos de pesquisa a serem desenvolvidos entre 2023 e 2027, envolvendo 63 gestores e pesquisadores de instituições brasileiras e americanas. As propostas de investigação centram-se nos seguintes temas:
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1. gestão de precisão, big data e inteligência artificial;
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2. produtos biológicos, microbiologia do solo e saúde do solo;
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3. novos produtos fertilizantes de solo, incluindo fertilizantes organominerais; e
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4. uso de plantas de cobertura do solo e sistemas integrados para uso mais eficiente de nutrientes.
Instituições participantes da iniciativa Fertilize 4 LifeDos Estados Unidos: Serviço de Pesquisa Agrícola (USDA-ARS) e Serviço Agrícola Estrangeiro (USDA-FAS) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, Instituto de Ciências Agrícolas e Alimentares da Universidade da Flórida (UF-IFAS) e Centro Internacional de Desenvolvimento de Fertilizantes (IFDC). Do Brasil: Embrapa Solos; Embrapa Agrobiologia; Embrapa Cerrados; Embrapa Agricultura Digital; Embrapa Instrumentação; Embrapa Arroz e Feijão; Embrapa Agrossilvipastoril; Embrapa Milho e Sorgo e Embrapa Soja. |
Aline Bastos (MTb 31.779/RJ)
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