Dia de Campo sobre tecnologias para produção no Semiárido marca 49 anos da Embrapa Caprinos e Ovinos
Dia de Campo sobre tecnologias para produção no Semiárido marca 49 anos da Embrapa Caprinos e Ovinos
Foto: Adriana Brandão
Pesquisador Olivardo Facó (de camisa branca, ao centro) fala sobre conservação de raças aos participantes do Dia de Campo
Com a presença de 88 participantes, entre agentes públicos, técnicos extensionistas, produtores rurais, pesquisadores e estudantes, a Embrapa Caprinos e Ovinos apresentou tecnologias para produção sustentável no Semiárido em Dia de Campo nesta sexta-feira (26), em seu campo experimental, em Sobral (CE). O evento marca os 49 anos de criação da Unidade, que desenvolve soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para as atividades produtivas da caprinocultura e ovinocultura.
O público teve a oportunidade de conhecer resultados de pesquisa e interagir com a equipe técnica da empresa, em estações que abordaram as temáticas de plantas forrageiras para o Semiárido, raças localmente adaptadas, controle de verminose e produção em sistemas integrados. O conteúdo dessas estações despertou atenção de técnicos e agricultores, que viram oportunidades de aplicar, em campo, tecnologias e recomendações da Embrapa.
“É um evento que vem agregar conhecimento. A gente vê as áreas de Lavoura-Pecuária-Floresta, as gramíneas como o capim Massai, o Andropogon, o capim Buffel. É isso que nosso produtor precisa, ter uma visão do que pode ser implantado na propriedade dele”, afirmou Kennedy Loiola, técnico do Programa de Desenvolvimento Territorial (Prodeter) do Banco do Nordeste.
Para o produtor rural Aroldo Veras, do Capril Oiticica, de Reriutaba (CE), as informações sobre o controle integrado de verminose vão ajudar nas rotinas de manejo sanitário em sua propriedade. “A gente tem que estar sempre se atualizando e eu daqui vou sair animado pela palestra que eu escutei, sobre como é importante a gente saber, na realidade, qual vermífugo utilizar, qual a eficácia desses produtos”, disse ele.
Na avaliação da professora Adriana Borja, do curso de Zootecnia da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), a interação com a Embrapa no Dia de Campo reforça as possibilidades de parceria entre as instituições, que mantêm, em conjunto, o programa de pós-graduação em Zootecnia na universidade. “Saio daqui com muitas ideias para compartilhar com os colegas. Vamos aplicar as informações em nossa Fazenda Experimental e passar novos conhecimentos para os estudantes”, afirmou ela.
Entre agentes de instituições públicas presentes, a percepção é que as soluções tecnológicas podem impulsionar novas ações de incentivo e políticas públicas para o espaço rural. “A Embrapa produz uma variedade imensa de oportunidades. É papel nosso fazer com que essa tecnologia chegue a quem realmente interessa que, no nosso caso, é o agricultor familiar”, ressaltou Fernanda Bezerra, da superintendência do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) no Ceará. “Observamos que dá para progredir, com estratégias para melhor o fomento e potencializar os resultados das tecnologias para ajudar produtores rurais”, destacou Adriano Rabelo, gerente do Banco do Brasil em Sobral (CE).
Tecnologias para Semiárido
Na dinâmica do Dia de Campo, as soluções tecnológicas para produção de caprinos e ovinos no Semiárido foram apresentadas em quatro estações. Na primeira, o pesquisador Fernando Guedes abordou as espécies de plantas forrageiras testadas na Embrapa em unidades experimentais em diferentes estados da região Nordeste e norte de Minas Gerais. Em destaque, espécies integrantes dos programas de melhoramento genético vegetal da Embrapa (feijão guandu forrageiro e Urochloa) e as cultivares de milho, sorgo e milheto experimentadas no Semiárido.
Os pesquisadores Roberto Pompeu e Marcos Cláudio Rogério apresentaram o Sistema de produção Integração Lavoura-Pecuária-Floresta – ILPF Caatinga como alternativa para intensificar a produção pecuária no Semiárido. Ao conciliar, na propriedade rural, as atividades agropecuárias com o uso sustentável da vegetação nativa, o sistema aumenta a produção de forragem, permitindo ampliação da oferta e reserva de alimentos. Neste contexto, os pesquisadores abordaram desempenho e estratégias de suplementação de animais a pasto.
Na estação sobre controle de verminose, os pesquisadores Marcel Teixeira e Jomar Monteiro destacaram aspectos sobre o manejo integrado, que combina o uso simultâneo de diversas estratégias, como as medidas para redução da contaminação nas instalações e no pasto; as melhorias na nutrição dos animais; o uso de métodos de controle como o FAMACHA para contribuir com a redução do uso indiscriminado de vermífugos. As estratégias podem reduzir a carga parasitária e garantir manutenção de desempenho produtivo nos rebanhos.
Já os pesquisadores Olivardo Facó e Kleibe Moraes ressaltaram as potencialidades de raças localmente adaptadas de caprinos (Canindé e Moxotó) e ovinos (Morada Nova, Santa Inês e Somalis Brasileira), que integram os núcleos de conservação da Unidade. Eles ressaltaram que, em uma estratégia de melhoramento genético, a conservação de animais adaptados ao Semiárido é ferramentas importante, que pode contribuir com variantes genéticas para adaptação às mudanças climáticas.
“Acho importante essa integração em evento como esse, porque a Embrapa tem a oportunidade mostrar parte do que tem desenvolvido. No nosso caso, o esforço que a empresa tem feito de modo a conservar esse material genético e como utilizá-lo a favor dos sistemas de produção”, afirmou Kleibe.
A Unidade
Criada em junho de 1975, a Embrapa Caprinos e Ovinos é localizada em Sobral (CE), onde está sua sede e sua estrutura de campos experimentais e laboratórios, para desenvolvimento de soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para as atividades da caprinocultura e ovinocultura. A Unidade é composta também por três Núcleos Avançados de Apoio à Inovação: Núcleo Sudeste (sediado na Embrapa Gado de Leite, Juiz de Fora – MG), Núcleo Centro-Oeste (sediado na Embrapa Gado de Corte, Campo Grande – MS) e Núcleo Nordeste (com escritório avançado na Embrapa Algodão, Campina Grande – PB).
Adilson Nóbrega (MTB/CE 01269 JP)
Embrapa Caprinos e Ovinos
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