18/01/16 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação  Manejo Integrado de Pragas

Embrapa aprova arranjo para prevenção e manejo de pragas quarentenárias no Brasil

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Foto: Daniel Chiaradia Oliveira

Daniel Chiaradia Oliveira - Ácaro-vermelho das Palmeiras, praga quarentenária já presente no estado de Roraima

Ácaro-vermelho das Palmeiras, praga quarentenária já presente no estado de Roraima

A Embrapa Roraima aprovou recentemente o arranjo Quarentena - Prevenção de Entrada e Manejo de Pragas Quarentenárias no Brasil. O objetivo é viabilizar métodos e tecnologias que contribuam para reduzir os riscos de entrada, dispersão e os impactos econômicos de pragas quarentenárias no país, além de prever o desenvolvimento de programas de manejo e contingência para esses organismos.

O Comitê Gestor para aprovação do Quarentena considerou o arranjo estratégico e urgente para a segurança nacional, pois organiza e prioriza esforços técnicos e científicos e apoia as políticas públicas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O Arranjo é um instrumento de pesquisa da Embrapa que busca agregar projetos convergentes, complementares e sinérgicos, organizados para fazer frente a desafios prioritários em determinado tema, preferencialmente a partir da visão conjunta de mais de uma Unidade da Empresa.

Com duração prevista para 10 anos, o Quarentena conta com 13 projetos em andamento e 27 novas propostas. Os trabalhos envolverão 25 Unidades da Embrapa, além de parcerias internacionais e grupo de consultores do setor privado.

Segundo a pesquisadora Elisângela Fidelis, o primeiro passo do arranjo será a proposição de um método que possibilite priorizar as pragas quarentenárias das Instruções Normativas do Mapa. Também estão previstos projetos com pragas quarentenárias já consideradas de alto risco de entrada e dispersão no Brasil.

Elisângela explica que a articulação do instrumento de pesquisa foi  iniciada durante o I Simpósio de Pragas Quarentenárias na Amazônia Brasileira, que aconteceu em Boa Vista- RR, em maio de 2015. O evento reuniu pesquisadores de várias Unidades da Embrapa, professores de Universidades, representantes do Mapa, Abin, agências de defesa fitossanitária e diversas instituições internacionais.

"Estivemos todos envolvidos na discussão sobre os riscos de entrada e dispersão as pragas quarentenárias no Brasil, bem como as formas de detecção e combate dessas pragas. A partir daí, conseguimos propor projetos e realizar articulações que culminaram com a composição do arranjo", explica.

De acordo com a pesquisadora, a estratégia de ação do Quarentena se organiza em quatro eixos: Conhecimento - para a obtenção de informações sobre as pragas quarentenárias; Priorização -  para estabelecimento de método que permita priorizar, dentre as pragas quarentenárias vigentes, aquelas que serão alvo de ações de detecção, contenção e/ou mitigação; Detecção -  com metodologias e técnicas de identificação rápida no intuito de agilizar a detecção precoce de pragas, e Mitigação -  métodos e ações a serem tomadas para se minimizar os impactos de pragas quarentenárias pós-entrada e erradicação da praga-alvo.

A Região Norte e as pragas quarentenárias

As pragas quarentenárias podem ser plantas, animais ou microrganismos que, mesmo sob controle permanente, constituem ameaça à economia agrícola de um País ou região. A simples presença delas em determinado local pode comprometer a comercialização de produtos e implicar no impedimento das exportações.

Atualmente a Região Norte é a principal porta de entrada das pragas quarentenárias no Brasil, e Roraima é o estado que apresenta maior número de registros no País. Há pelo menos 66 pragas quarentenárias ausentes (ainda não detectada em solo brasileiro) já estabelecidas nos países que compõem a Bacia Amazônica (Brasil, Equador, Venezuela, Bolívia, Republica Cooperativa das Guianas, Suriname, Colômbia, Peru e Guiana), algumas com alto risco de entrada pela Região.

Um dos motivos da alta incidência desses organismos está no aumento, nos últimos anos, do fluxo de mercadorias e pessoas circulando pelas fronteiras estaduais e internacionais dos estados da Região Norte. "Roraima, por exemplo, tem 964 km de fronteira com a Guiana Inglesa e 958 km com a Venezuela", diz, Elisângela Fidelis. Outros fatores que contribuem para esse cenário são a dificuldade de acesso e fiscalização, a falta de pessoal habilitado para identificação de espécies e o clima favorável ao estabelecimento de insetos e ácaros.

Clarice Rocha (MTb 4733/PE)
Embrapa Roraima

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